Na mensagem enviada, o Semesp aponta que uma nova postergação de datas pode prejudicar todo o ano letivo de 2021, além de prejuízo aos cofres públicos equivalente a R$ 10,2 bilhões

O Semesp (entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil) encaminhou ofício ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), nesta terça-feira (12), manifestando sua preocupação com um eventual novo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Enem está programado para ser realizado no próximo domingo, dia 17, mais de 5,7 milhões de estudantes estão inscritos para a primeira prova, e existe uma pressão crescente por parte de entidades estudantis para que o exame seja adiado mais uma vez, em decorrência do novo aumento dos casos de Covid-19. A segunda prova do exame está prevista para ser realizada no dia 24 de janeiro.

Na mensagem enviada para o órgão, o Semesp lembrou que o Enem é tradicionalmente realizado em novembro, mas foi adiado em consequência da pandemia da Covid-19, e que essa decisão já provocou um grande atraso no processo de seleção dos estudantes que pretendem ingressar nas instituições de ensino superior privadas e públicas, considerando que a nota do exame é utilizada também como base para acesso aos sistemas Sisu (Sistema de Seleção Unificada), Prouni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

Para o Semesp, diante das garantias oferecidas pelo Inep de que a realização do exame será feita mediante uma série de medidas de segurança que protegerão os estudantes e os aplicadores, como o uso obrigatório de máscaras, espaçamento maior entre os alunos, número menor de participantes por sala, disponibilização de álcool gel para todos os estudantes e aplicadores, entre outras medidas sanitárias, é importante que o Enem seja realizado, garantindo que estudantes ingressem no ensino superior, e que seja dada continuidade à formação e à capacitação desses jovens, a exemplo do que vem ocorrendo em meio à pandemia nos países que consideram a Educação como atividade essencial.

O Semesp destacou que com o primeiro adiamento os estudantes iniciarão as aulas somente em maio, deixando instituições de ensino superior sem alunos ingressantes por cerca de quatro meses. E que com um segundo adiamento o atraso no calendário de ingresso de novos alunos poderá inviabilizar o início do ano letivo, tanto na rede privada quanto na rede pública, provocando um sério comprometimento nesses programas educacionais.

Além do comprometimento do futuro de milhões de estudantes, o Semesp assinalou que principalmente os jovens que vivem em condições mais vulneráveis poderão desistir totalmente do cursar o ensino superior, o que terá enorme impacto na taxa de escolarização líquida do país, que já e bastante baixa. Além disso, a entidade destaca as consequências financeiras que um novo adiamento do exame deverá provocar.

Segundo informações do próprio Inep, responsável pela aplicação do Enem, o custo estimado de um aluno por ano no ensino superior federal em 2017 era de R$ 28.140,00 (cerca de R$ 2.345,00 por mês). Todo ano, o número de ingressantes pelo Sisu chega a 240 mil no primeiro semestre. Sem novos alunos ingressando nos seis primeiros meses do ano, devido a uma nova postergação do exame, o governo gastará o equivalente a R$ 3,4 bilhões, sem novos alunos estudando. Se o segundo semestre também for comprometido, serão menos 50 mil novos estudantes nas universidades federais de todo o país, o que equivaleria, somando os custos do primeiro e do segundo semestres, a um gasto de cerca de R$ 10,2 bilhões em 2021, sem que novos estudantes ingressem no ensino superior federal.

Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país, além de preservar, proteger e defender o segmento privado do ensino superior brasileiro. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

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