Capítulo Especial

13ª edição / 2023

Cenário e Perspectivas da
Área de TI no Ensino Superior

49,8% das matrículas em cursos da área de TI são na modalidade EAD.
74,0% das matrículas em cursos da área de TI estão na rede privada; sendo que 76,5% das IES que ofertam cursos na área de TI são privadas.
60,2% das matrículas da área de TI são em cursos tecnólogos.

A crise sanitária e o isolamento social aceleraram os processos de transformação digital e colocaram a tecnologia e a inteligência artificial (IA) no centro das discussões do trabalho e da educação. A cada dia que passa uma nova tecnologia surge e afeta nossa forma de ver o mundo, inclusive de estudar e trabalhar. As possibilidades nas áreas TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) são muitas: desenvolvimento de softwares, segurança da informação, inteligência artificial, análise de dados, cloud computing ou computação na nuvem, etc.

Não há dúvidas de que o futuro será digital e estaremos cercados pela tecnologia. Antes da pandemia de Covid-19, estudos e pesquisas, inclusive da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), já apontavam mudanças significativas na sociedade graças aos avanços tecnológicos, despertando uma nova preocupação e desafio para o futuro do mercado de trabalho: a automação de várias funções e a consequente extinção de cargos de trabalho. O estudo considera que apenas 14% dos empregos em países que pertencem ao grupo (a maior parte no mundo desenvolvido) têm probabilidade maior que 70% de serem automatizados, algo em torno de 13 milhões de vagas que deixarão de existir.

Se, por um lado, o progresso tecnológico significa menos empregos em funções tradicionais, por outro, representa também um leque de novas possibilidades de profissões que ainda nem existem, mas que demandarão habilidades e competências diretamente relacionadas às tecnologias. “O profissional do futuro não será substituído pela IA”, acredita Fábio Cespi, diretor do Lyceum Educacional. “Ele será aquele que sabe usar a IA para obter melhores resultados e trazer mais eficiência para suas empresas”, prossegue.

O resultado de tudo isso é um mercado promissor, com salários mais altos do que a média, horários flexíveis, facilidade de vagas remotas, programas de treinamento e desenvolvimento e outros benefícios vantajosos. “Definitivamente, a tecnologia foi para o core estratégico de todas as empresas e negócios”, afirma Wagner Sanchez, pró-reitor Acadêmico da FIAP, que aponta um cenário positivo com um aumento significativo no interesse dos jovens por essa carreira.

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.
*Matrículas em cursos na área de TI em 2021
**Exterior: 445 matrículas (100% EAD na rede privada)

Mapa-13-ESP-Introdução-Região-Norte
Mapa-13-ESP-Introdução-Região-Nordeste
Mapa-13-ESP-Introdução-Região-Centro-Oeste
Mapa-13-ESP-Introdução-Região-Sudeste
Mapa-13-ESP-Introdução-Região-Sul

A área de TI em números

Mas se o mercado de trabalho está aberto aos profissionais de TI, com demandas represadas de pessoas capacitadas para atender a digitalização das empresas e dos negócios, por que o interesse dos jovens pelas profissões de TI ainda não tem crescido na mesma proporção?

De acordo com dados do 13º Mapa do Ensino Superior no Brasil, em 2021, os cursos de TI (listados a seguir) somavam 468 mil matrículas em todo o país, considerando as modalidades presencial e EAD, representando apenas 5,2% do total de matrículas: 4,5% do presencial e 6,3% do EAD. Somente 6,6% dos cursos presenciais ofertados no país são na área TIC, contra 9,6% na modalidade EAD.

Esses números são ainda mais alarmantes se considerarmos que, nos últimos 10 anos, o aumento na participação das matrículas nesses cursos em relação ao total foi de apenas 0,6 ponto percentual (de 4,6% das matrículas em 2011 para 5,2% em 2021). Não por acaso, o Brasil ainda enfrenta escassez de mão-de-obra nas áreas de TI, especialmente porque o mercado de trabalho exige profissionais em constante atualização, com a especialização e as microcertificações sendo fatores-chave para destacar-se no mercado de trabalho.

