Entidade questiona medida para conter a circulação das pessoas e defende adesão facultativa das instituições de ensino 

De acordo com levantamento do Semesp, somadas as redes pública e particular de educação da cidade de São Paulo, do ensino básico ao superior, mais de 3 milhões de alunos e 174 mil docentes ficarão ociosos durante os feriados que serão antecipados para os dias 26, 29, 30, 31 março e 1 de abril, conforme anunciou o prefeito Bruno Covas no último dia 18.

O Semesp defende que a antecipação dos feriados na capital paulista seja facultativa para a educação, uma vez que as aulas estão acontecendo de forma totalmente remota, e encaminhou ofício ao secretário municipal de Educação, Fernando Padula, para apresentar os dados e questionar a eficiência dessa medida como alternativa para evitar a circulação das pessoas e frear o avanço da pandemia de Covid-19..

“Como as aulas presenciais já foram suspensas e todo o setor de educação está remoto, com aulas online, não faz sentido não permitir que a adesão do setor da educação seja facultativa. A chance de haver circulação das pessoas durante o feriado é muito maior sem as aulas remotas, sobretudo com o feriado de Páscoa, que muitos poderão aproveitar para viajar, visitar parentes em outras cidades e regiões”, disse o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

Rodrigo Capelato ressaltou que esse período também compromete todo o calendário do ano letivo e que as instituições não têm condições financeiras de absorver custos extras para manter as atividades remotas nos dias de feriado, conforme estabelece a legislação trabalhista. “O setor de educação foi extremamente impactado durante a pandemia de Covid-19, não contou com ajuda e suporte das esferas governamentais, e agora para dar continuidade ao planejamento pedagógico não pode assumir com mais despesas”, disse.

Para o diretor do Semesp, “só estamos pedindo bom-senso e mostrando que manter estudantes e profissionais da educação em casa com as atividades remotas é muito melhor para diminuir a circulação das pessoas nesse momento crítico da pandemia de Covid-19, concluiu.

Levantamento Semesp

Município de SP – Ensino Superior – 2019

Número de IES que ofertam cursos presenciais:
Rede Privada: 149
Rede Pública: 12
Total: 161
Número de matrículas no ensino superior (apenas cursos presenciais):
Rede Privada: 592 mil
Rede Pública: 67,4 mil
Total: 659,4 mil
Número de docentes (em exercício – cursos presenciais) no ensino superior:
Rede Privada: 26,3 mil
Rede Pública: 14,2 mil
Total: 40,5 mil

Município de SP – Ensino Básico – 2020

Número de matrículas da educação básica:
Rede Privada: 960 mil
Rede Pública: 1,72 milhão
Total: 2,68 milhões
Número de docentes da educação básica:
Rede Privada: 64,1 mil
Rede Pública: 72,6 mil
Total: 134,2 mil (A soma não bate porque um mesmo professor pode entrar em mais de uma etapa de ensino).
Número de estabelecimentos da educação básica:
Rede Privada: 4,5 mil
Rede Pública: 2,7 mil
Total: 7,2 mil

Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país, além de preservar, proteger e defender o segmento privado do ensino superior brasileiro. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

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