Estruturar um setor dedicado a analisar e solucionar casos de alunos com dificuldade de continuar os estudos, aumentando os índices de retenção dos estudantes na Universidade. Este foi o caminho encontrado pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, da cidade de São Paulo, segundo o seu diretor educacional Solano Portela. “Iniciamos um levantamento em 2009 para saber o motivo dos trancamentos e cancelamentos”, disse ele durante palestra na Jornada Regional do Semesp em Campinas, evento voltado para mantenedores de instituições de ensino superior particular.

A partir das estatísticas e dos resultados dos estudos que se estenderam em 2010 e 2011, todas as áreas da escola foram envolvidas para montar um plano estratégico, com o estabelecimento de metas para reduzir a evasão. “Do início deste ano até final de fevereiro, o Mackenzie conseguiu reverter 67 casos, o que representou uma receita anual de R$ 760 mil, que poderia ter sido perdida”, disse Portela.

Ele acrescentou também que, após participar de um simpósio internacional, em New Orleans, no ano passado, identificou três pontos que devem ser considerados para reter alunos. “Desenvolver a percepção do quanto a experiência universitária transcende as salas de aula é o primeiro exercício que deve ser feito. O processo de ensino-aprendizado é, por vezes, maior na interatividade com a Instituição, do que no tempo passado nas salas de aula. Consequentemente, quanto mais a Instituição ampliar essa interatividade, mais possibilidade de retenção ela terá”, avaliou.

A segunda questão trata de repensar as políticas, programas e práticas acadêmicas, sempre pensando na retenção. “Se a retenção for o eixo, o que deveria ser modificado? Pode ser que após os estudos iniciais as mudanças não sejam totalmente viáveis, mas considerando o custo da evasão é certamente um exercício que vale a pena cada instituição realizar”, disse Portela.

O terceiro passo é dar mais ênfase à parte prática do ensino. Segundo Portela, a hiperconcentração na teoria é um grande fator de desmotivação e afastamento de alunos de um determinado curso. O mais assertivo é o envolvimento em pesquisas desde o primeiro ano, grande fator de motivação.