Prof. Markku Wilenius, diretor do Centro de Pesquisa de Futuros da Finlândia e Professor-Chefe da UNESCO para Estudo de Futuros, durante o 3º Seminário O Futuro do Ensino Superior

No período da tarde, dando continuidade à programação do 3º Seminário O Futuro do Ensino Superior, promovido pelo Semesp, nesta sexta (16), na FIAP, o diretor do Centro de Pesquisa de Futuros da Finlândia e Professor-Chefe da UNESCO para Estudo de Futuros, Prof. Markku Wilenius, apresentou a palestra “Inovações do ensino a partir da experiência finlandesa”.

Durante sua fala, Wilenius explicou o que é a disciplina do estudo do futuro e o pensamento futurístico, apontando que ela é uma abordagem que nasceu para combater a desinformação e a ignorância. “Queremos promover um pensamento sério sobre o futuro, analisando quais são os cenários possíveis para que possamos nos preparar para eles”, explicou.

“Estudamos alternativas e hipóteses a partir de alguns fluxos econômicos e da sociedade que podem ser detectados dentro do caos que vivemos”, afirmou. “Aprendemos também sobre a dinâmica padrão da evolução da sociedade e desenvolvemos ferramentas que nos permitam entender quais as forças que irão se aplicar no futuro”.

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Segundo Markku Wilenius, as mudanças nos últimos 20 anos têm sido intensas em todo o mundo, ainda que em velocidades diferentes em cada região. “As IES precisam pensar nessas transformações e em sua eficiência. As IES, no geral, são antiquadas e hierárquicas, com dificuldades para se adaptar”, lamentou. “Por quê? Porque elas são muito antigas e estão presas a uma forte tendência de apenas repetir o que já foi feito e fez sucesso no passado”.

Wilenius reforçou que o mundo está mudando, e a educação como um todo está se tornando a parte mais importante de nossa economia e sociedade. “Precisamos encontrar formas e novas tecnologias que possam tornar os estudos e os modelos de aprendizagem mais personalizados e que sejam mais eficientes do que os tradicionais”, declarou. “É nosso dever sermos críticos ao sistema educacional e fazer bom uso desses questionamentos. No setor da educação, por exemplo, existe muito gastos, mas tradicionalmente muito pouco investimento em inovação. Isso precisa mudar porque o campo da inovação na educação vai se desenvolver de forma bastante rápida”, adiantou.

O diretor do Centro de Pesquisa de Futuros da Finlândia e Professor-Chefe da UNESCO para Estudo de Futuros falou um pouco sobre algumas previsões futuras baseadas no que está acontecendo em nossa sociedade atual. De acordo com Markku Wilenius, a 6onda vai se caracterizar pelo crescimento do nacionalismo populista e da Inteligência Artificial, além de maciças mudanças climáticas e geopolíticas e transformações da economia, das cidades e das próprias rotinas de trabalho.

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“Dentro desse cenário, nossos estudantes precisarão ter uma conexão maior com o mundo em que vivemos, não só em relação às tecnologias, mas ao entorno. Precisamos então repensar a forma como construímos todas as competências”, decretou. “Habilidades como clareza de pensamento em relação ao mundo nos âmbitos político, econômico, social e cultural; criatividade para se encontrar dentro desse futuro tecnológico; e o aprendizado empático a partir de outros pontos de vista serão fundamentais”.

Em seguida, finalizando a programação do seminário, Wilenius participou de um debate com o reitor da Universidade Tecmilenio, Héctor Escamilla, com o professor da Universidade de Coimbra, Antônio Rochette, e com mediação de Guilherme Forma Klafle, do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI), da FGV Direito SP. Eles debateram quais os desafios do ensino superior para o futuro e apontaram cenários possíveis para a educação.