O Semesp reuniu sua Diretoria e cerca de 100 convidados, no dia 25 de agosto, nas novas instalações de sua sede no Ipiranga, totalmente reformuladas, para comemorar os 35 anos de fundação da entidade. O evento iniciou com uma palestra do cientista político Humberto Dantas sobre a situação e eventuais reflexos do quadro eleitoral, e teve sequência com uma mostra fotográfica com imagens de 130 instituições de ensino superior, registradas pelo fotógrafo Gustavo Morita, que inaugurou o novo espaço de exposições da sede, cujo nome homenageia o vice-presidente do Semesp e fundador do Centro Universitário Central Paulista e da Associação de Escolas Reunidas (Unicep e Asser), Prof. Antonio Carlos Vilela Braga, falecido em fevereiro. Durante o evento foi lançada também a publicação “Semesp: 35 anos em perspectiva”, da Editora Segmento, que reproduz as fotos exibidas na mostra.

“Estas instalações foram reformuladas exatamente para que pudessem refletir a realidade atual do nosso segmento, assim como os valores, os princípios e a filosofia das nossas instituições, que para isso, desde julho, passaram a contar neste novo espaço com os cursos oferecidos pela Universidade Corporativa Semesp”, disse o presidente Hermes Ferreira Figueiredo. O presidente do Semesp lembrou ainda da incerteza em relação aos rumos que o país deverá tomar em temos políticos, econômicos e sociais. “Vivemos um ambiente econômico de dificuldades e em plena campanha eleitoral, que sofreu um inesperado e trágico desaparecimento de um de seus mais importantes candidatos, Eduardo Campos. A desconfiança em relação aos rumos da economia, num quadro de baixo crescimento e inflação elevada, acentua-se diante da falta de clareza do desfecho do processo eleitoral, que para muitos ameaça contaminar as nossas decisões como empreendedores educacionais. Para esses mais pessimistas, lembro que, ao longo dos 35 anos de existência do Semesp, vivemos outros momentos igualmente decisivos em relação ao futuro das nossas instituições e do nosso país. Mesmo assim, nunca deixamos de levar adiante as nossas bandeiras, e nem tampouco de cumprir com o papel que o nosso segmento espera de nós”, enfatizou.

Durante sua palestra, Humberto Dantas, que é mestre e doutor em Ciência Política pela USP, professor e pesquisador do Insper e colunista político da Rádio Estadão, ofereceu aos presentes um panorama completo do processo eleitoral, mostrando que com a morte do candidato do PSB à Presidência da República e a ascensão de Marina Silva à condição de candidata na chapa do partido, o quadro eleitoral tornou-se muito complexo. “O quadro politico brasileiro poderá sofrer profundas alterações e vai depender muito do esforço de cada candidato para convencer o eleitorado de suas propostas e também das alianças que farão com partidos em nível estadual”.

Segundo o cientista político, quatro aspectos impactam a desaprovação de um Governo: saúde, inflação, combate ao desemprego e a fome e a miséria. “A má avaliação do governo Dilma cai exatamente nestes aspectos e tem oscilado muito, atingindo em julho o pior nível histórico. Cenários negativos geram dificuldades eleitorais e necessidades de mudança”, lembrou. Para Dantas, os candidatos Dilma e Aécio Neves ‘terão muito trabalho pela frente e em suas campanhas não poderão massacrar Marina Silva e sim desconstruir sua imagem com muito cuidado”. A nova candidata, segundo ele, precisará dar sinais de que irá corrigir a política-econômica e tudo que está em desajuste no atual governo.

Dantas finalizou sua palestra lembrando que, segundo pesquisa do Ibope do início de agosto, 58% dos eleitores ainda têm pouco interesse ou nenhum interesse em política, o que torna o quadro ainda mais difícil para os três candidatos principais.