Seminário de Tecnologia discute evasão nos cursos de EAD

Encontro realizado com o IBTA Semesp revela que interferência do MEC está gerando
reserva de mercado para os cursos de educação a distância, concentrados em poucas IES

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Sindicato das Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo – Semesp, abriu nesta terça-feira a quinta edição do Seminário de Tecnologia Semesp/IBTA e comentou a preocupação das instituições de ensino superior com a evasão dos cursos a distância. “É preciso urgência na abertura de novos credenciamentos de cursos de EAD, pois o órgão regulador do MEC está interferindo na lei da oferta e da procura e isso gera uma reserva de mercado concentrada nas mãos de poucos. No entanto, o pior de tudo isso é que apenas 6,4% das pequenas e médias IES oferecem o curso e mais de 40% do mercado está concentrado nas de maior porte”, revelou.

Segundo Capelato, dados do Censo 2012 revelam que 38 milhões de pessoas na faixa dos 25 aos 39 anos no país têm ensino médio e ainda não fizeram o ensino superior. “Em muitas regiões brasileiras essas pessoas poderiam ter acesso ao EAD, e se o quadro atual mudar muitas instituições e suas marcas regionais irão se fortalecer”.

No entanto, a taxa de evasão do EAD ainda é muito alta. Em 2010, na rede privada a taxa já era de 33,9%, e em 2012 saltou para 47,2%. Capelato citou pesquisa realizada recentemente pelo Semesp que mostra alguns motivos que fazem a evasão aumentar. “Percebemos que o formato atual do curso, as dificuldades de acessibilidade não adaptadas às necessidades do aluno e a expectativa do curso ser mais fácil de assimilar pelos estudantes são outros fatores que desestimulam o EAD.”

Os números mostram que as instituições de ensino superior terão de repensar o modelo de EAD, modalidade de ensino que em 2014 tem potencial de crescimento para 1,4 milhão de alunos. “Hoje 30% do EAD está concentrado na Pedagogia e a evasão nesse curso é quase zero. Algumas IES já estão até optando em fazer um EAD com aulas presenciais pelo menos duas vezes ao mês”, cita Capelato.

Conexão total

O consultor em Tecnologia Aplicada e Gestão Educacional da Oracle, César Fava, falou da importância de as instituições de ensino superior usarem a Tecnologia da Informação para criar quadros de análises comparativas para melhorar a gestão, infraestrutura e formato da plataforma EAD e propôs a criação de um grupo de trabalho.

Em pesquisa realizada por Fava com 80 IES brasileiras as conclusões apontaram que os modelos de gestão estruturados hoje, tanto no ensino presencial quanto no EAD, terão de ser mais abertos com interfaces amigáveis e compatíveis e atenção especial à privacidade e segurança.

“As bandas largas hoje nunca são largas suficientemente para suportar a demanda do aluno e as IES precisam fazer mudanças ágeis em TI. Devemos fazer um trabalho intenso de pesquisa e de como, por exemplo, usamos o Wi-fi a nosso favor; por que precisamos ficar conectados o tempo todo; se temos infraestrutura para os conectados; rede com conexão com a Web, consumo da largura da banda, quantidade de dispositivos, compatibilidade e até estrutura de energia elétrica, quantas tomadas para carregar os dispositivos”, enumerou.

Outro ponto apontado por Fava foi como reter informações importantes por meio das mídias sociais para, a partir delas, fazer uma tomada de decisões e captar informações para um banco de dados. “As variáveis do banco de dados nos darão quadros analíticos das tendências de evasão e inadimplência dos cursos e vai nos ajudar a construir uma nova interface do EAD”, disse.

Fava finalizou sua palestra propondo a criação do Grupo de Estudo em Tecnologia nas Instituições de Ensino Superior, formado por cinco gestores de TI, para em encontros presenciais definir assuntos que serão tratados durante a pesquisa que será apresentada no 6º Seminário Internacional de TI em 2014. Os dados da pesquisa serão compartilhados entre todos os participantes do fórum.

Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – Semesp congrega 370 mantenedoras e 545 mantidas, que oferecem cursos em 162 municípios do estado de São Paulo. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à Educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro; o Congresso Nacional de Iniciação Científica; e as Jornadas Regionais, realizadas em cidades do Interior do Estado de São Paulo. Para saber mais sobre o Semesp, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp e www.twitter.com/semesp_online.

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