“A carência de profissionais de TI é imensa e, por isso, o setor oferece ótimos salários e muitas vagas. A demanda supera muito a oferta”, conta Cespi. Segundo ele, os jovens acabam sendo contratados pelas empresas mesmo sem diploma ou uma preparação adequada, abandonando assim os estudos, o que justifica a evasão mais altas dos cursos de TI.

Mapa-13-ESP-Introdução-Cursos-Área-TI

Ausência de diversidade

Outro desafio do setor de TI é em relação à diversidade. Em 2021, apenas 16,5% das matrículas em cursos da área eram de mulheres, contra uma participação feminina de 60,7% nas demais áreas. Enquanto nas demais áreas a representatividade de alunos negros é de 8,7%, nos cursos de TI ela é de 8,1%. Estes cursos também atraem mais estudantes jovens, até 29 anos, do que as demais áreas: 70,8% contra 64,5%.

Para o consultor e especialista em TI para o setor de educação superior, Carlixtrato Mendonça, esses números podem estar mais relacionados à própria oferta de cursos, não somente a fatores sociais. “As IES necessitam revisar conteúdos e as ofertas de seus cursos”, acredita. “Empresas multinacionais de tecnologia não contratam mais apenas pela formação na graduação; as competências e certificações são cada vez mais valorizadas na busca de profissionais em áreas como desenvolvimento e consultoria”, pontua.

João Luis H. Boldrini, diretor geral da Faculdade Méliès, instituição que oferta cursos de nicho que mesclam tecnologia e artes digitais (Animação, Jogos e Design), acredita que ainda faltam informações e orientação para os estudantes. “No caso de nossos cursos, os estudantes ainda têm incertezas sobre o mercado de trabalho e como pode ser a carreira e as perspectivas de crescimento”, avalia. “Ainda existe também o preconceito em relação a uma profissão vista como alternativa e que não tem o valor merecido de uma profissão tradicional, como é o caso da indústria do entretenimento”, conclui citando também os custos mais altos do que a média deste tipo de curso como outro fator limitante.

Com a palavra, os especialistas

Cursos tecnólogos e microcertificações

“Muitos alunos preferem cursos mais curtos e focados em habilidades específicas que lhes permitam entrar no mercado de trabalho mais rapidamente e adquirir competências relevantes para suas carreiras. Além disso, a evolução das tecnologias e a necessidade de atualização constante também tornam as microcertificações uma opção mais atraente para alguns alunos.”

João Luis H. Boldrini

diretor geral da Faculdade Méliès

“A escolha entre cursos tecnólogos e de longa duração está mais ligada aos objetivos de carreira de cada estudante. A área de tecnologia acolhe muito bem tantos os formados nas graduações de menor duração quanto nos cursos de maior duração, prevalecendo os conhecimentos técnicos e soft skills de cada carreira. Os cursos tecnólogos oferecem uma formação mais tech intensive em dois anos, muito atrativa na área de tecnologia porque, em muito pouco tempo, esses alunos já iniciam a carreira profissional e continuam se especializando ao longo do curso. O aprendizado ao longo da vida está muito presente no mindset de nossos alunos”.

Wagner Sanchez

pró-reitor Acadêmico da FIAP

“Os jovens têm um senso de imediatismo grande. Muitos não querem ficar quatro anos no ensino superior para se certificar. Ainda mais se o curso tem uma metodologia desalinhada com a atualidade. Preferem cursos de menor duração, micro learning, conseguindo certificações intermediárias. Creio que este é um ponto muito marcante das novas gerações”.

