Luiz Roberto Liza Curi, presidente do CNE, Antônio Gois, jornalista do jornal O Globo, e Helena Sampaio, secretária da SERES/MEC, durante debate no 25º Fnesp. (Foto: Jonathan Nóbrega/Semesp)​

Após a abertura do 25º FNESP, o jornalista do jornal O Globo, Antônio Gois, comandou um debate sobre como o ensino superior pode colaborar para o avanço na qualidade da educação básica. Autor do livro “O ponto a que chegamos: duzentos anos de atraso educacional e seu impacto nas políticas do presente”, ele apresentou um pequeno contexto em relação a dados históricos que revelam o atraso educacional brasileiro.

Segundo Gois, uma das principais questões que precisa ser trabalhada são as preocupantes taxas de evasão que atingem todos os níveis da educação no Brasil, da educação básica até o ensino superior. “Há uma grande desigualdade que se inicia na educação básica, chega ao ensino médio e impacta a educação superior”, lamentou. “De acordo com um relatório da OCDE, o Brasil alcançou em 2022 o nível de 1998”.

Lúcia Teixeira defende educação inclusiva e de qualidade no 25º FNESP

Secretária da SERES/MEC, Helena Sampaio defendeu que a formação dos docentes tem que estar no centro dos debates. “Historicamente, o Brasil descuidou um pouco em relação à qualidade dessa formação. Isso tem nos colocado em um ciclo vicioso”, disse ela, que levantou também a questão de que, atualmente, a grande maioria dos professores se formam em cursos de educação a distância. “Quem estamos formando nesses cursos? O que esses cursos oferecem?”, questionou.

“A questão da formação dos docentes não pode ser uma portaria”, declarou Luiz Roberto Liza Curi, presidente do CNE. “Temos que ter uma clareza maior das diretrizes que guiam a formação de professores, com a definição de um currículo que olhe para o futuro e que não misture aprendizado com princípios pedagógicos”, defendeu.