De acordo com a entidade, argumento de que há redução de gastos nas IES é equivocado e essa proposta ameaça a manutenção de milhares de empregos de professores e colaboradores

Por conta do movimento que pede a redução do valor das mensalidades dos cursos presenciais, o Semesp esclarece as medidas que estão sendo adotadas pelas instituições de ensino superior para garantir a manutenção da estrutura e da qualidade de aprendizado das aulas que passaram a ser ministradas de forma remota após a suspensão das atividades presenciais nas IES para evitar a proliferação da Covid-19 entre alunos, professores e funcionários.

A iniciativa do Semesp tem como objetivo mostrar, especialmente aos alunos e seus familiares, que não está havendo nenhuma flexibilização nas disciplinas por parte das IES, nem tampouco a substituição das aulas presenciais por aulas na modalidade EAD. Ao contrário, um levantamento do Semesp junto a suas associadas mostrou que os cursos que estão sendo ministrados de forma remota utilizam a mesma estrutura das aulas presenciais e a mesma dedicação integral dos professores, para transmissão do conhecimento por meio de aulas adaptadas para ambientes tecnológicos virtuais.

O Semesp identificou, por outro lado, que embora estejam mantendo a mesma estrutura docente para os cursos, apenas com os professores se dedicando às atividades de ensino de forma remota, as instituições estão sendo obrigadas a aumentar suas despesas com a instalação de novos equipamentos tecnológicos, treinamentos para o corpo acadêmico e aquisição de licenças de uso de novas ferramentas para suportar a transmissão remotamente aos alunos da mesma aula que era ministrada presencialmente.

Segundo comprovou também a entidade, ao mesmo tempo em que buscam absorver o aumento de custos provocado pela mudança, as IES têm se mostrado sensíveis às dificuldades enfrentadas pelos alunos, diante do seu afastamento compulsório das atividades profissionais durante a pandemia. As instituições de ensino superior vêm acompanhando caso a caso a situação dos alunos com dificuldades para manter o pagamento das mensalidades, buscando apoiá-los com programas de auxílios emergenciais nesse momento de incertezas.

Por esse motivo, o Semesp considera uma irresponsabilidade as propostas que têm surgido de redução do valor das mensalidades dos cursos, sob a alegação de que, por não terem atividades presenciais em suas instalações neste período, as IES teriam seus gastos reduzidos.

Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, explica que “os custos com o corpo docente, que mantém sua dedicação ministrando as aulas de forma remota e buscando ajustar o plano de aulas a essa realidade, continuam rigorosamente os mesmos. Assim como ocorre com os custos com os demais colaboradores, que desenvolvem suas atividades em regime de home office”. Capelato lembra, ainda, que neste momento tais custos estão sendo acrescidos das despesas para adaptação tecnológica dos cursos, como foi demonstrado no levantamento feito pelo Semesp, o que inclui também gastos com treinamentos para os professores poderem adotar as novas formas de entrega remota das aulas que foram concebidas originalmente para a modalidade presencial”.

 “As consequências para o setor de um movimento desse tipo precisam ser consideradas. Reconhecidamente, a maior parte dos recursos obtidos pelas instituições de ensino superior destina-se às suas folhas de pagamentos. Desse modo, uma redução generalizada nos valores das mensalidades pagas pelos alunos poderá provocar, simplesmente, a quebra do setor, colocando em risco a sobrevivência de milhares de professores e colaboradores, que de um momento para o outro correrão o risco de não receber os salários”, avalia o diretor-executivo.

O Semesp considera que um movimento de redução de mensalidades, em um momento em que o país inteiro demanda solidariedade e colaboração, representa um contrassenso que ameaça de forma perversa a manutenção de milhares de empregos e a oferta de acesso ao ensino superior a milhões de brasileiros.

O setor privado responde por 75% das matrículas no ensino superior, ou seja, é responsável pela formação acadêmica de mais de seis milhões de estudantes, e emprega mais de 390 mil professores e funcionários técnico-administrativos.

“As instituições de ensino superior estão garantindo que os professores transmitam o conhecimento esperado e que os alunos desenvolvam as tarefas solicitadas de forma remota, com a mesma qualidade que era oferecida antes da suspensão das atividades presenciais. E tudo isso precisa ser levado em conta se quisermos manter minimamente o atendimento a uma geração de brasileiros que tem no ensino superior a sua maior esperança de dias melhores. Esperamos que todo esse esforço não seja em vão”, pondera Rodrigo Capelato.

Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país, além de preservar, proteger e defender o segmento privado do ensino superior brasileiro. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

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Roseli Ramos
Assessora de Comunicação do Semesp
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