Fábio Cespi

diretor do Lyceum Educacional

Políticas públicas e diversidade

“Estamos presenciando dia a dia que a diversidade está acontecendo de forma bastante natural e importante aqui na FIAP. Por isso, nós temos diversas ações dentro do nosso guarda- chuva do ESG, sigla em inglês para “Environmental, Social and Governance” (ambiental, social e governança). Temos a convicção de que o conhecimento e o desenvolvimento de skills para área de tecnologia são assets importantíssimos de inserção e desenvolvimento de carreiras de sucesso para os dias atuais e, principalmente, para o futuro. Incentivar, inspirar, levar esse conhecimento para mais longe, impactar e, consequentemente, transformar vidas e carreiras estão na nossa crença, pois essas áreas proporcionarão sucesso e realização profissional e, certamente, contribuirão para que nosso país se torne mais competitivo e desenvolvido”.

Wagner Sanchez

pró-reitor Acadêmico da FIAP

“Existem diversas políticas públicas que podem ser criadas para incentivar o acesso de novos alunos aos cursos, tais como: programas de bolsas de estudo; campanhas de divulgação das profissões; políticas de inclusão que garantam a participação de minorias e grupos sub- representados, como mulheres, pessoas pretas e LGBTQIA+; e parcerias com empresas para oferecer oportunidades de estágios e empregos para estudantes de TI, possibilitando o contato com o mercado de trabalho e a inserção na área. O papel das IES também é fundamental nesse processo, e elas podem contribuir para o incentivo ao acesso e diversidade por meio de políticas próprias: criação de grupos de estudos e de programas de mentoria para auxiliar na formação e desenvolvimento dos estudantes; desenvolvimento de cursos e disciplinas específicas que abordem a diversidade na área de TI e as diferentes perspectivas de atuação; e ampliação da oferta de bolsas de estudo para aqueles que pertencem a grupos sub-representados”.

João Luis H. Boldrini

diretor geral da Faculdade Méliès

Papel das IES no incentivo às matrículas

“As IES deveriam assinar acordos e convênios com empresas de tecnologia, atendendo especificidades necessárias dos solicitantes, incluindo essa demanda em sua grade curricular, contemplando na graduação certificações específicas e proporcionando um alto percentual de empregabilidade, tornando as ofertas de cursos mais atrativas. Outra ação importante, as empresas poderiam adotar financeiramente alunos com menores condições financeiras, mas reconhecidos talentos, atendendo à questão da diversidade, preparando-os para o mercado de trabalho e, muitas vezes, para a própria empresa”.

Carlixtrato Mendonça

consultor e especialista em TI para o setor de educação superior

“Para aumentar o interesse dos estudantes pelos cursos de graduação, buscamos adotar estratégias que tornem esses cursos mais atraentes e relevantes para os alunos. Algumas sugestões incluem: atualização constante da grade curricular; adoção de metodologias inovadoras de ensino; foco em competências e habilidades; fortalecimento de parcerias com empresas do setor; e promoção de eventos e atividades extracurriculares”.

João Luis H. Boldrini

diretor geral da Faculdade Méliès

“Um ponto importante é aproximar as IES da indústria. Muitos profissionais chegam ao mercado com formação deficiente sem atender as demandas das empresas, ou não atualizada, o que é um problema no momento atual de tecnologia mutante. Currículos mais alinhados serão certamente atrativos para as empresas firmarem convênios e oferecerem melhores salários para estes profissionais. Outro ponto é em relação à empregabilidade. Auxiliar o aluno a encontrar bons empregos através de convênios é certamente estimulante para que o aluno conclua seu bacharelado”.

Fábio Cespi

diretor do Lyceum Educacional

Instituições

Número de IES que ofertam cursos na área de TI

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Entre 2020 e 2021, houve queda de 1,4% no total de IES que ofertam cursos na área de TI: 2,2% na rede privada. De 2.574 IES no país, 922 ofertam cursos da área de TI, apenas 35,8% do total. Já entre as IES que ofertam cursos na área de TI, 76,5% são privadas e 23,5%, públicas.
Do total de IES, apenas 31,2% das IES privadas ofertam cursos na área de TI, enquanto na rede pública esse percentual é de 69,3%.
Mapa-13-ESP-Instituições-Número-IES

Matrículas

Matrículas x Unidade da Federação

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Matrículas-Unidade-Federação

