O presidente da Saint Paul Escola de Negócios, José Claudio Securato, apresentou a plataforma onlearning LIT, que oferece uma aprendizagem customizada os alunos

O segundo dia do 21º FNESP começou nesta sexta-feira, 27, no WTC, com a apresentação de dois cases de sucesso de universidades que estão alcançando excelentes resultados e aperfeiçoando suas práticas acadêmicas ao utilizar modelos estatísticos, Big Data e análise preditiva. Participaram do primeiro painel do dia o presidente da Saint Paul Escola de Negócios, José Claudio Securato, e o pró-reitor de Iniciativas Estratégicas da Universidade do Sul da Flórida, Bill Cummings.

Qual o poder do big data, do machine learning e da inteligência artificial para a educação superior e como utilizar esse avalanche de informações para melhorar a experiência dos estudantes no ensino superior? Segundo José Claudio Securato, da Saint Paul Escola de Negócios, o modelo clássico de ensino não faz mais sentido na era digital, que acelera a dessincronização entre cultura, sociedade, nova economia e educação. “A educação precisa refletir a evolução tecnológica, econômica e social e ser disruptiva para oferecer o conhecimento de forma diferente para grupos diversos e que pensam de modo diverso”, afirmou.

Para Securato, um dos grandes desafios das universidades não é o surgimento das novas tecnologias, mas mudar a mentalidades das pessoas e da sociedade. “Nada mais difícil do que mudar a cultura das pessoas e acompanhar todas essas transformações. Será que as universidades conseguirão também compreender seus alunos?”, perguntou. “E essa questão não está relacionada à diferença de geração, mas na diversidade entre pessoas, no autocentrismo que domina o mundo atual e nessa explosão cultural que afasta as IES de seus estudantes”, refletiu.

A partir desse contexto em que a educação precisa utilizar uma tecnologia de ponta para conseguir acompanhar a evolução do mundo e fazer com que os estudantes mudem seus mindset para pensarem de maneira não-linear, a instituição lançou em março de 2018 uma plataforma disruptiva de aprendizagem, a LIT. “Ela é uma plataforma que ensina o aluno que ensina a plataforma a ensinar melhor o aluno”, definiu Securato. “É uma plataforma on learning de assinatura que ensina ao estudante o que, quando e onde estudar, transformando o aluno em protagonista de seu próprio aprendizado”, continuou.

Além da personalização do conteúdo por meio da customização e aprendizagem adaptativa, outra novidade apresentada pela plataforma LIT é a tutoria feita pela inteligência artificial chamada Paul. “Ele é primeiro tutor do mundo que utiliza a tecnologia de Inteligência Artificial IBS Watson para ensinar conteúdos de negócios aos alunos e para personalizar o processo de aprendizagem”, explicou. “Nosso objetivo é preparar nossos estudantes para tomarem decisões cujos resultados não são exponenciais a partir de uma plataforma que encontra padrões de comportamento não intuitivos usando dados que julgamos ou não importantes”.

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O pró-reitor de Iniciativas Estratégicas da Universidade do Sul da Flórida, Bill Cummings, falou de como a análise preditiva aumentou a retenção dos estudantes na IES

Análise preditiva 

Se a inteligência artificial está mudando o aprendizado dos estudantes da Saint Paul, a Universidade do Sul da Flórida está usando a análise preditiva para aumentar o sucesso de seus alunos. “Nós somos uma universidade jovem”, começou o pró-reitor de Iniciativas Estratégicas da instituição, Bill Cummings.”Isso nos traz algumas desvantagens em relação a outras IES mais antigas, como menor reputação e tradição e menos recursos financeiros, mas, por outro lado, nos permite ser mais inovadora e ter mais facilidade para mudar caminhos”, afirmou.

Segundo Cummings, a Universidade do Sul da Flórida tem enfrentando uma série de desafios como todas as universidades nos Estados Unidos e no mundo, como o ceticismo público sobre o valor do ensino superior e as mudanças rápidas na tecnologia e o impactado que elas causam no ambiente de ensino e aprendizagem. “Outro desafio é manter os estudantes na universidade. Temos metas de 90% de retenção no 1º ano de graduação e 70% de taxa de graduação em seis anos”, citou.

Para alcançar essas metas, a universidade tem usado a análise preditiva para diminuir os riscos relacionados à evasão dos alunos. “Estamos usando dados históricos que determinam a probabilidade de eventos futuros com o objetivo de adotar ações que afetem nossos resultados”, explicou. “Esses dados se dividem em acadêmicos e de engajamento e revelam a probabilidade de persistência para alunos individualmente, permitindo uma intervenção direcionada e mais eficaz, categorizando os estudantes de acordo com sua probabilidade de persistência no caminho da vida acadêmica”.

Cummings defendeu que o sucesso estudantil é responsabilidade de todos. “Na Universidade do Sul da Flórida nós institucionalizamos o sucesso do aluno e o integramos à cultura da universidade”, defendeu. “A partir do uso da análise preditiva, desenvolvemos novas políticas, programas e práticas para identificar os riscos de problemas e termos uma visão 360° de nossos estudantes”, finalizou.