A pesquisa de Cursos de Graduação e Pós-graduação, elaborada pelo Instituto Semesp, que traz um diagnóstico completo sobre os números do ensino superior e a evolução das matrículas de especialização lato sensu nos últimos anos no Brasil, aponta que em 2021 o número de alunos em cursos de especialização ultrapassou 1,3 milhão, crescimento de 4,8%, enquanto o número de alunos na graduação recuou 5% no mesmo período. Entre os alunos do mestrado e doutorado, apesar de ter ocorrido uma redução de 1,7% entre os anos de 2019 e 2020, houve um crescimento considerável de 18,1% em 2021, chegando a 441 mil matrículas.

Para o economista Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, a pandemia e as incertezas econômicas foram um fator decisivo para o crescimento dos cursos de especialização. “Quando há uma crise, as pessoas se preocupam em melhorar a empregabilidade, seja para garantir a permanência no emprego ou para conquistar uma nova vaga. E, sem dúvida, a melhor maneira para fazer isso é investir na formação”, afirma Capelato. Para o diretor executivo, o home office também colaborou para o aumento dos cursos de especialização. “No home office, os profissionais têm mais flexibilidade e tempo, sem a necessidade dos deslocamentos diários, para conciliar a agenda profissional com a pessoal”.

De acordo com a pesquisa, apesar de uma queda sutil, ainda há predominância de alunos da cor branca entre os que frequentam cursos de especialização de nível superior no Brasil (716 mil alunos), o que representa mais de 60% do total. Em 2021, na graduação a participação de alunos de cor parda e preta é de 48,7%, enquanto na pós-graduação lato sensu a participação é de apenas 38%. “Houve uma discreta democratização do acesso nos últimos cinco anos, mas o Brasil ainda precisa avançar para garantir educação a todos”, pontua Capelato. Para ele, a Lei de Cotas deveria abranger também a pós-graduação. “Precisamos de política pública destinada aos cursos de especialização para melhorar a renda da população, a economia do país e, principalmente, para garantir que todos tenham acesso à educação”, afirma.

A pesquisa também indica que o número de cursos de especialização ativos no Brasil chegou a 173 mil em 2021, o que representa um aumento significativo de 136% em relação a 2019. A maioria dos cursos ativos é ofertado por instituições de ensino privadas (97%), 64% são presenciais e 86% são das áreas de “Educação”, “Ciências Sociais, Negócios e Direito” e “Saúde e Bem-estar Social”. Percentualmente, o maior aumento foi de cursos EAD, 288%. Na rede privada, a participação dos cursos de especialização na modalidade a distância cresceu de 22,5%, em 2019, para 37%, em 2021.”O número muito maior de cursos de especialização em comparação ao de graduação se deve à desregulamentação desses cursos, a ofertas mais específicas e ao ciclo de vida mais curto”, explica o diretor executivo do Semesp. Sobre o aumento expressivo de cursos a distância, Capelato diz que “a pandemia e a adoção das aulas remotas provocaram essa tendência e que deve continuar nos próximos anos”.

A pesquisa também mostra que o valor médio do curso completo de especialização chega a ser quatro vezes maior no presencial do que no EAD. Os cursos ofertados pelas instituições sem fins lucrativos geralmente são mais caros que aqueles das instituições com fins lucrativos. No presencial, as áreas de Educação e Negócios possuem um valor médio menor do que as demais áreas. Já no EAD, a área de Saúde e Bem-Estar foi a segunda com menor média.

Em 2021, mais de 1,07 milhão de alunos que frequentam um curso de especialização trabalham, o que representa 79,6% do total. Em 2020, devido à pandemia, esse número havia sofrido uma queda de 10,2%, chegando a 906 mil, o menor nível desde 2018. Além disso, 82,7% dos alunos de IES privadas trabalham; enquanto nas públicas esse percentual é de 63,8%. Aproximadamente 10% dos alunos trabalham em mais de um emprego e 67,4% trabalham com carteira assinada.

Ainda de acordo com a pesquisa, a diferença da remuneração média dos alunos de cursos de especialização é 120,5% maior em relação aos alunos de graduação, porém em comparação com alunos de doutorado a diferença não é tão grande. Os alunos de doutorado recebem, em média, remuneração 35,1% superior aos estudantes dos cursos de especialização.

Mais da metade dos alunos dos cursos de especialização de nível superior é da região Sudeste (51%). Isso representa um total de 683 mil alunos. O crescimento de matrículas nessa região chegou a 170% de 2016 a 2021. No Brasil, entre os alunos que frequentam cursos de especialização de nível superior, a maioria (66,9%) pertence ao sexo feminino. Na graduação a participação é um pouco menor, 57,4% das matrículas em 2021 são de mulheres.

Em 2021, aproximadamente 57% dos alunos dos cursos de especialização de nível superior têm idade entre 25 a 39 anos. Entre os anos 2016 a 2021, é possível verificar um leve aumento na idade mediana dos matriculados, passando de 32 para 34 anos. A participação de alunos acima de 40 anos cresceu significativamente, de 25,5%, em 2016, para  30,7%, em 2021.

A pesquisa de Cursos de Graduação e Pós-graduação do Instituto Semesp foi elaborada com base nos dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Dados), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao segundo trimestre dos anos 2016 a 2021, e também contou com dados de um levantamento realizado pelo Instituto em outubro de 2021. Também foram consideradas informações contidas no site do e-MEC do Ministério da Educação.

Sobre o Instituto Semesp
O Instituto Semesp é um centro de inteligência analítica criado pelo Semesp. Integrado por especialistas com sólida experiência no levantamento e análise de dados sobre o ensino superior, o Instituto desenvolve estudos, pesquisas, indicadores e análises estatísticas referentes ao setor. Seu objetivo é disponibilizar para pesquisadores, educadores, gestores privados e públicos, jornalistas e para a sociedade em geral informações relevantes e confiáveis que lhes permitam tomar decisões, estabelecer estratégias ou formular políticas públicas, visando o desenvolvimento da educação superior.O Instituto é responsável por estudos e pesquisas divulgados anualmente pelo Semesp, como o Mapa do Ensino Superior no Brasil, a Pesquisa de Empregabilidade, a Pesquisa de Inadimplência e a Pesquisa sobre Cursos de Especialização Lato Sensu no Brasil, entre outros diagnósticos considerados essenciais para a compreensão do setor.

Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

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