% Matrículas na Área de TI em Relação ao Total de Matrículas na UF

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Matrículas-Porcentagem-Área-TI

Matrículas x Tipos de Cursos de Graduação

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Das 468 mil matrículas em cursos na área de TI, 60,2% estão em cursos tecnólogos: 67,6% na rede privada e 39,3% na rede pública.
Mapa-13-ESP-Matrículas-Tipos-Cursos-Graduação

Matrículas em Cursos Presenciais

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

O número de matrículas em cursos presenciais na área de TI caiu 3,1% de 2020 para 2021, sendo que, na rede privada, esse decréscimo foi de 11,1%. 51,7% das matrículas presenciais estão na rede privada. Do total de matrículas presenciais, as dos cursos da área de TI representam apenas 4,5%.
Uma razão para a queda das matrículas presenciais pode estar no fato de o currículo das IES não estar em conformidade com o que o mercado de trabalho demanda dos estudantes. Estes acabam buscando cursos mais rápidos e que oferecem microcertificações, o que os tornam mais preparados para as necessidades do mercado.
Mapa-13-ESP-Matrículas-Cursos-Presenciais-1
Mapa-13-ESP-Matrículas-Cursos-Presenciais-2

*Cursos presenciais com mais de 250 alunos matriculados em 2021.

Matrículas em Cursos EAD

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

O número de matrículas em cursos EAD na área de TI saltou 45,1% de 2020 para 2021, sendo que, na rede privada, esse aumento foi de 44,6%. A rede pública registrou acréscimo de 62,0% no mesmo período. 96,4% das matrículas da modalidade estão na rede privada. Do total de matrículas EAD, apenas 6,3% estão em cursos na área de TI.
O crescimento das matrículas dos cursos da área pode representar uma forte migração dos alunos do presencial para o EAD, já que a área e o perfil dos estudantes se adequam mais facilmente ao ensino remoto.
Mapa-13-ESP-Matrículas-Cursos-EAD-1
Mapa-13-ESP-Matrículas-Cursos-EAD-2

*Cursos EAD com mais de 250 alunos matriculados em 2021.

Ingressantes

Ingressantes em Cursos Presenciais

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

O número de calouros em cursos presenciais na área de TI caiu 18,3% de 2020 para 2021, com decréscimo acentuado na rede privada, 27,3%.
58,2% dos calouros ingressaram em uma IES privada. Do total de novos calouros presenciais do período, apenas 5,6% são em cursos da área.
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Mapa-13-ESP-Ingressantes-Cursos-Presenciais-2

*Cursos presenciais com mais de 150 calouros em 2021.

Ingressantes em Cursos EAD

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

O número de calouros em cursos presenciais na área de TI aumentou 49,7% de 2020 para 2021, com concentração de crescimento na rede privada, 51,6%. 97,9% dos calouros da área ingressaram em IES privadas.
Do total de calouros do período, 7,8% estão em cursos na área de TI. Esse aumento também corrobora com uma possível migração de estudantes do presencial para a modalidade a distância.
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Mapa-13-ESP-Ingressantes-Cursos-EAD-2

*Cursos EAD com mais de 150 calouros em 2021.

Concluintes

Concluintes em Cursos Presenciais

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Entre 2020 e 2021, o número de concluintes em cursos presenciais na área de TI caiu 4,1%: 6,7% na rede privada. 71,6% desses egressos eram oriundos da rede privada. Do total geral de concluintes do período, apenas 3,8% são de cursos na área de TI.
Mapa-13-ESP-Concluintes-Cursos-Presenciais-1
Mapa-13-ESP-Concluintes-Cursos-Presenciais-2

*Cursos presenciais com mais de 100 egressos em 2021.

Concluintes em Cursos EAD

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Entre 2020 e 2021, o número de concluintes em cursos EAD na área de TI cresceu 24,0%: 26,0% na rede privada. 99,1% desses egressos eram oriundos da rede privada. Do total geral de concluintes do período, apenas 4,6% são de cursos na área de TI.
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Mapa-13-ESP-Concluintes-Cursos-EAD-2

*Cursos EAD com mais de 100 egressos em 2021.

