O professor José Pastore, pesquisador e sociólogo da FEA e da FIA/USP na abertura do 20º FNESP

O Prof. José Pastore, pesquisador e sociólogo da FEA e da FIA/USP, afirmou durante a conferência de abertura do 20º FNESP – Fórum do Ensino Superior Particular Brasileiro realizado pelo Semesp, e que teve início nesta quinta-feira (27) em São Paulo, que “o ensino que capacita o aluno a pensar será fundamental para que as sociedades possam acompanhar o avanço das tecnologias e fazer os ajustes necessários para o trabalho do futuro”.

Falando para uma plateia de 700 participantes entre mantenedores, gestores e especialistas do segmento do ensino superior, o expositor disse que esse será o grande desafio para a educação diante das transformações da 4ª Revolução Industrial: “Não basta ser adestrado, é preciso ser educado, e bem educado”, destacou, assinalando que empresas inovadoras como a IBM, e também brasileiras como o Bradesco, a Embraer e a Embrapa já estão preparando seus funcionários para o futuro através do aprendizado contínuo, e que as instituições educacionais têm que formar e capacitar os profissionais para participarem dessa busca permanente de inovação.

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Segundo Pastore, as inovações não são lineares e têm desdobramentos inesperados em todas as direções. “Ondas de rupturas causam novas rupturas autopropelidas, e outros setores se apoderam das inovações, que migram de setor para setor, com alto poder de disseminação”, afirmou o expositor, citando tecnologias como o SMS e o ATM, que passaram a ser usados com várias aplicações desde sua implantação. Para ele, “o processo de inovação é irreversível, mas os seres humanos são capazes de se ajustar às transformações, ainda que o processo seja lento, difícil, caro e penoso”.

O professor José Pastore, pesquisador e sociólogo da FEA e da FIA/USP na abertura do 20º FNESP

O Prof. José Pastore destacou, no entanto, que a capacidade de transformação dos profissionais depende da qualidade da educação para garantir os ajustes às novas realidades. Segundo ele, será importante que as instituições de ensino superior se preocupem com a adaptabilidade dos profissionais do futuro.

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“Um total de 50% dos trabalhos fixos atuais continuarão pelos próximos 15 ou 20 anos, mas exigirão novas formas de trabalho e haverá mudanças dentro das próprias profissões”, afirmou o expositor, citando as novas tecnologias que serão incorporadas a essas atividades. “É preciso que os novos profissionais formados pelas instituições de ensino superior sejam capacitados para avançar em conhecimento, por sua própria curiosidade e com a ajuda das empresas para fazer o ajuste às novas tecnologias”, disse.

Para Pastore, “as escolas, o governo e as empresas terão um papel fundamental nesse processo de ajuste”. Segundo ele, “é impossível operar com inovações do século 21, com mentalidade do século 20 e instituições do século 19”.