No comparativo de 2009 a 2020, o aumento no número de IES que ofertam cursos de Saúde foi de 59,3%. Em 2020, mais da metade das IES do país (57,4%) ofertavam algum curso da área de Saúde; em 2009, esse percentual era de 38,2%, um salto de 19,2 pontos percentuais.

Seguindo a lógica do total de matrículas do país, São Paulo é o estado com o maior número de alunos na área de Saúde, concentrando 22,4% dos estudantes dessa área no Brasil de acordo com os dados de 2020.

Apesar de ter o maior número de matrículas de Saúde, considerando a relação entre o número de matriculados na área e o total de matrículas de 2020, São Paulo perde sua posição de liderança. Na rede privada, a Paraíba é o estado com maior número de alunos em cursos da área de Saúde (44,0%). Na rede pública, o estado com maior participação de alunos na área é Sergipe com 19,0%.

De acordo com os dados de 2020, 30,8% das matrículas presenciais do país eram em cursos da área de Saúde, sendo 83,8% destas matrículas concentradas na rede privada. De 2019 para 2020, a área registrou uma queda de 2,1% no total de matrículas em cursos presenciais, com decréscimo de 1,5% na rede privada e recuo de 5,1% na rede pública. A título de comparação, a queda total nas matrículas presenciais de IES privadas no período foi de 10,8%.

As matrículas presenciais do curso de Medicina na rede privada cresceram 13,4% de 2019 para 2020. Já as matrículas de Serviço Social caíram 26,7%. Entre os cursos de Saúde, o que apresentou maior número de matrículas presenciais em 2020 na rede privada foi Psicologia, com 250 mil alunos (17,4%). Em 2016, Enfermagem era o curso de Saúde líder de matrículas presenciais na rede privada com 234 mil estudantes.

Vários cursos da área de Saúde não estão autorizados a serem ofertados na modalidade EAD, daí um menor número de matrículas concentrados no ensino a distância. Em 2020, apenas 14,3% das matrículas EAD eram em cursos da área de Saúde. Ainda assim, de 2019 para 2020, esses cursos registraram um aumento de 47,2% no total das matrículas.

A rede privada praticamente domina a oferta de cursos EAD na área de Saúde, concentrando 99,9% das matrículas em 2020. No mesmo período, a rede pública registrou apenas 343 matrículas em cursos de Saúde na modalidade EAD.

Na rede privada, o curso EAD na área de Saúde com maior número de matrículas é Educação Física, que registrou um crescimento de 28,9% de estudantes de 2019 para 2020. Os cursos da área que mais cresceram no período foram, no entanto, Farmácia (aumento 207% nas matrículas) e Biomedicina (204%).

32,6% do total de ingressantes em cursos presenciais no país em 2020 eram calouros da área de Saúde, com 89,0% destes ingressantes matriculados em IES da rede privada. De 2019 para 2020, esse número de ingressantes apresentou uma queda de 6,6%, com diminuição de 6,6% de calouros em cursos de Saúde na rede privada e 6,7% na rede pública. Mais uma vez, pode-se ver uma queda bem menor do que em relação aos cursos presenciais no geral, com recuo de 13,9% de ingressantes no mesmo período.

O curso presencial da área de Saúde que privadas entre 2019 e 2020 foi Serviço mais teve queda de matrículas nas IES Social, com decréscimo de 33,6%.

Em relação aos cursos EAD, 16,5% dos ingressantes de 2020 na modalidade eram de cursos da área de Saúde, com praticamente 100% deles concentrados na rede privada (apenas 46 calouros na rede pública). Esse número de ingressantes representa um salto de 42,8% em comparação com o período anterior (2019).

O curso EAD de Saúde com maior número de ingressantes na rede privada em 2020 foi Educação Física, com um crescimento de 6,7% de novos alunos em comparação a 2019.

27,9% do total de egressos em cursos presenciais em 2020 eram da área de Saúde, sendo 86,3% deles em IES da rede privada. No comparativo com o período anterior, houve estabilidade no total de concluintes dessa área, com aumento de 3,4% na rede privada e queda de 18,8% na rede pública.

Em 2020, Enfermagem foi o curso presencial da rede privada com maior número de concluintes, 35,1 mil alunos se formaram. De 2019 para 2020, o curso de Medicina registrou um aumento de 27,4% no número de concluintes.

Esse crescimento pode ser justificado em virtude da medida que permitiu que estudantes de Medicina do último semestre antecipassem a formação para que estes pudessem atuar na linha de frente contra a Covid-19.

Em 2020, 7,4% do total de egressos em cursos EAD no país eram da área de Saúde, com concentração de 99,4% destes na rede privada. De 2019 a 2020, houve aumento de 33,7% no total de concluintes em cursos EAD da área da Saúde, sendo 32,9% na privada (a rede pública passou de nenhum concluinte para 168).

Serviço Social foi o curso EAD de Saúde com maior número de concluintes em 2020, com 11,9 mil formados. O curso de Enfermagem foi o que registrou maior aumento de 2019 para 2020, com salto de 435% no número de concluintes graças à possibilidade de antecipação das formaturas em virtude da Covid-19.

22,1% do total de cursos presenciais em 2020 eram da área de Saúde, sendo 86,7% deles ofertados por IES privadas. De 2019 para 2020, houve um crescimento de 3,5% no total de cursos presenciais nesta área, com o aumento concentrado na rede privada (4,1%).

Medicina Veterinária foi o curso que registrou maior crescimento no número de cursos ofertados pela rede privada de 2019 para 2020, com aumento de 12,2%. Na contramão, Serviço Social registrou a maior queda na oferta, com redução de 11,2% no total de cursos no mesmo período.

Na modalidade EAD, 9,1% dos cursos ofertados em 2020 eram da área de Saúde, sendo 99,5% destes ofertados pela rede privada. De 2019 a 2020, houve um crescimento de 46,7% no total de cursos EAD da área, com concentração na rede privada (a rede pública ofertava apenas três cursos do tipo no período).

O curso EAD da área de Saúde mais ofertado em 2020 foi Serviço Social, com disponibilidade de 96 cursos.

A vocação é a principal razão de escolha de um curso da área de Saúde. 45,8% dos estudantes escolheram essa opção na pergunta do ENADE. Em segundo lugar, mas com grande diferença (15,2%), está a inserção no mercado de trabalho.

Em relação à pergunta sobre a razão de escolha da instituição de ensino superior, a opção com maior número de respostas foi qualidade e reputação da IES, com 35,6%. Em segundo lugar, foi escolhido proximidade da residência seguido por preço da mensalidade.

No acumulado do ano de 2020, o grupamento “Saúde Humana e Serviços Sociais” contabilizou um saldo positivo de 21 mil empregos formais com ensino superior completo (201 mil admissões contra 180 mil desligamentos), enquanto as demais áreas de serviços juntas apresentaram um saldo negativo de 77 mil empregos.

O gráfico abaixo mostra o percentual de admissões e de desligamentos do grupamento “Saúde Humana e Serviços Sociais” em relação ao total de admissões e desligamentos no Brasil, ambos considerando apenas empregos com ensino superior completo. É possível perceber que o percentual de admissões no grupamento aumentou no período coincidente com o começo da pandemia. Enquanto houve redução das admissões das demais áreas, foi registrado aumento na contratação de profissionais de Saúde por conta da crise sanitária. Em abril de 2020, do total de admissões, 27,3% eram da área de Saúde, por exemplo.