A Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior (ABMES) promoveu na última terça-feira, dia 9 de abril, o  seminário Tendências e Oportunidades para Pequenas e Médias Instituições de Ensino Superior (PMIES). O objetivo do evento foi promover a troca de experiência entre gestores e especialistas da área, a fim de encontrar medidas que assegurem a permanência das instituições com até 1.500 alunos no cenário educacional.

Apesar das dificuldades e obstáculos, as Pequenas e Médias Instituições de Ensino Superior (PMIES), além de contribuírem com a desenvolvimento acadêmico da população, melhoram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) local, empregam professores e outros profissionais na administração escolar e movimentam o comércio da região.

Diante da importância do segmento, que representa 71% do cenário educacional em nosso País, os palestrantes expuseram experiências vivenciadas em suas IES, norteando um debate acerca dos pontos que ameaçam essas instituições.

O presidente da ABMES, professor Gabriel Mario Rodrigues, foi o mediador da mesa redonda que teve a participação do diretor do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior, Rodrigo Capelato; do presidente das Faculdades de Estudos Avançados do Pará, Édson Franco; da diretora executiva do Centro de Ensino Superior de Rubiataba, Mantenedora das Faculdades Facer, Zita de Andrade Pires; do coordenador de projetos da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba, Marcos Antônio Lima, e da diretoria acadêmica da Faculdade Nobre, Célia Christina Silva Carvalho.

O primeiro painel trouxe os dados estatísticos do ensino superior apresentados por Rodrigo Capelato. De um modo geral, o palestrante traçou o perfil das PMIES. De acordo com os números destacados por ele, essas instituições se concentram no interior dos estados e em municípios pequenos ou regiões carentes e têm alunos com idade média de 24 anos.

Capelato também abordou os cursos mais procurados pela população, que continuam sendo os mesmos de tradição, como Administração, Direito, Pedagogia, Ciências Contábeis e Enfermagem. Ele ressaltou que é preciso investimento das PMIES na divulgação e ofertas de outros cursos, para assim evitar mais egressos em um mercado que já está saturado.

Célia Carvalho elencou os principais obstáculos encarados por uma pequena instituição do Nordeste. Para ela, a concorrência com os grandes grupos é desigual, existe dificuldade em contratar e manter docentes com titulação stricto sensu e falta autonomia para ampliação de vagas e implantação de cursos.

A professora Zita Pires de Andrade trouxe para o debate alguns pontos fortes de sua instituição, que se preocupa em zelar não só pelo corpo discente, como também pelo docente. Zita contou que uma das alternativas adotadas pela IES para solucionar o problema daqueles que se deslocam de outras regiões para lecionar foi criar a casa do professor, onde ele pode dormir ou passar a temporada dos dias em que precisa ficar na cidade. A diretora mencionou como outro ponto positivo de sua IES o forte investimento em divulgação na mídia local.

O professor Édson Franco refletiu sobre o conceito de pequenas e médias instituições de ensino superior, que muitas vezes pode não estar ligado apenas à quantidade de alunos, mas às questões administrativas. Ele destacou que é muito comum que se procure encontrar na “gestão” o conjunto de causas que determinam a “débil sustentabilidade das IES”.

A ABMES promoveu esse debate por considerar de extrema importância a participação dessas instituições no ensino superior brasileiro. As alternativas expostas durante o seminário servirão de base para o desenvolvimento do trabalho “Diagnóstico das PMIES: indicações para melhoria da competitividade”, a fim de apoiar e garantir a permanência dessas instituições no cenário educacional.

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