Daniel Pedro Puffal, professor da Unisinos, falou sobre a transformação da IES em uma universidade empreendedora por meio da inflexão tecnológica.

Duas IES brasileiras apresentaram como mudaram o mindset institucional nesta sexta-feira, 27, no segundo dia do 21º FNESP, no WTC São Paulo. Participaram do painel o pró-reitor da Univates, Oto Roberto Moerschbaecher, e o representante da Unisinos Daniel Pedro Puffal contaram aos presentes como se deu processo de mudança do DNA de suas instituições e quais os resultados alcançados por meio dessas transformações empreendedoras que uniram aprendizagem e serviços.

O pró-reitor da Univates, Oto Roberto Moerschbaecher, contou sobre as fontes de receitas alternativas adotadas pela instituição com o intuito de não ficar apenas refém das receitas geradas pelas matrículas dos alunos. Moerschbaecher citou as atividades gerados de receitas da IES que não estão diretamente relacionadas à atividade base da Univates: o Laboratório UNIANÁLISES; a o Unidade de Negócios em Tecnologia da Informação – UNTI; Laboratório de Tecnologias da Construção – LATEC; a Residência Estudantil – MITRE; o Centro de Serviços em Saúde – CSS; e o EaD.

“A partir de um cenário de crise que começou a afetar a situação financeira de nossos alunos e das primeiras mudanças relacionadas ao Fundo de Financiamento (Fies), começamos a buscar fontes alternativas de receitas em 2014”, explicou citando as funções e como atuam cada uma dessas unidades. “O objetivo era não ficar tão dependente do ingresso de alunos e manter assim nossa infra-estrutura e manter a qualidade do ensino”. O resultado da empreitada é a união do potencial acadêmico da IES com sua capacidade empreendedora de prestar serviços para a comunidade e tem exercido uma grande importância no desempenho econômico-financeiro da instituição.

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A consultora da Boston College, Liz Reisberg, conduziu debate com Oto Roberto Moerschbaecher (Univates) e Daniel Pedro Puffal (Unisinos) sobre mudança de mindset institucional 

Em seguida, o professor de Gestão de Negócios Daniel Pedro Puffal, da Unisinos, falou sobre a transformação da IES em uma universidade empreendedora por meio da inflexão tecnológica.”Em 2004, a Unisinos passava por uma situação complexa financeira com problemas graves de gestão”, lembrou. “Fizemos então um planejamento estratégico mudando nossa estrutura com o objetivo de influenciar positivamente no desenvolvimento econômico e social por meio da tecnologia, transformando a matriz produtiva da região”.

A partir desse planejamento, foi criado o Sistema Unisinos de Ciência, Tecnologia e Inovação privilegiando o ensino tecnológico e os programas profissionais, com a realização de pesquisas aplicadas que funcionam como empresas. “A ciência e a produção de conhecimento têm assim participação de empresas privadas, mas sem a existência de uma concorrência com o mercado”, explicou.

A Unisinos começou a aplicar a tecnologia criando institutos tecnológicos ligados à programas de pós-graduação com equipe própria. Já a questão da inovação passou a se fazer presente nos parques tecnológicos da IES. “A inovação só existe a partir do reconhecimento de seu valor pelo mercado e isso é feito por empresas, não pelas universidades. Entram aí nossos parques tecnológicos que mantêm parcerias com empresas nacionais e internacionais”, disse.

Segundo Puffal, esse avanço da relação entre a Unisinos, as empresas e o governo, cada uma com papéis definidos, acontece graças à atuação de uma equipe ativa de relação com o mercado que visita empresas e realiza propostas. “Com isso, nossa universidade tem ganhado em avanço na fronteira do conhecimento, formação de capital humano, publicações, patentes, novos projetos e pesquisas”, pontuou citando que existem também barreiras nessa relação que precisam ser superadas, como tempo, interesses e expectativas, por exemplo.

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