Cursos

Cursos Presenciais

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

O número de cursos presenciais na área de TI caiu 0,7% em 2021 em comparação com 2020: queda de 2,1% na rede privada e aumento de 3,2% na rede pública. 72,1% desses cursos são ofertadas por IES da rede privada. Do total do número de cursos presenciais no período, 6,6% são da área de TI.
Mapa-13-ESP-Cursos-Presenciais

Cursos EAD

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

O número de cursos EAD na área de TI aumentou 32,8% em 2021 em comparação com 2020: 32,9% na rede privada e 27,3% na rede pública. 98,1% desses cursos são ofertadas por IES da rede privada. Do total do número de cursos presenciais no período, 9,6% são da área de TI.
Mapa-13-ESP-Cursos-EAD

Cursos Presenciais Mais Procurados

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Cursos-Presenciais-Mais-Procurados

Obs.: Cursos – denominação INEP

Cursos EAD Mais Procurados

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Cursos-EAD-Mais-Procurados

Obs.: Cursos – denominação INEP

Evasão

Cursos Presenciais

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Na última década, a taxa de evasão dos cursos presenciais da área de TI tem sido constantemente maior do que a dos demais cursos. Depois de alcançar um ápice de diferença de 10,4 pontos percentuais em 2016, em 2021 ela foi de 7,8 pontos percentuais na rede privada.
Uma justificativa para a taxa de evasão maior do que a média pode estar no fato de o mercado de trabalho dessa área estar aquecido, absorvendo mais rapidamente os estudantes. Sem a necessidade do diploma de graduação para conseguir um emprego e sem risco à empregabilidade, os alunos acabam desistindo dos cursos e apostando em microcertificações para subir na carreira. Outra possibilidade é o alto custo das mensalidades, maior do que a média dos demais cursos.
No EAD, essa diferença é historicamente menor, com um ápice de 11,8 pontos percentuais em 2016 e de apenas 1,5 ponto percentual entre 2021.
Mapa-13-ESP-Evasão-Cursos-Presenciais

*Taxa de Evasão = (Matrículas Trancadas + Desvinculado Curso + Falecidos) / (Total de Matrículas + Matrículas Trancadas + Desvinculado Curso + Falecidos)

Indicadores de Trajetória

Taxa de Permanência
Percentual de ingressantes que estão com vínculo ativo no curso no ano de referência

Taxa de Conclusão Acumulada
Percentual de ingressantes que concluíram o curso até o ano de referência

Taxa de Desistência Acumulada
Percentual de ingressantes que desistiram do curso até o ano de referência

Por Modalidade

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Seguindo a tendência da taxa de evasão, os cursos de TI também possuem alta taxa de desistência acumulada, partindo de uma análise com ingressantes de 2017. Essa taxa de desistência é maior não apenas em relação ao total dos demais cursos, como também a do total da rede privada.
Mapa-13-ESP-Indicadores-Trajetória-Modalidade

Por Cursos Presenciais

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Indicadores-Trajetória-Cursos-Presenciais

Obs.: Cursos – Denominação: INEP

Por Cursos EAD

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Indicadores-Trajetória-Cursos-EAD

Obs.: Cursos – Denominação: INEP

Mensalidade

Mensalidade no Ensino Superior (em reais)

Fonte: Pesquisa de Mensalidades Semesp 2023.

As mensalidades dos cursos na área de TI nas IES privadas são um pouco superiores à média dos demais cursos, tanto na modalidade presencial quanto EAD.
Mapa-13-ESP-Mensalidade-Ensino-Superior-1

