Raquel Carmona, gerente do Departamento Jurídico do Semesp, durante a 15ª edição das Jornadas Regionais

Durante a programação do período da tarde da 15ª edição das Jornadas Regionais, em São José do Rio Preto, nesta terça-feira, 22, foram debatidos temas importantes e atuais para as IES, como a questão do acervo digital e da proteção de dados, além da oferta de serviços diversificados pelas IES como forma de melhorar o atendimento aos seus alunos.

Raquel Carmona, gerente do Departamento Jurídico do Semesp, apresentou informações sobre a questão do acervo digital, que entra em vigor a partir de abril de 2020, e a nova Lei Geral de Proteção de Dados Lei de Proteção de Dados, legislação que deverá ser implantada em todas as IES até agosto de 2020.

Na primeira parte da palestra, Carmona falou sobre as exigências da portaria 315/2018, que regulamenta a questão da confiabilidade, autenticidade, integridade e durabilidade do acervo digital. Segundo a portaria, todos os documentos produzidos ou recebidos pelas IES relacionados à vida acadêmica e comprovação dos estudos dos alunos devem ser digitalizados, tanto os antigos quanto os novos, e os arquivos físicos não devem ser descartados.

“A não aplicação da portaria é caracterizada como irregularidade administrativa”, destacou Raquel Carmona. “Entre as exigências da portaria estão a implantação do Código de Classificação de Documentos e da Tabela de Temporalidade Documental, além da criação de um Arquivo Central no próprio endereço credenciado no Ministério da Educação”, citou.

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Raquel Carmona apontou alguns benefícios relacionados à mudança, como a redução do extravio de documentos, rápida localização dos mesmos, maior segurança e controle nos acessos, redução de custos, transportes, armazenamento e manuseio, entre outros. “A dica para cumprir a portaria até abril de 2020 é dar prioridade aos documentos de alunos ativos e já implantar algumas medidas como diários de aula já digitais e exigir a pré-matrícula com documentos já digitalizados pelo candidato”, aconselhou.

Em seguida, a gerente do Departamento Jurídico do Semesp explanou sobre a nova Lei Geral de Proteção de Dados, detalhando a lei e os princípios que a regem e definindo os tipos de dados e os direitos dos usuários. “A lei é muita extensa e possui vários tópicos que ainda precisam ser regulamentados”, explicou Raquel Carmona, lembrando que a legislação foi feita a partir de um modelo de lei similar ao da União Europeia.

“O mundo está preocupado com o tratamento de dados. Atualmente, a coleta de dados é gigantesca em nosso cotidiano. O que as empresas fazem com esses dados?”, perguntou destacando que esses dados representam poder econômico e político e precisam ser bem gerenciados para não serem utilizados contra os próprios consumidores.

Gabrielle Ferreira Fernandes, sócia diretora da Hai Consultoria e Varejo, falou sobre a diversificação de serviços pelas IES

Serviços diversificados

A palestrante Gabrielle Ferreira Fernandes, sócia diretora da Hai Consultoria e Varejo, empresa especializada em projetos do varejo a fim de expandir o conceito de excelência do segmento para diversos projetos estratégicos, encerrou as palestras da Jornada de São José do Rio Preto falando sobre “Como serviços diversificados nas IES podem melhorar a experiência dos alunos”.

Gabrielle Fernandes abordou três diretrizes da empresa para entender o consumidor (aluno) e assim descobrir o seu perfil e necessidades: Consultoria, que envolve estudo, planejamento e desenvolvimento de processos e ações, com objetivo de levar excelência ao cliente e receita para a instituição; Varejo, estudo de marcas e viabilidade, de acordo com as necessidades identificadas do cliente; e Comunicação, ações que potencializam a relação com o cliente.

De acordo com a palestrante, estudos reforçam que as escolhas dos consumidores estão relacionadas à satisfação de suas necessidades e desejos. “Quem ele é, qual o seu poder aquisitivo, de onde ele vem, quais as suas necessidades de consumo quando chega na instituição. É fundamental que a instituição descubra as necessidades, hábitos e preferências desse aluno que hoje busca novas experiências de consumo em todos os setores”, resumiu Gabrielle.

“Além de ajudar na captação de novos clientes, transformar a experiência e os serviços oferecidos nos ambientes de convivência da instituição também possibilita não perder esse aluno para os espaços de fora do campus”, alertou a palestrante, que destacou que as IES precisam criar uma experiência de emoção para envolver seus alunos para que eles tenham uma memória positiva da universidade.

Para ela, a questão da identidade visual é importante nessa equação. “O que a gente quer é servir melhor o aluno através de uma boa experiência de consumo”, defendeu alertando que os aspectos físico e estrutural das IES também contam na hora da escolha da faculdade”.