SEMESP realiza seminário sobre o futuro do FIES 

Parceria do sindicato com a Ideal Invest oferecerá as IES programa de financiamento privado PraValer 

O Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior – Semesp realizou nesta quinta-feira (18), o Seminário FIES: considerando as mudanças para o 2º semestre de 2015, no Macksoud Plaza, em São Paulo e recebeu mais de 200 mantenedores de cerca de 100 instituições de ensino superior do Brasil. O presidente em exercício do Semesp, Thiago Rodrigues Pêgas, anunciou a parceria do sindicato com a Ideal Invest do programa privado PraValer de financiamento estudantil para instituições de ensino superior com até 3 mil alunos. “Temos de nos adaptar ao momento e fazer o nosso papel, não esperando muito do Governo. A cada dia é mais difícil acreditar que vai ter o FIES no segundo semestre”, disse.

O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, fez uma análise dos impactos econômicos do financiamento e disse que “há um novo momento para a educação superior. As IES precisam usar criatividade, reduzir custos e buscar outros meios de financiamento privado ou crédito próprio para atender alunos menos favorecidos que ficarão sem o FIES”. Também comentou sobre as possíveis mudanças no programa e disse que a maior preocupação é não gerar guerra de preços no setor.

José Roberto Covac, diretor jurídico do Semesp, falou sobre os impactos legais do futuro Fies e alertou os mantenedores presentes que os aumentos superiores aos 6,41% fixados nos aditivos do FIES, o FNDE sinalizou que não irá pagar a diferença e as instituições terão de negociar com os alunos.

Alexandre Mori, assessor do FIES e ProUni do Semesp, orientou os mantenedores sobre aspectos técnicos do programa e orientou as IES que encaminhassem ofício em papel timbrado ao FNDE solicitando número de vagas do  FIES por IES e curso.

Perspectivas futuras do FIES

Javier Martinez de Olcoz Cerdan, do Morgan Stanly Equity Research, apresentou um estudo sobre o FIES e disse que se o programa continuasse a crescer nos índices que estavam, no futuro a inadimplência nos contratos chegaria a 25%. “Em uma economia em crise, com índices de inflação em alta, o aluno formado acaba por não conseguir emprego e não vai pagar o financiamento. O FIES como estava não se sustentaria a longo prazo. A solução é as IES melhorarem a qualidade de seus cursos, reduzir custos e oferecer um financiamento privado”, concluiu.

Carlos Furlan, diretor-executivo da Ideal Invest e idealizador do Pra Valer, programa de crédito universitário privado existente desde 2006 e que já beneficiou 50 mil alunos, concordou com Javier. “O FIES não estava alinhado na medida que a originação do crédito era feita pela IES, que não é quem carrega a perda caso o aluno se torne inadimplente e sim o Tesouro Nacional”.

Segundo ele há três maneiras de um programa de financiamento ser sustentável: 1º – A IES tem de saber que o aluno custa; 2º – O aluno precisa saber que o curso custa e ele tem de pagar uma parte da mensalidade; 3º –  Quanto maior a qualidade da IES, maior a empregabilidade e renda do aluno formado e maior a chance dele pagar o financiamento.

Furlan finalizou sua apresentação com uma explicação do porquê as redes bancárias não se interessam pelo crédito universitário. “O crédito universitário é diferente de todos os outros créditos concedidos por pessoa física e jurídica porque a carteira vai crescendo com o tempo, já que o crédito é concedido aos poucos e não na hora, além de não há uma garantia real. Quando você financia um aluno, ele vai gastar x para fazer um curso em uma faculdade B ou C e a análise de concessão de crédito precisa avaliar não só o indivíduo mas o curso e a região onde ele se encontra”.