Obs.: Referência 1º semestre de 2023

Mapa-13-ESP-Mensalidade-Ensino-Superior-2

Perfil dos Alunos da Área de TI

Em relação ao perfil dos alunos da área de TI, há uma grande discrepância de gênero em relação aos demais cursos. Apenas 16,5% das vagas desses cursos são ocupadas por mulheres, enquanto a participação feminina nas demais áreas é majoritária, 60,7%. Em 10 anos, a participação feminina nos cursos das áreas de TI cresceu apenas 0,6 ponto percentual, contra 1,8 ponto percentual nas demais áreas. A questão é preocupante porque o prognóstico é que a área se torne uma das mais empregadoras no futuro, o que pode levar a uma exclusão de profissionais mulheres.
Outros indicadores, como cor/raça dos alunos, faixa etária, turnos ou procedência do ensino médio e mesmo renda familiar, são mais similares em relação aos dos demais cursos, com algumas pequenas variações entre um indicador e outro. Uma exceção é em relação ao trabalho, com apenas 21,2% (contra 38,5%, quase o dobro) de alunos sem exercer alguma função remunerada, o que é um indicador de que grande parte dos estudantes já pode estar inserida no mercado de trabalho na área de TI.

Sexo

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Perfil-Sexo-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Sexo-2

Procedência – Ensino Médio

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Perfil-Procedência-Ensino-Médio

Turno

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Os dados referentes ao turno dos estudantes é outro indicador de que grande parte desses estudantes já foi absorvida pelo mercado de trabalho, com uma predominância de matrículas no turno noturno e na modalidade EAD.
Mapa-13-ESP-Perfil-Turno-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Turno-2

Cor/Raça

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Apesar da pouca diferença entre a área de TI e os demais cursos, é importante destacar que os alunos da cor/raça preta são historicamente excluídos por questões socioeconômicas. Daí a importância de políticas públicas inclusivas e que deem acesso às minorias aos cursos da área de TI, com maior empregabilidade e salários mais altos, o que contribuiria para a diminuição de desigualdades econômicas e sociais e para o desenvolvimento do país.
Mapa-13-ESP-Perfil-Cor-Raça-1

*Exceto respostas classificadas como “Não Declarado”

Mapa-13-ESP-Perfil-Cor-Raça-2

Faixa Etária

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Pela própria questão da tecnologia, os cursos da área de TI são dominados pelo público mais jovem, até 29 anos de idade, concentrando cerca de 70% dos estudantes nessa faixa etária. Essa característica pode ser vista inclusive na modalidade EAD, que possui um público-alvo mais velho nos demais cursos. Isso pode ser explicado pelo fato de as profissões de TI terem uma maior abertura ao trabalho remoto, o que torna os próprios cursos EAD mais aceitos tanto pelos jovens quanto pelo mercado de trabalho.
Mapa-13-ESP-Perfil-Faixa-Etária-Área-TI
De 2011 a 2021, houve um aumento de 34,0% no número de jovens até 29 anos matriculados na área de TI, contra 19,2% nas demais áreas. Esse crescimento foi de 115% nas matrículas na faixa etária de 30 anos ou mais, contra 63,8% nas demais áreas.
No EAD, o crescimento no mesmo período foi de 758% na faixa etária até 29 anos, contra 309% nas demais áreas. Para a faixa etária de 30 anos ou mais, o crescimento das matrículas nos cursos da área de TI foi de 519%, contra 233% nas demais áreas.
No presencial, a queda no mesmo período entre os jovens até 29 anos foi de 12,1% nos cursos de TI, contra 6,0% nas demais áreas. Na faixa etária de 30 anos ou mais, a queda foi de 33,6% nos cursos da área de TI e 16,1% nas demais áreas.
Mapa-13-ESP-Perfil-Faixa-Etária-Modalidade
Mapa-13-ESP-Perfil-Faixa-Etária-Curso

Renda Familiar

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Em virtude das mensalidades mais altas ou mesmo da necessidade de acesso à tecnologia, os cursos da área de TI possuem alunos com renda familiar maior do que a média. Isso demonstra a necessidade de políticas públicas afirmativas que facilitem o acesso a esses cursos por estudantes de baixa renda, o que pode contribuir para a redução da desigualdade social graças à alta taxa de empregabilidade e os melhores salários do setor.

Obs.: A denominação dos cursos não é a mesma porque são dados retirados do ENADE.

