7º Seminário de TI do Semesp mostrou tendências para 2016

Programa direcionado a profissionais de tecnologia da informação das IES abordou a gestão estratégica em tempos de crise

O Semesp – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior realizou nesta terça-feira (24), na sede da entidade em São Paulo, a 7ª edição do Seminário de Tecnologia da Informação. O evento, que reuniu profissionais do setor nas as instituições de ensino superior e teve o patrocínio da D2L e Techne, discutiu como deve ser a estratégia na área de TI para  as IES em 2016, principalmente na questão de prioridades de projetos e investimentos em tecnologia da informação em tempos de crise.

Eduardo Valverde, diretor de Suporte e Operações da Digisystem, mostrou que IES de todos os portes devem definir suas estratégias com o uso da Gestão à Vista, um mapa estratégico de TI que prioriza quatro dimensões: finanças, clientes, aprendizagem e crescimento e processos internos. “Ao criar e manter o painel de Gestão a Vista a IES vai ter uma visão de onde está, para onde quer ir e ter indicadores de desempenho para manter as equipes produtivas e preocupadas em atingir as metas do planejamento estratégico mudando, reestruturando e desengavetando projetos”, disse.

César Fava, consultor em TI e gestão educacional e organizador do seminário, alertou que as previsões para 2016 são de que será um ano decisivo para o uso da nuvem e questionou os presentes qual a melhor forma de uma IES ter essa implementação, se em nuvem pública, privada ou híbrida. “A vida do CIO moderno não está fácil, e a grande dificuldade desse profissional é alinhar a estratégia de TI ao negócio, trazer mais competitividade a IES, manter o parque de hardware, software e comunicações atualizado, adaptar a IES à mobilidade, garantir as plataformas para novas formas de ensino, manter a segurança da rede, sistemas e informações e ainda escolher assertivamente as ofertas de produtos, serviços, fornecedores e modelos de contratação e pensar como guardar todos esses dados se em nuvem pública, privada ou híbrida.”

O consultor de TI educacional, prof. Dr. Davi Nelson Betts, falou da importância dos analíticos e do sistema de aprendizagem. “Não estamos mais lidando com a geração internet e sim com a Web 3.0, a web semântica, da internet de todas as coisas, e isso afeta a estrutura cognitiva dos alunos que chegam nas IES. São alunos que usam partes diferentes do cérebro para aprender. Nossa TI não pode ser mais focada em relatórios a serem encaminhados e sim em conhecimento analítico. Falamos de realidade virtual, máquinas de busca inteligentes, resposta instantânea, multitarefa, colaboração e redes sociais. Essas mudanças devem acontecer nas faculdades de pedagogia, preparando o docente para ser o grande articulador do conhecimento e projetando o ensino novos modelos como os MOOCs = Massive Open Online Courses, e o conhecimento “just in time”, formando cada vez mais autodidatas e cabeças pensantes.”

Christian Menescal, CEO da CSTA, (ex-Insper e Ibmec), listou as 10 tendências que afetarão os negócios das IES em 2016 e seus impactos na TI: personalização é o novo bar; limitar a experiência do cliente destruirá resultados financeiros; liderança importará mais do nunca; cultura será um ponto crítico para o sucesso empresarial; empresas tradicionais baterão de frente com os seus disruptores; programas de fidelidade focarão no engajamento; Analytics tornar-se-á uma arma fundamental para a competitividade; negar “digital” será uma estratégia fatal; privacidade se move de uma proposta de nicho para uma de valor e operação se tornará um núcleo de valor.

William Torres, gerente de marketing da Techne apresentou a Solução Lyceum Educacional (SaaS), uma ferramenta criada para  atuar na nuvem, que promete eliminar investimentos em hardware, com menor custo e tempo de implantação, melhores práticas de mercado e escalabilidade no uso de recursos e ainda cuidar dos processos de negócios das IES como seletivo, faturamento, fechamento e abertura de período letivo, rematrícula. Marcelo Silva e Felipe Casaburi Ferreira, gerente de contas e consultor de implementação de projetos da D2L, mostraram o funcionamento de uma solução de Big Data, o sistema Brightspace, uma plataforma para tomada de decisões acadêmicas e estratégicas que já lista todos os dados para mensuração de resultados.

No término do seminário foi definida uma reunião para o próximo dia 10 de dezembro, na sede do Semesp, que discutirá a criação de um Grupo de Trabalho, focado nas IES que discutirão cases de TI que estão dando certo ou não.

Investimentos em TI no Brasil

Segundo o Gartner Group, os investimentos previstos para o setor de TI no Brasil atingirão US$ 96,4 bilhões em 2016, um aumento de 0,6% em relação ao valor projetado para 2015, que totalizava US$ 95,8 bilhões. Em comparação com os gastos de 2015, as projeções para o próximo ano mostram que, no Brasil, o segmento de dispositivos (incluindo PCs, tablets, celulares e impressoras) movimentará US$ 14,6 bilhões no ano, um declínio de 3,5%. Já os investimentos com sistemas para Data Center devem superar US$ 2,4 bilhões, um aumento de 2,4%. Gastos com software totalizarão US$ 4,3 bilhões, registrando um crescimento de 5,4%. Os serviços de TI deverão consumir cerca de US$ 19 bilhões em 2015, o que representa um aumento de 6,4% em relação ao ano passado; e os serviços de comunicação, na projeção, terão um total de US$ 56 bilhões de investimentos em 2016, 0,5% menos em relação ao ano passado.