Aulas devem oferecer conceitos de inovação e empreendedorismo, em qualquer área do conhecimento

 Professor brasileiro de física na Irlanda explica metodologia que tem expandido o ensino em uma das mais conceituadas universidades daquele país

A maioria das escolas não oferece conceitos de inovação e tecnologia nas aulas de graduação ou pós, o que leva os estudantes e pesquisadores a demandarem mais tempo para aplicar suas pesquisas, ou mesmo desperdiçarem conhecimentos importantes.

Esta situação é real, segundo o brasileiro Mauro Ferreira, professor-pesquisador do Trinity College, de Dublin, e foi vivenciada por ele, que somente após concluir seu pós-doutorado é que foi convidado a aplicar seus estudos em um produto. Ele apresentou este e outros casos durante palestra no 15º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular – FNESP, que acontece em São Paulo nesta quinta e sexta-feira (26 e 27).

Ferreira coordena grupos em um programa chamado “Innovation Academy”, que desde cedo apresenta conceitos que facilitam a aplicação prática dos estudos, em qualquer área, buscando transformá-lo e um produto cultural, econômico ou em uma política que gere benefícios sociais”, explica.

Neste programa, dividido em módulos de atividades, os alunos são convidados a aprimorar equipamentos já existentes, através de problemas ou situações sugeridas tanto por professores quanto por empresas, que estão sempre muito próximas. “Além de contarem com os estudos para ampliar conhecimentos que possam ser úteis em suas atividades, as empresas também usam este programa como uma ferramenta de identificação de talentos”, revela o professor brasileiro.

Outro exercício é o desafio para que os estudantes diagnostiquem alguma aplicação prática de seus estudos, também em qualquer área. Mauro Ferreira citou o caso de um aluno que estudava as tempestades solares e que, tentado a promover a aplicação prática de seu estudo, desenvolveu um aplicativo para celular que identificava as tempestades, informando as companhias de telecomunicações que, com isso, podiam prevenir ou amenizar os efeitos daqueles fenômenos nas comunicações.

Instituto Porvir

Essa expectativa por inovação, inclusive, não é apenas do interesse de educadores. Os próprios alunos buscam mudanças nos métodos de ensino, de acordo com a jornalista Anna Penido, diretora executiva do Instituto Inspirare.

Baseada em diversas pesquisas, ela identificou que a falta de prática é uma das razões para a falta de sintonia entre as empresas e os estudantes e que, antes disso, para a própria manutenção do interesse dos alunos pela escola.

“O ensino será cada vez mais flexível para atender aos interesses de cada vez mais específicos dos estudantes”, afirma a jornalista, para quem “a inovação deve ser perseguida tanto por aqueles profissionais que vão trabalhar em um departamento de uma empresa, por um professor ou por quem pretende criar sua própria empresa”.

Ainda de acordo com Anna Penido, diversos estudos comprovam essa necessidade que está se tornando uma tendência, ao revelarem algumas expectativas dos estudantes brasileiros e latino-americanos: querem uma forma de estudo que tenha sentido; que os prepare para o mercado; que os ajude a empreender; que desenvolva sua capacidade de inovação; que os ajude a construir um mundo melhor; que extrapole a sala de aula, que os ajude a realizar e ser feliz e que seja permeada de tecnologia.

O professor Mauro Ferreira e a jornalista Anna Penido participaram do painel “Competitividade e gestão das mudanças na atitude dos professores, no currículo e nas metodologias de ensino”, no primeiro dia do FNESP, em São Paulo.


Sobre o Semesp

Fundado em 1979, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – Semesp congrega 370 mantenedoras e 545 mantidas, que oferecem cursos em 162 municípios do estado de São Paulo. Tem como objetivo preservar, proteger e defender o segmento privado de educação superior, bem como prestar serviços de orientação especializada aos seus associados. Periodicamente, realiza uma série de eventos, visando promover a interação entre mantenedoras e profissionais ligados à educação. Dentre eles, destacam-se o Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, o Congresso Nacional de Iniciação Científica e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo. Para saber mais, acesse www.semesp.org.br/portal/ ou www.facebook.com/semesp e www.twitter.com/semesp_online.

 

Serviço

15º FNESP – Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro
Data: 26 e 27 de setembro de 2013
Local: Hotel Renaissance – Alameda Jaú, 1.620 – Jardins – São Paulo – SP

 

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