No quarto dia da 6ª Missão Técnica Semesp os gestores acompanharam palestras sobre estruturas de governança acadêmica, com o professor Mike Glover, o estudo de caso da Warwick Business School, com o gestor Mark Taylor e como alcançar as mudanças organizacionais no ensino superior com a secretária adjunta da Universidade de Warwick, Joanna Horsburgh.

Glover explicou as diferenças entre governança e governança acadêmica comparando a evolução da governança por membros do conselho acadêmico de grandes universidades inglesas como Oxford, Glasgow e Cambridge e finalizou com o desafio de Warwick. “Governança é todo processo de tomada de decisão do que deve ser implantado ou não dentro de um governo ou uma empresa. Já governança acadêmica é o processo de tomada de decisão sobre todos os aspectos que se relacionam diretamente com a vida acadêmica de uma instituição, incluindo ensino, currículo, qualidade, normas, estratégias, processos de ética e até propriedade intelectual. E esse processo deve sempre ser aprovado por um conselho formado por membros de uma instituição de ensino superior”, definiu.

Segundo Glover, em Oxford, a mais antiga e fundada em 1096, a governança é feita com a participação de todos os 4.900 funcionários – docentes e administrativos. Mas o processo é comandado por um Conselho, formado por 25 membros, sendo quatro externos à universidade. Essa forma de governança causou alguns problemas para a universidade que recebeu recentemente uma reprimenda do maior órgão de financiamento da educação do governo, o HEFCE, orientando a instituição a centrar-se em uma governança com um número maior de conselheiros externos, semelhante ao conselho de administração de uma empresa. O conselho da universidade alegou que a maioria das pessoas que poderiam compor esse conselho externo teriam experiências em áreas completamente diferentes da área de ensino superior o que comprometeria os processos de decisão da universidade.

Em Cambrigde, fundada em 1209, a governança fica à cargo de um Conselho Executivo formado por 16 acadêmicos eleitos por 3.800 membros que formam um conselho regente, sendo quatro membros externos e ainda três alunos. Essa forma de governança também causou um questionamento por parte do HEFCE de a universidade ter muitos acadêmicos decidindo onde os recursos deveriam ser aplicados e até sendo acusados de uso em próprio benefício.

Na mais jovem Warwick, fundada em 1965, para governar, gerir e regular as finanças, contas, investimentos, propriedades, empresas e todos os assuntos da instituição é seguido um estatuto feito em conjunto com o Conselho e o Senado. O Conselho é formado por 25 membros, sendo 13 da universidade (10 professores, um administrativo e 2 alunos)  e 12 leigos. E o Senado, que é a autoridade suprema acadêmica, toma todas as medidas sempre para promover o trabalho acadêmico, tanto em ensino e pesquisa quanto regulação e superintendência da educação e disciplina dos alunos. É composto por 47 membros, sendo 30 acadêmicos indicados pelas faculdades (em assembleia), 14 ex-altos membros acadêmicos e 3 estudantes.

Para Glover os desafios da governança acadêmica são cada vez maiores em um mundo globalizado onde as instituições de ensino superior devem tomar suas decisões seguindo os mesmos modelos de grandes empresas.

Em seguida, o professor de Finanças da Warwick Business School, Mark Taylor, lembrou das funções de um líder acadêmico e apresentou o estudo de caso da escola. “Um bom líder deve ter liderança focada em estratégia, com visão e foco, em consonância com a missão, os valores e a cultura da instituição, além de estar sempre preparado para  renovar-se intelectualmente. Sua gestão deve fornecer estrutura, organização e implementação”, lembrou.

Segundo Taylor, há três pontos que devem ser trabalhados para a escola de negócios se tornar a principal da Europa: “produzir e divulgar trabalhos, usar pesquisa de ponta capaz de moldar a forma como a organização opera e os negócios são conduzidos e gerenciados, líderes criativos e gestores que pensem em escala global, independentemente do tamanho da instituição de ensino e retorno sobre o investimento para que alunos e ex-alunos, ao longo de toda a sua carreira, sintam que a escola tem reputação de excelência e engajamento de todas as partes interessadas”.

No final do último dia da 6ª Missão Técnica na Inglaterra os gestores acompanharam o desafio dado pela secretária adjunta da Universidade de Warwick, Joanna Horsburgh, que pediu aos profissionais alguns exemplos, a partir de suas próprias experiências, em suas funções atuais ou anteriores de liderança nos processos de mudança e que tiveram ou não sucesso. Joanna finalizou sua apresentação mostrando que de 100% de iniciativas de mudança na gestão das universidades, 70% falham.  E alertou para os oito erros que um gestor não deve cometer: 1 – Não estabelecer um senso suficiente de urgência; 2 – Não criar uma coalizão suficientemente poderosa; 3 – Ter falta de visão; 4 – Ou não comunicá-la da forma correta; 5 – Não eliminar os obstáculos a essa nova visão mal comunicada; 6 – Ter um planejamento sistemático para a criação de vitórias a curto prazo; 7 – Declarar vitória cedo demais e 8 – Não ancorar as mudanças na cultura da organização.

Na Irlanda, os profissionais da educação superior participarão do Programa Sprint da Academia de Inovação e Empreendedorismo do Trinity College, em Dublin.  As duas instituições são de grande tradição, renome internacional e reconhecidas por suas práticas de ensino inovadoras. “Os cursos serão imersivos, contando com carga horária intensa, de forma que os gestores possam absorver ao máximo o conteúdo e a experiência da gestão dessas grandes instituições de escala global”, diz Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. A viagem terá ainda city tours por Londres e Dublin, uma visita e palestra à University of Oxford, na Inglaterra. O programa completo dos cursos pode ser acessado

O programa completo dos cursos pode ser acessado em: https://www.semesp.org.br/arquivos_mkt/eventos/2014/missao_2014/curso_trinity_missao_semesp_divulgacao.pdf

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