Rodrigo Capelato apresentou, na 15ª edição das Jornadas Regionais em São José do Rio Preto, o Panorama do Ensino Superior 2019 das Regiões de Governo de São José do Rio Preto, Andradina, Araçatuba, Barretos, Catanduva, Fernandópolis, Jales e Votuporanga

Depois de Marília, Santos, Ribeirão Preto e São José dos Campos e Campinas receberem a 15ª edição das Jornadas Regionais do Semesp, São José do Rio Preto encerrou o ciclo de eventos de 2019 nesta terça-feira, 22 de outubro.

Nesta terça-feira (22), o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato apresentou, na 15ª edição das Jornadas Regionais em São José do Rio Preto, no hotel Quality Saint Paul, o Panorama do Ensino Superior 2019 das Regiões de Governo de São José do Rio Preto, Andradina, Araçatuba, Barretos, Catanduva, Fernandópolis, Jales e Votuporanga, compostas por 158 municípios, além de dados do setor no Brasil e no estado de São Paulo, das redes públicas e privadas.

Foi a sexta e última Jornada Regional de 2019, que contou com um novo formato, dividida nos dois semestres, com tópicos diferentes em cada edição e transmissões online de algumas palestras. “A ideia surgiu para multiplicar temas e dar oportunidade para que IES de todo o país tivessem acesso a essas apresentações”, afirmou Capelato na abertura do evento. “Tentamos inovar esse ano, mas sofremos com algumas dificuldades técnicas nas transmissões online e não sabemos ainda se manteremos esse formato para o próximo ano”, revelou.

Jornada apresenta temas importantes para as IES

O Panorama 2019 apresentado por ele englobou dados de matrículas, ingressantes e concluintes por modalidade, evolução do número de Instituições de Ensino Superior (IES), de cursos e de polos EAD, os cursos mais procurados, valor médio das mensalidades, desconto médio aplicado nas mensalidades pelas IES, migração dos estudantes, taxa de evasão, perfil do aluno, faixa etária, dados de financiamento estudantil, entre outros.

“Esses dados são importantes para termos uma análise geral de contexto e tendências do setor”, explicou Capelato já mostrando alguns números do Censo 2019, divulgados pelo Ministério da Educação em setembro. “Pouco mudou em relação em relação ao censo divulgado em 2018”, avaliou. “Muito se falou sobre as vagas do EAD que superaram as do presencial, mas isso não quer dizer nada. Sempre abrimos mais vagas do que podemos e o grau de ociosidade de vagas no EAD é de 70%. O EAD cresceu, o presencial diminuiu e o setor não saiu do lugar”.

Ainda sobre a questão do ensino a distância, Capelato apontou problemas como a concentração dessas vagas em grandes grupos de educação superior e a possibilidade da liberação de cursos EAD de Direito. “A concentração das vagas da modalidade de ensino a distância é gigantesca, com cerca de 80% das matrículas concentradas em 10 grupos. Qual a chance de alguém entrar nesse negócio e ser competitivo?”, perguntou. “A concentração das vagas presencias em cursos como Administração e Direito é outra questão. Com a possibilidade de liberação do Direito EAD, o que vai acontecer? Muitas IES estão ancoradas no curso de Direito”.

Francisco Elíseo Fernandes Sanches, diretor Administrativo-Financeiro da Fundação Hermínio Ometto, apresentou a palestra “O processo de Planejamento Estratégico da FHO desenhado com base na análise de Dados Mercadológicos”

Planejamento estratégico

Após a apresentação de Rodrigo Capelato, Francisco Elíseo Fernandes Sanches, diretor Administrativo-Financeiro da Fundação Hermínio Ometto, abordou o tema “O processo de Planejamento Estratégico da FHO desenhado com base na análise de Dados Mercadológicos”.

Para o palestrante, os dados mercadológicos são o maior subsídio utilizado para a elaboração do planejamento estratégico da IES. “Estamos usando esse processo há 15 anos, quando percebemos que não queríamos ‘tocar o negócio’, mas sim fazer gestão”, afirmou.

Sanches explicou que a Fundação Hermínio Ometto utiliza o Modelo de Excelência em Gestão, da Fundação Nacional de Qualidade, para desenvolver suas práticas estratégicas. “A partir desse modelo, toda a estrutura de liderança tem que elaborar estratégias e planos, focando em resultados variados: econômico-financeiros, ambientais, sociais, relativos aos clientes, relativos à força de trabalho, produtos e processos”, citou.

Francisco Elíseo detalhou o planejamento estratégico da FHO e apresentou algumas dicas para a elaboração do documento. “É preciso, por exemplo, garantir a estrutura para a elaboração do mesmo. O documento não nasce espontaneamente”, reforçou. “A IES deve confiar e envolver as pessoas para que elas tenham compromisso e mantenham uma visão realista, principalmente em relação ao cenário interno da instituição”, defendeu. Por fim, Elíseo destacou a importância da elaboração de indicadores e do acompanhamento das metas, além do foco na execução das ações descritas no documento.