Fies tem 1,4 milhão de novos contratos até março de 2014 

 São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Paraná são os estados brasileiros que mais aderiram ao programa.

 Em Santos foram 4 mil contratos firmados de abril de 2010 a abril de 2014.

Os assessores técnicos do Fies e do ProUni e do Departamento Jurídico do Semesp – Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo, Alexandre Mori e Raquel Carmona, finalizaram nesta terça-feira (15 de abril) o primeiro dia da 10ª Jornada Regional de Santos mostrando números otimistas e as principais oportunidades e riscos que as Instituições de Ensino Superior enfrentam nas modalidades de bolsas de estudos e de financiamento estudantil. Alexandre Mori falou das oportunidades do Fies e a doutora Raquel Carmona divulgou informação sobre o Programa Bolsa Escola da Família, da Secretaria de Educação do Governo do Estado de São Paulo, que irá ampliar a oferta de bolsas nos cursos de bacharelado de 30 mil para 40 mil bolsas.

Segundo Mori, de janeiro de 2010 a dezembro de 2013 o crescimento do Novo Fies chegou a 630% (2010 – 76 mil contratos; 2011 – 154 mil; 2012 – 377 mil e 2013 – 556 mil). De janeiro até março de 2014 já foram formalizados cerca de 300 mil contratos, perfazendo um total de 1,4 milhão de novos contratos. Em São Paulo foram 290 mil financiamentos, seguidos por Minas Gerais (145 mil) e Bahia (80 mil). Já o número dos que aderiram ao programa em São Paulo foram 286 mil, seguido por Minas Gerais (145 mil) e Paraná (108 mil). O governo desembolsou R$ 16,3 bilhões com o Fies de 2010 a 2013 em um valor contratado de R$ 47,9 bilhões, sendo R$ 8,3 bilhões de recompra. Na Região Administrativa de Santos, de abril de 2010 a abril de 2013, foram 4  mil contratos firmados e em Registro cerca de 200.

De acordo o assessor do Fies, “as IES não devem mais ter medo de oferecer o Fies a seus alunos porque os números mostram uma evolução crescente e dificilmente o governo vai fechar um programa com tamanho sucesso.” Para os estudantes a adesão ao Fies também é vantajosa porque há carência de 18 meses para pagar, amortização para três vezes o tempo do curso e mais 12 meses e juros de 3,4% ao ano.

O perfil dos estudantes contratados têm características semelhantes aos estudantes de cursos presenciais, ou seja, 96% fizeram o Enem; 82% tem renda familiar de até 5 salários mínimos; 78% tem renda de 1,5 salário mínimo per capita; 75% vem de escola pública; 63% tem entre 18 e 24 anos, 59% são mulheres e 50% são brancos. Os cursos mais financiados por esses alunos são: Engenharias (222 mil), Direito (196 mil), Administração (106 mil), Licenciatura (106 mil) e Enfermagem (98 mil).

As mantenedoras de instituições de ensino que aderiram ao Fies participam do risco do financiamento como devedoras solidárias, com limite percentual de 15% para as instituições de ensino adimplentes com as obrigações tributárias federais; e de 30% para as inadimplentes. “Esse risco pode ser coberto parcialmente pelo Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC), que atua como devedor solidário e reduz o risco de crédito quando se trata de estudante matriculado em curso de licenciatura, com renda familiar mensal de até um salário mínimo e meio ou bolsista parcial do Programa Universidade para Todos (ProUni)”, diz Mori.

O FGEDUC, criado pela Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009, proporciona segurança e facilidades aos diversos agentes participantes do Fies. A garantia é de 80% para contratos firmados até 3 de abril de 2012 e de 90% para os contratados a partir de 4 de abril de 2012. O risco sobre a parcela do financiamento não garantida é coberto pelo Fies e pela mantenedora. No caso da mantenedora ter aderido ao FGEDUC, não haverá necessidade de realizar nova adesão, tendo em vista que essas novas condições de cobertura e contribuição se aplicam aos contratos de financiamento formalizados após 3 de abril de 2012, independentemente da data em que a adesão foi realizada.

Com o FGEDUC, a mantenedora paga, mensalmente, a título de Comissão de Concessão de Garantia (CCG), 6,25% calculado sobre a parcela das operações de financiamento garantidas pelo FGEDUC, ou 5,63% calculado sobre o valor total do financiamento. O valor da CCG é debitado dos encargos educacionais pagos pelo FNDE e repassado ao fundo garantidor. E, a partir de 1º de fevereiro de 2014, o cadastro ao FGEDUC passou a ser obrigatório pelas mantenedoras.

“De 2010 a 2013 foram 623,4 mil contratos, um crescimento de 54% desde 2010. A vantagem desse programa é que as IES podem ter uma redução na participação no risco de crédito, crescimento de matrículas, redução na inadimplência e na provisão da garantia de risco, além de para o aluno o custo sobre o total do curso ser o equivalente a 5,63% sobre os 100% da mensalidade do curso”.

