Criatividade dos estudantes vai da criação de aplicativos diversos para smartphones até estudo da empregabilidade por meio da política de cotas

Durante o 1º dia do 14º Congresso de Iniciação Científica (CONIC), realizado pelo SEMESP – Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo, em parceira com a Universidade de São Paulo (Unicid), foram apresentados 901 trabalhos, em três sessões divididas em 466 painéis e 435 salas de aula. Os trabalhos foram distribuídos em cinco áreas: Ciências Biológicas e Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Sociais, Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias e Tecnologias.

A edição deste ano do CONIC-SEMESP tem como tema “O Ano do Código”, que visa estimular a aplicação do conhecimento na programação digital e aproximar o universo da programação das pessoas interessadas por tecnologia. O projeto dos alunos William Rodrigues da Silva e Reginaldo Santos, ambos cursando Sistemas de Informação da Faculdade de Educação São Luís, em Jaboticabal (SP), vão nessa linha, quando a dupla criou aplicativos para celulares capazes de ajudar os usuários nas áreas de saúde e locomoção.

Willian desenvolveu um prontuário médico com Sistema integrado em smartphones, uma espécie de aplicativo que tem como objetivo facilitar o atendimento e diminuir as filas nos hospitais. “O usuário descreve os sintomas no aplicativo por meio de texto, e o sistema realiza uma triagem e já encaminha o paciente para a área específica ou tratamento, evitando as longas filas de espera nos hospitais”, explica o estudante.

Já o aluno Reginaldo Santos desenvolveu um aplicativo capaz de auxiliar na segurança pública. “Proposta de um software para traçar uma rota segura” é o tema do projeto e se assemelha a um GPS, informando ao motorista caminhos que evitem passar por ruas com altas taxas de assaltos. “As ruas são atualizadas de acordo com os boletins da Policia Militar e o aplicativo indica as localidades com taxas mais altas de ocorrências”, disse o aluno.

Na área de Engenharias e Tecnologias, o estudante de engenharia elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia, Dimitri Zimzopoulos Passeti, vem desenvolvendo um protótipo de gerador de microondas com controlador programável que acelera a fundição de metais para a indústria com 6 mil watts de potência a mais que o tradicional hoje utilizado.

Saúde 

Vale destacar ainda projetos apresentados na área de Ciências Biológicas e Saúde que podem vir a melhorar a saúde dos brasileiros. A estudante Aline Freitas de Paula Melo, cursando o 4º ano de Biotecnologia da Uniso, faz um estudo com ratos sobre os efeitos benéficos do leite de kefir para reduzir tumores. “Vivi 3 anos no Japão e experimentei uma bebida láctea com kefir, uma planta cultivada no Cáucaso. Lá ele é conhecido como alimento que prolonga a vida e aqui ele pode ser um ótimo probiótico para reduzir a formação de tumores”, acredita.

Outra técnica que pode melhorar a saúde de quem tem problemas fisioterapêuticos é o Distensionamento Miofascial Aquático (DMA), aplicado em 22 universitárias do Instituto Presbiteriano Mackenzie pelas estudantes Francineide Oliveira Vieira e Daila Alves Brito Sattelmeier. “A técnica resulta em uma evolução no alongamento três vezes maior que um alongamento tradicional”.

A aluna de psicologia da Anhanguera Bauru, Débora Cristina Machado, elaborou um trabalho com o tema “Fatores de risco e de proteção na prevenção ao uso de drogas em uma cidade do estado de São Paulo”. Durante a pesquisa a estudante avaliou o comportamento do indivíduo com a família, a sociedade e a droga. “Foram avaliados 316 indivíduos e 51% deles não acreditam que a escola cumpre um bom papel na prevenção ao uso de drogas. Além disso, grande parte tem casos de uso de drogas lícitas na própria família”, afirma a aluna, que tem como objetivo elaborar uma política pública para sanar ou diminuir os usuários de drogas.

Thais Ruiz Martins Brites da Silva, do curso de Medicina da UNICID, analisou os trabalhos desenvolvidos pelo OBAS (Orientações Básicas aos Agentes de Saúde), no qual os próprios alunos da universidade transferem seus conhecimentos para os agentes comunitários. “Este é um projeto que é bom tanto para os alunos, quanto para os agentes, porque os alunos têm contato direto com o ambiente hospitalar e os agentes com novos conhecimentos”, diz a estudante.

Políticas sociais 

Na área de Ciências Humanas, vários projetos com apelo social se destacaram entre as apresentações. Desde reivindicações trabalhistas até os que tratam da questão discriminação racial e políticas de cotas.

Jéssica Caroline Jacometti, aluna de Ciências Contábeis na Anhanguera de Rio Claro, tratou em seu estudo da importância da formalização do microempreendedor individual, cujos requisitos para ter assegurados direitos trabalhistas estão no Portal do Empreendedor. “O pedreiro, pintor, hamburgueiro e outros trabalhadores que possuem renda familiar baixa e trabalham de forma informal ou autônomo, podem ter as mesmas garantias e direitos do trabalhador formal, eles precisam apenas seguir alguns requisitos, como o pagamento de uma taxa e sem precisar de uma assessoria contábil ou emitir nota fiscal do serviço prestado”, informou a aluna. 

O estudante do 1º ano de Administração da Faculdade Zumbi dos Palmares, Vailton Carlitos Gomes, desenvolve um projeto de pesquisa junto aos estudantes e ex-estudantes da faculdade para saber o índice de empregabilidade conquistado depois da formação por inserção no ensino superior por meio de políticas de cotas. “O projeto científico está em andamento mas os resultados preliminares mostram que os alunos estão conseguindo se empregar e o que é mais importante, não estão sendo discriminados.”

A estudante de Direito da mesma IES, Adriana Nascimento Maciel, observou em seu trabalho “Um amor para recordar, uma etnia para esquecer: identidade racial nas relações afetivas”, que ainda hoje as mulheres negras são vistas como objetos sexuais. “Muitas mulheres negras que foram para o caminho da formação universitária estão sendo discriminadas pela  própria família e até casamentos terminam. É um problema cultural porque as negras sempre foram vistas como objeto de desejo e não dignas de alçar voos mais altos”.

Serviço

14º CONIC-SEMESP

UNICID – Universidade Cidade de S. Paulo

Rua Cesário Galeno, 475 – Tatuapé – São Paulo – SP

Data do evento: 28 e 29 de novembro de 2014

Informações: [email protected] ou pelo telefone: (11) 2069-4416

Portal Semesp: www.semesp.org.br

 

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