Mapa-13-ESP-Perfil-Renda-Familiar-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Renda-Familiar-2

Trabalho

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Apenas 21,2% dos estudantes dos cursos de TI não trabalham, o que vem ao encontro da alta empregabilidade do setor, com facilidade dos alunos encontrarem um emprego antes mesmo de obter o diploma.
Mapa-13-ESP-Perfil-Trabalho-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Trabalho-2

Situação Financeira

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Perfil-Situação-Financeira-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Situação-Financeira-2
Mapa-13-ESP-Perfil-Situação-Financeira-3

Ingresso na Graduação por meio de Políticas Públicas de Ação Afirmativa ou Inclusão Social

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mais uma vez, os dados mostram a necessidade do aumento ou mesmo criação de políticas públicas de ação afirmativa para aumentar o acesso de alunos de minorias ou baixa renda a esses cursos com bons prognósticos de empregabilidade.
Mapa-13-ESP-Perfil-Ingresso-Graduação-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Ingresso-Graduação-2
Mapa-13-ESP-Perfil-Ingresso-Graduação-3

1º da Família a Ingressar no Ensino Superior

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Mapa-13-ESP-Perfil-Primeiro-Família

Escolha do Curso

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

Apesar da tendência de ampliação do número de vagas na área de TI no mercado de trabalho para os próximos anos, a diferença entre estudantes que escolhem cursos de TI por esse fator em relação aos de outras áreas é de apenas 10,7 pontos percentuais. No quesito vocacional, há uma inversão de 7,2 pontos percentuais, com menos alunos escolhendo a área de TI por esse fator.
Mapa-13-ESP-Perfil-Escolha-Curso-1
Mapa-13-ESP-Perfil-Escolha-Curso-2
Mapa-13-ESP-Perfil-Escolha-Curso-3

Escolha da IES

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: INEP.

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Empregabilidade

Durante o período de pandemia houve um acréscimo nas contratações de profissionais da área de TI. Em 2022, no entanto, apesar do saldo ainda ser positivo, já mostrou uma tendência de redução nas admissões nessa área, caindo 13,0% no período. Além disso, considerando 40 horas semanais de trabalho, o rendimento médio de quem tem ensino superior na área de TI é 39% maior que a média do rendimento dos profissionais das demais áreas, chegando a um aumento de 288% em relação à mediana de quem tem apenas ensino médio (contra aumento de 179% das demais áreas).
Em 2021, considerando os concluintes do ensino superior, os cursos da área de TI representam 4,1% do total. Em 2022, já em relação ao mercado de trabalho, eles ocuparam 4,9% das vagas formais, o que mostra uma proporção maior de empregados do que de concluinte.
O número de empregos formais para profissionais na área de TI com ensino superior completo chegou a 625 mil em 2022. Esses números podem ser ainda maiores, considerando que a área de TI possui alto número de vagas informais, com profissionais trabalhando como pessoa jurídica, empreendedores e consultores.
O número de empregos formais para profissionais na área de TI com ensino superior completo aumentou 10,9% entre os anos de 2018 e 2022, enquanto esse indicador para outras áreas aumentou apenas 0,9% no mesmo período.

Empregos Formais no Brasil – Profissionais com Ensino Superior Completo (em milhares)

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: RAIS (número de vínculos ativos em 31/12).

Mapa-13-ESP-Empregabilidade-Renda-Empregos-Formais

*Estimativa

Empregos com Ensino Superior Completo

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: Novo CAGED.

Mapa-13-ESP-Empregabilidade-Renda-Empregos-Ensino-Superior-Completo

Salário nos Empregos Formais – Brasil

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: RAIS.

Mapa-13-ESP-Empregabilidade-Renda-Salário-Empregos-Formais

Salários nos Empregos Formais na Área de TI

Elaborado por Instituto Semesp. Fonte: RAIS.

Mapa-13-ESP-Empregabilidade-Renda-Salários-Empregos-Formais-Área-TI-1
Mapa-13-ESP-Empregabilidade-Renda-Salários-Empregos-Formais-Área-TI-2