Sessão “Nem dentro, nem fora, chute a caixa pra longe! Novas ideias para uma nova instituição” (Foto: Jonathan Nóbrega/Semesp)​

O 25º FNESP abriu as discussões falando sobre o relatório Ideas for Designing An Affordable New Education Institution, do MIT , na sessão “Nem dentro, nem fora, chute a caixa pra longe! Novas ideias para uma nova instituição”, com a participação remota de Sanya Sarma,  diretor do Lab J_WEL, do MIT.

Sanya Sarma começou sua fala explicando que a maioria dos seres humanos não consegue se concentrar por muito tempo quando está aprendendo, mas a educação superior ignora isso. “Nosso cérebro não é uma folha de papel, e um dos problemas do ensino superior é pensar que os docentes são uma caneta e o cérebro dos alunos é uma folha de papel”, disse o pesquisador. “Esse é um dos grandes erros do ensino superior, que não leva em consideração essa lógica, culpando o aluno caso ele não aprenda”, acrescentou.

Outra questão apontada por ele é que o mercado de trabalho não está satisfeito com os egressos. “Muitas empresas precisam treinar os novos funcionários, e as IES seguem com a mesma lógica de ensino”, pontuou. Ele defendeu a necessidade da mudança da abordagem pedagógica, com a substituição de aulas expositivas por estudos de caso, simulações, aulas práticas em laboratórios, por exemplo. “Essas novas metodologias são muito aceitas, mas, infelizmente, ainda são pouco aplicadas”, disse.

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Sarma também defendeu a substituição do currículo tradicional pelas microcredenciais, mais adequadas às novas demandas do mercado de trabalho. “As microcredenciais são fundamentais porque facilitam a ideia de jornada ao longo da vida, mantendo os profissionais atualizados. A jornada do estudante não termina com o diploma”, decretou. Ele apontou ainda que o calendário acadêmico precisa ser alterado, deixando de lado a estrutura semestral por uma lógica trimestral.

Após a apresentação de Sanya Sarma, o superintendente Geral do Instituto Mauá, Irineu Gianesi, e o diretor do Lyceum, Fábio Cespi, participaram de um debate coordenado por Henrique Sartori, que, recentemente, assumiu a função de presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação – CNE.