O Instituto Semesp lança o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020, na próxima quinta-feira (21), às 11h, em evento on-line. O Mapa do Ensino Superior no Brasil oferece um panorama completo da educação superior das redes privada e pública do país, por regiões, estados e suas mesorregiões, com dados sobre financiamento estudantil, valores de mensalidades e cursos mais procurados, números de matrículas nas modalidades presencial e EAD, alunos ingressantes e concluintes, perfil dos estudantes, taxas de evasão e migração, entre outras informações.

Este ano, o Mapa de Ensino Superior no Brasil passou a ser produzido pela equipe do Instituto Semesp, um centro de inteligência analítica criado pelo Semesp com o objetivo de compartilhar para pesquisadores, educadores, gestores privados e públicos, jornalistas e para a sociedade em geral informações relevantes e confiáveis do setor. Outra novidade desta edição é a versão digital interativa, para facilitar a busca por informações do setor.

Os principais destaques do Mapa de Ensino Superior no Brasil 2020 são:

  • Queda de matrículas nos cursos presenciais de 2,1%. Já no EAD, as matrículas registraram aumento de 16,9%;
  • EAD avança mas não muda a taxa de escolarização líquida do país;
  • Projeção para 2020 é de queda de 7,6% no número de matrículas e de 13,9% de ingressantes;
  • No mercado de trabalho, taxa de desocupação é 54% menor para quem tem ensino superior;
  • Perfil dos Alunos de Graduação mostra grande desigualdade por classes sociais, e também por cor/raça e reforça a necessidade de políticas  públicas de inclusão.

Para Rodrigo Capelato, economista e diretor-executivo do Semesp, em relação às matrículas presenciais e EAD, o Mapa mostra que o setor do ensino superior segue a tendência apontada nos últimos anos, com queda do número de estudantes nos cursos presenciais e aumento de estudantes na modalidade EAD. Porém, Capelato destaca que uma análise mais aprofundada desses dados mostra, na verdade, que esse crescimento da modalidade EAD tem acontecido em virtude de uma migração de alunos dos cursos presenciais do turno noturno para o EAD.

“O sistema como um todo não tem crescido, como confirma a estagnação da taxa de escolarização líquida (17,9%), que só não tem caído porque a população dessa faixa etária tem diminuído. A modalidade EAD atinge um público de faixa etária mais velha, que não conseguiu acessar o ensino superior quando jovem ou que está em busca de uma segunda graduação” enfatizou o diretor-executivo.

Com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia do novo coronavírus, Rodrigo Capelato destaca também que esse novo modelo presencial, com aulas remotas ao vivo, diferente do modelo EAD que tem aulas gravadas e reaproveitadas em grande escala, pode atrair um público mais jovem e também frear essa migração do aluno do noturno presencial para o EAD.

Capelato também aponta que esse novo presencial também pode propiciar a abertura de outros cursos a distância, como Direito. “Essas mudanças que estamos vivendo possibilitam um novo tipo de curso, com foco no presencial somente para as aulas práticas, investimentos em laboratórios, etc.” Nesse caso, Capelato acredita que as Instituições de Ensino Superior de pequeno porte têm mais flexibilidade para fazer essas mudanças.

Com base em modelo econométrico, a equipe do Instituto Semesp projetou para 2020 queda de 7,6% no número de matrículas e de 13,9% de ingressantes

Outro dado que chama a atenção no Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020 é que a taxa de desocupação para quem tem ensino superior completo é 54% menor. “Em momento de crise e de alta na taxa de desemprego, como as estimativas do cenário atual, esse é um fator importante para conseguir uma vaga no mercado trabalho, ponderou Capelato.

Sobre o capítulo especial dessa edição, que mostra o perfil dos mais de 8,4 milhões de estudantes, Rodrigo Capelato afirma que, “infelizmente, o ensino superior brasileiro é excludente e, apesar das políticas de cotas terem funcionado para minimizar o problema, a questão do acesso às populações da raça/cor preta e parda ainda está longe de ser resolvida”. Apenas 14,7% dos jovens entre 18 e 24 anos que se autodeclaram pretos e 11,7% dos que se autodeclaram pardos estão matriculados em uma graduação.

Quanto maior a classe social, maior a condição de cursar o ensino superior: 61,9% dos jovens de 18 a 24 anos da classe A (que possuem renda domiciliar de mais de oito salários mínimos) frequentam o ensino superior, enquanto apenas 10,5% dos jovens da classe E (com renda domiciliar de até meio salário mínimo) acessam uma graduação. Três a cada quatro alunos de 18 a 24 anos da classe C que frequentam o ensino superior estão matriculados em uma IES privada.

No comparativo entre 2010 e 2018, no entanto, é possível perceber uma evolução no quesito diversidade dos estudantes. Na rede pública, essa evolução é atribuída às políticas de cotas, enquanto na rede privada a programas de financiamento estudantil como o Fies. “Uma questão que deve ser considerada é como essa evolução se manterá nos próximos anos com o declínio do Fies”, comentou Capelato.

Serviço
Apresentação Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020
Data: 21 de maio de 2020, quinta-feira
Horário: 11h
Local: On-line
Credenciamento Prévio: https://comunica.semesp.org.br/l/JiotebABF1186

Sobre o Instituto Semesp
O Instituto Semesp é um centro de inteligência analítica criado pelo Semesp. Integrado por especialistas com sólida experiência no levantamento e análise de dados sobre o ensino superior, o Instituto desenvolve estudos, pesquisas, indicadores e análises estatísticas referentes ao setor. Seu objetivo é disponibilizar para pesquisadores, educadores, gestores privados e públicos, jornalistas e para a sociedade em geral informações relevantes e confiáveis que lhes permitam tomar decisões, estabelecer estratégias ou formular políticas públicas, visando o desenvolvimento da educação superior.

O Instituto é responsável por estudos e pesquisas divulgados anualmente pelo Semesp, como o Mapa do Ensino Superior no Brasil, a Pesquisa de Empregabilidade, a Pesquisa de Inadimplência e a Pesquisa sobre Cursos de Especialização Lato Sensu no Brasil, entre outros diagnósticos considerados essenciais para a compreensão do setor.

Sobre o Semesp
Fundado em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de excelência e orientação especializada aos seus associados, oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica do país, além de preservar, proteger e defender o segmento privado do ensino superior brasileiro. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo, e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da Universidade Corporativa Semesp.

Mais informações para a imprensa

Roseli Ramos
Assessora de Comunicação do Semesp
Convergência Comunicação Estratégica
(55 11) 2069-4419 | 97237-8237