Lúcia Teixeira ressalta também que, no Brasil, 42,1% dos alunos do ensino médio têm renda familiar per capita de até 1 salário mínimo

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, defendeu, nesta quarta-feira (8) a importância e o alcance da Medida Provisória que instituiu mudanças no Programa Universidade para Todos (Prouni), com a liberação de acesso ao programa para alunos que cursaram o ensino médio em colégios particulares sem bolsas de estudo, mas mantendo o critério de renda familiar per capita de até R$ 3.300,00.

“A medida permitirá um avanço no preenchimento das vagas do programa, cuja ociosidade em 2020, de acordo com estudos do Instituto Semesp com base nos dados do Sisprouni, foi de 19% para bolsas integrais e 56,8% para bolsas parciais”, disse a presidente do Semesp, lembrando que a ociosidade vem aumentando desde 2016, especialmente nas bolsas parciais, e chegou a 74,7% em 2019.

“É importante aumentarmos as possibilidades de acesso ao ensino superior para os estudantes carentes. Muitos alunos só conseguem cursar o ensino médio em colégios particulares com enorme sacrifício, na maioria dos casos com a ajuda de outros membros da família. Não podemos esquecer que no ensino médio particular brasileiro, 42,1% dos alunos têm renda familiar per capita de até um salário mínimo, e se o aluno se encaixa no critério de renda do Prouni e comprova renda familiar bruta per capita de 1,5 salário mínimo para bolsa integral, ou de três salários mínimos para bolsa parcial, é plenamente justificável que ele tenha direito a disputar a vaga”, afirma a dirigente.

“Há muitas pessoas querendo ingressar no ensino superior. Mas apenas 18,1% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados”, ressalta Lúcia Teixeira. “A grande maioria dos candidatos precisa de auxílio financeiro para ingressar no ensino superior, seja por meio de uma vaga numa universidade pública, seja por meio do Prouni, ou por um financiamento estudantil como o Fies, que tem sido cada vez mais reduzido”, diz a presidente.

Segundo o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, as vagas nas universidades públicas não são suficientes, e mais da metade acaba sendo preenchida por alunos de renda mais elevada.  “Se limitarmos a participação no Prouni apenas ao aluno de escola pública, estaremos restringindo o universo potencial de ingressantes”, diz Capelato. “Ao ampliar para a escola privada, ainda dentro das condições socioeconômicas exigidas pelo programa, o governo vai dar mais oportunidade para preencher essas vagas que ficam ociosas”, avalia.

Para a presidente Lúcia Teixeira, “ninguém vai tirar vaga de aluno de escola pública, precisamos ampliar ainda mais as políticas de acesso, para que o Brasil vença o atraso em termos de escolarização de nível superior e alcance maior desenvolvimento social, e nesse sentido será muito importante aumentar as chances dos alunos carentes, formados no ensino médio público ou privado, concedendo bolsas Prouni, integrais ou parciais, nas instituições particulares, especialmente no pós-pandemia”.

“O Semesp tem contribuído com vários estudos e pesquisas, demonstrando ao MEC a necessidade de medidas emergenciais no Prouni e no Fies, de modo a promovermos maior acesso e permanência no ensino superior do país, e essa mudança vem nesse sentido e deverá beneficiar um expressivo número de alunos que têm dificuldades em atingir esse nível de formação”, conclui a presidente do Semesp.

Sobre o Instituto Semesp
O Instituto Semesp é um centro de inteligência analítica criado pelo Semesp. Integrado por especialistas com sólida experiência no levantamento e análise de dados sobre o ensino superior, o Instituto desenvolve estudos, pesquisas, indicadores e análises estatísticas referentes ao setor. Seu objetivo é disponibilizar para pesquisadores, educadores, gestores privados e públicos, jornalistas e para a sociedade em geral informações relevantes e confiáveis que lhes permitam tomar decisões, estabelecer estratégias ou formular políticas públicas, visando o desenvolvimento da educação superior.O Instituto é responsável por estudos e pesquisas divulgados anualmente pelo Semesp, como o Mapa do Ensino Superior no Brasil, a Pesquisa de Empregabilidade, a Pesquisa de Inadimplência e a Pesquisa sobre Cursos de Especialização Lato Sensu no Brasil, entre outros diagnósticos considerados essenciais para a compreensão do setor.

Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

Mais informações para a imprensa
Roseli Ramos
Assessora de Comunicação do Semesp
Convergência Comunicação Estratégica
(55 11) 2069-4419 | 97237-8237