Aprendizagem desafiadora

O professor e coordenador das Faculdades Dom Bosco, Washington Lemos, falou sobre aprendizagem desafiadora

A edição de Marília da Jornada Regional do Semesp, realizada nesta quinta, 14, foi encerrada com uma discussão sobre a questão da aprendizagem desafiadora. O professor e coordenador das Faculdades Dom Bosco, Washington Lemos, apresentou a palestra “Aprendizagem Desafiadora: Como as instituições podem estimular os estudantes a partir de problemas reais?”.

Lemos começou a palestra lançando uma provocação ao perguntar sobre a relevância do Ensino Superior e do diploma. “As IES que pensam que o seu negócio está relacionando ao diploma estão com os dias contados. Esse não é o papel das instituições de ensino”, defendeu. “O negócio das IES vende soluções educacionais para alunos, sociedade e empresas que estão dispostas a pagar para ter esses futuros profissionais”.

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“O mundo mudou muito e rápido, mas as IES continuam pensando a educação sem considerar, por exemplo, a experiência do usuário, uma preocupação do mundo digital atual”, disse. “O professor precisa se colocar no lugar do aluno, um estudante que não é o mesmo de 10, 20, 30 anos atrás”, continuou. “Precisamos entender melhor quem são esses alunos, olhar para eles e saber quais são suas dores para criar conceitos e ideias e desenhar as melhores experiências. Não podemos dar sempre a mesma aula, por exemplo, ou montar um curso achando que os estudantes são os mesmos e sem ouví-los”.

Aprendizagem Desafiadora

O professor e coordenador das Faculdades Dom Bosco, Washington Lemos, falou sobre aprendizagem desafiadora

Segundo Lemos, esses são pensamentos básicos para que os educadores comecem a mudar paradigmas e compreendam que a educação determina o caminho futuro da sociedade. “As IES precisam entender quais são os problemas que elas resolvem para não ficarem sem sentido”, explicou. “E o que é relevante para nossos alunos? A questão da empregabilidade”.

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Dentro desse cenário, para Lemos, está a questão da aprendizagem desafiadora, que é dividida em três pilares interligados: engajamento, investigação e ação. “O primeiro pilar é engajar o aluno, fazer com que ele se envolva com o conhecimento. Em seguida, temos a investigação em cima de um problema real para que haja uma entrega que causa um impacto mensurável”, detalhou Lemos. “Geralmente, essa ação passa pelo uso da tecnologia, por meio de aplicativos e coleta de dados, por exemplo, sendo que todo esse processo deve ser documentado para que possa ser compartilhado e replicado”.

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Washington Lemos detalhou um pouco como esses três pilares são formados. “O engajamento passa por uma grande ideia que reflete sobre uma questão essencial e envolve um desafio, como a entrega de algo mensurável”, explanou. “A investigação envolve questões guias, e a ação traz soluções, desde seus conceitos, desenvolvimento e implantação”, continuou. “O objetivo da aprendizagem desafiadora é envolver todos os alunos, compartilhar a responsabilidade, atender às necessidades reais da comunidade enquanto aprofunda o conhecimento da área”, definiu. “Esse conceito precisa emocionar o aluno”.

Para ele, a importância da aprendizagem desafiadora pode ser mensurada por uma melhora no aprendizado ao integrar teoria e prática e ao proporcionar uma maior interação entre IES e sociedade. “Entre os desafios para a implementação da aprendizagem desafiadora estão o modelo acadêmico e o conceito de currículo vigentes, por exemplo. Não faz sentido algum sermos ortodoxos em relação à educação. Além disso, há outras questões que precisamos rever: interdisciplinaridade, avaliação, processo de formação de professores, gestores etc.”, finalizou.