Créditos: Gustavo Morita

Estudo inédito realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) a pedido do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) foi apresentado nesta sexta-feira (26) durante o 16º FNESP – Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro e revelou que a  parceria entre Governo e instituições de ensino superior privadas nos  programas de financiamento estudantil, não só deve continuar como pode sanar um grande atraso na educação superior no Brasil.

“O programa tem qualidades e limitações, no entanto, pode ser aperfeiçoado. Vejo o FIES como uma solução social de redemocratização e não como um ensaio nacional desenvolvimentista a ser usado na agenda de partidos políticos. O FIES pode sanar o pouco que foi investido em educação nos anos 50, onde somente 1,5% do PIB ia para esse setor. Embora essa porcentagem de investimento em educação hoje tenha aumentado para 5% a 6% do PIB, o atraso educacional ainda é muito grande e não vai ser sanado em tão curto prazo”, afirmou Samuel Pessôa.

Indagado sobre a possibilidade da inadimplência crescer com mudanças na política econômica do Governo, Pessôa tranquilizou os mantenedores presentes. “A contrapartida dos alunos beneficiados não será exclusivamente com o pagamento do empréstimo universitário, mas também com o aumento na arrecadação de impostos retidos na fonte, uma vez que a renda das pessoas com um diploma de ensino superior quase dobra quando comparada aos que concluíram apenas o ensino médio. E tem mais um item importante nessa equação: os estudantes não vão querer ficar negativados no Serasa. Acredito que a inadimplência vai girar em torno de 6% a 7%”.

Pessôa afirmou que “o FIES é um programa muito moderno de intervenção estatal no ensino que atende ao objetivo de igualdade de oportunidades”,  Segundo o economista, “do ponto de vista financeiro, devido ao fortíssimo subsídio envolvido e à possibilidade de elevada inadimplência do setor público, seu maior retorno será o ganho de receita produzida pela elevação da produtividade do aluno beneficiado”.

O palestrante disse que para que o programa se mantenha positivo é importante que os critérios de qualidade dos cursos sejam rigorosamente verificados. Pessôa fez também sugestões para melhorar os incentivos, como: pagamento ser associado à renda do trabalho (modelo australiano), aumentar o incentivo para que o aluno financie somente uma parcela do programa e criar programas diferenciados em função da renda familiar, verificando com mais cuidado o atendimento dos critérios de elegibilidade

O representante do FNDE, Flávio Carlos Pereira, concordou com Pessôa e mostrou que os 1,8 milhão de contratos firmados até agora, só vai começar a gerar retorno positivo nas contas públicas a partir de 2025. “Não podemos perder de vista a política cujo principal objetivo é a inclusão dos jovens na educação superior e contamos com a eficiência dos agentes financeiros nessa  cobrança. Caso a inadimplência ocorra maior do que previmos, e torno de 10%,  vamos acionar o fundo garantidor.”

Luís Gustavo Lara Rosenburg, gerente de crédito e risco da Kroton Educacional, coordenou o debate e disse que o grupo “confia plenamente no FIES” e que hoje contabiliza 250 mil alunos no programa. .

O debate foi produtivo e mostrou números diferentes do relatório alarmante divulgado semana passada pelo Morgan Stanley, onde a sustentabilidade do FIES foi colocada em questão, afirmando que o fundo garantidor do financiamento não será capaz de arcar com uma inadimplência que pode aumentar de 10% para 25% em 2017, quando começam os primeiros pagamentos do empréstimo.

DIA 26 DE SETEMBRO

11h30 às 13h00 – Sessão 5

Sustentabilidade e experiências acadêmicas: quais são os caminhos e as alternativas para repensar o ecossistema acadêmico?

Paulo Blikstein – Professor da Escola de Educação e Diretor do Transformative Learning Technologies Lab da Universidade de Stanford, Estados Unidos

Gustavo Hoffmann – Diretor Acadêmico do Grupo FACEB e Pró-Reitor Acadêmico da UNIPAC.

14h30 às 16h30 – Debate de encerramento:

Líderes que estão repensando o ensino superior: o desafio da mudança e as boas experiências

Apresentação de documentário sobre as boas práticas de ensino e as experiências de aprendizado estudantes.

Caco Barcelos – Jornalista, escritor e apresentador do programa Profissão Reporter, da Rede Globo.

Equipe de produção do Profissão Repórter

Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – Semesp congrega cerca de 200 mantenedoras no Estado de São Paulo e no Brasil. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp ehttps://www.linkedin.com/company/semesp . E para ter acesso aos cursos da Universidade Corporativa Semesp acesse:  http://www.uc.semesp.org.br

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