Em 2009 o Instituto Presbiteriano Mackenzie, da cidade de São Paulo, iniciava um projeto com a finalidade de saber o motivo dos trancamentos e cancelamentos de cursos por seus alunos. Segundo o diretor educacional da universidade, Solano Portela, um dos maiores problemas enfrentados pelo ensino superior hoje é aumentar os índices de retenção dos estudantes nas universidades.

“Durante um ano fizemos um estudo e a partir dos resultados desta pesquisa, que se estendeu em 2010 e 2011, todas as áreas da escola foram envolvidas para montar um plano estratégico, com o estabelecimento de metas para reduzir a evasão em 2012”, contou Portela durante a Jornada Regional de Marília.

Os resultados já apareceram e no primeiro trimestre deste ano o Mackenzie conseguiu reverter mais de 60 casos, o que representa um acréscimo na receita anual de R$ 760 mil. Segundo Portela três pontos devem ser considerados para reter alunos. Desenvolver a percepção do aluno quanto à experiência universitária que transcende as salas de aula é um deles. “O processo de ensino-aprendizado é, por vezes, maior na interatividade com a instituição do que no tempo passado nas salas de aula. Consequentemente, quanto mais a instituição ampliar essa interatividade, maior possibilidade de retenção ela terá.”

O segundo ponto é repensar as políticas, programas e práticas acadêmicas, sempre pensando na retenção. “Se a retenção for o eixo, devemos nos perguntar o que pode ser modificado e, após estudos constantes, mesmo que as mudanças não sejam totalmente viáveis, considerar que o custo da evasão é certamente um exercício que vale a pena cada instituição realizar”, enfatizou Portela.

Maior ênfase às formas práticas do ensino é o terceiro ponto. Para Portela, a hiperconcentração na teoria é um grande fator de desmotivação e afastamento de alunos de um determinado curso. “Envolver os alunos já no primeiro ano em pesquisas é o caminho mais assertivo para manter a motivação.”