Programa Escola da Família

A Assessora Jurídica do Semesp, doutora Raquel Carmona, deu uma boa notícia em primeira durante sua palestra. “Tivemos reunião com os representantes do Programa Bolsa Escola da Família, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, na última segunda-feira (dia 31) e devido a grande demanda das instituições, o programa será ampliado de 30 para 40 mil bolsas ofertadas.”

O Programa Escola da Família é uma parceria entre Estado e as IES que concede até 50% de bolsa ao aluno de bacharelado e bolsa integral para a licenciatura, com estágio de 8 horas (aos sábados e domingos) em escolas credenciadas das redes municipal e estadual. “O pagamento é feito em espécie para a instituição e é mais uma possibilidade de captação e retenção de alunos, uma vez que a partir da adesão da instituição, os alunos podem concorrer a bolsa a qualquer momento”, lembrou Raquel.

Em seguida, ela falou sobre o  Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), aberto às instituições de ensino em março do ano passado com objetivo de ampliar a oferta de cursos técnicos de nível médio, com o apoio das IES que possuem infraestrutura para receber os interessados.

Segundo a assessora jurídica do Semesp, as oportunidades e vantagens do programa para as IES são:  aumento da oferta de cursos com perfil diferenciado de alunos, custo baixo, uma vez que a instituição já tem infraestrutura e corpo docente e o repasse relativamente rápido com uma previsão legal prevista para até 45 dias, após formalizar a matrícula no curso. Os riscos são problemas operacionais, engessamento do processo seletivo limitando os ingressantes, demora no retorno das demandas, evasão de cerca de 40%, repasse da primeira parcela de 100 dias e a segunda parcela, que deveria ter saído nesta segunda-feira, ainda não foi feita”, disse.

Raquel enumerou também as dúvidas frequentes enfrentadas pelos profissionais das IES como enquadramento sindical e remuneração de professores, dificuldade para adesão e habilitação, limite do valor da hora/aula aluno e cálculo da hora/aula aluno e fez ainda um alerta para os riscos que devem ser levados em conta quando uma IES for aderir a vários programas e conceder diversos tipos de bolsas de estudo: “gestão complexa, perda de controle financeiro, custo elevado e oferecimento de bolsas de estudos buscando captar alunos, mas que leva a um menor retorno financeiro.”

A advogada do Semesp falou ainda das oportunidades na adesão dos seguintes programas estaduais:

Pibid – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – destinado aos alunos de licenciatura que já atuem no magistério na rede pública com um trabalho de pesquisa e acompanhamento pedagógico. A bolsa auxílio é de R$ 400.

Residência Educacional – Voltado aos estudantes de licenciatura, matriculados há mais de 6 meses em uma IES, com atuação no ensino fundamental e médio, tem um estágio de 15 horas semanais e direito a bolsa auxílio de R$ 600.

Bolsa Alfabetização – Parceria com IES para repasse de bolsas para estudantes do curso de Pedagogia e Letras. O objetivo é alfabetização de crianças do ensino fundamental e os estudantes recebem bolsa auxílio de R$ 700 (R$ 500 para a mensalidade e R$ 200 para cobertura de alimentação e transporte).

PraValer Crédito Universitário – É um financiamento privado para os cursos de graduação, pós-graduação e curso técnico, que permite ao aluno o financiamento da mensalidade. Pode ser utilizado como complemento ao Prouni ou Fies.

Por outro lado, os riscos para a adesão a esses programas podem ser “dificuldade de atrair alunos, baixa demanda pelos cursos de licenciaturas, concorrência com os programas do Governo Federal que são mais atrativos aos alunos, como o Fies, diversidade de programas que geram custos e a própria descontinuidade dos mesmos”, finalizou Raquel.

Serviço: 

Jornada Regional de Santos

Data: Dias 15 e 16 de abril

Horário: das 8h30 às 16h

Local: Mendes Plaza Hotel
End.: Av. Marechal Floriano Peixoto, 42

Inscrições: www.semesp.org.br ou [email protected] – Fone: 11 2069-4416

Programação:

DIA 16:

8h30 – Recepção dos inscritos

9h00 -12h00

LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL – ProUni, Medidas Cautelares, Calendário Regulatório MEC, Alterações na Portaria 40/2007, INSAES – José Roberto Covac – Consultor Jurídico do Semesp

12h00 – 13h00: Almoço oferecido pelo evento

13h30 – 16h00

POLÍTICAS EDUCACIONAIS E O PAPEL DO PESQUISADOR INSTITUCIONAL –  Andréia Cristina Fregate Baraldi Labegalini Pesquisadora Institucional da Universidade de Marília

Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – Semesp congrega cerca de 200 mantenedoras no Estado de São Paulo e no Brasil. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp e www.twitter.com/semesp_online .

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