A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, abriu as discussões do 25º FNESP (Foto: Jonathan Nóbrega/Semesp)​

Defendendo que “a educação deve ser inclusiva, equitativa e de qualidade” e a importância de “reforçar o elo entre a educação básica e a educação superior”, a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, afirmou nesta quinta-feira (28), durante o 25º FNESP, que “a educação superior tem que garantir oportunidades para o aluno: cuidar do seu bem-estar, da sua experiência acadêmica e social, da sua formação profissional e humana, sem esquecer do futuro professor”.

Ao abrir o evento, juntamente com o ministro da Educação, Camilo Santana, e o presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi, a presidente do Semesp ressaltou que, no Brasil, “a redução do acesso de jovens de 18 a 24 anos ao ensino universitário tem ocorrido em uma proporção maior que a própria queda registrada na população dessa mesma faixa etária”.

Lucia Teixeira destacou que enquanto a população de jovens brasileiros caiu 3% de 2019 a 2021, o número de matriculados nessa faixa caiu o dobro: 6%. “Desse modo, o Brasil, com uma taxa de escolarização líquida que é uma das mais baixas do mundo, apenas 18%, ainda está longe de atingir a meta 12 do Plano Nacional da Educação que estabeleceu que o país deveria atingir 33% dessa taxa até 2024”.

Lembrando que “um dos documentos que servirá de base para o debate ao longo deste Fórum é o relatório elaborado pelo Laboratório Mundial de Educação do MIT, Ideias para projetar uma nova instituição educacional acessível, a presidente do Semesp defendeu a importância de “redesenharmos uma nova instituição de ensino superior, um novo modelo acadêmico, oferecendo boas experiências baseadas em inovação, diretrizes pedagógicas para o desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos, com projetos reais e foco no sucesso do estudante”.

Camilo Santana, ministro da Educação, na abertura 25º FNESP (Foto: Jonathan Nobrega/ Semesp)

O ministro Camilo Santana ressaltou em seu discurso de abertura “o papel fundamental do Semesp como representante do setor, especialmente pela qualidade das análises de dados e estudos que a entidade tem oferecido”, assinalando que “nenhuma política pública pode ser formulada sem ser com base em dados e informações relevantes”. Referindo-se ao evento, o ministro sublinhou também que “o FNESP ocupa um papel central na discussão de debates fundamentais para o ensino superior privado e se destaca como o principal fórum do ensino superior da América Latina”.

Assinalando o papel do ensino privado na educação superior “como responsável pela grande maioria das matrículas”, o ministro ressaltou o fenômeno do aumento da EAD. Segundo Camilo Santana, “independentemente da modalidade, precisamos somar esforços em todos os níveis educacionais, inclusive na formação de professores, para podermos caminhar juntos para uma educação atraente, que garanta o acesso da população ao ensino superior”.

“Somos tomadores de decisão, e para alcançar soberania o país não tem outro caminho senão tomar decisões para que a educação possa oferecer oportunidades iguais”, afirmou o ministro, que anunciou um “programa de garantia da alfabetização, que definirá um padrão desde os primeiros anos para não comprometer a vida escolar dos estudantes e permitir superar a situação atual de reprovação e abandono, com apoio técnico e financeiro para todos os Estados, envolvendo governadores, prefeitos e diretores de escolas”

“O Brasil precisa fazer um grande pacto pela qualidade da educação e garantir a qualidade da escola pública, para dar oportunidade aos nossos jovens de fazer um curso superior que garanta oportunidades de emprego, adequando o aprendizado às novas tecnologias necessárias ao desenvolvimento”, afirmou. Para atingir esse objetivo, o ministro propôs “rever as questões curriculares, com cursos mais atrativos e focados no mercado de trabalho, para combater a alta evasão, inclusive na universidade pública”.

O presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi, na abertura do 25º FNESP (Foto: Jonathan Nobrega/ Semesp)

O presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi, destacou o papel da educação no desenvolvimento nacional, falando sobre a importância da formulação de políticas públicas abrangentes. Ressaltando “a necessidade de integrar os jovens em todos os níveis educacionais como garantia da cidadania”, Curi afirmou que “a educação brasileira passa por mudanças relevantes na atualidade que têm que ser preservadas”.

A presidente Lucia Teixeira destacou em seu pronunciamento que “a cada ano o FNESP reafirma o esforço do Semesp, com o apoio e a inspiração de suas lideranças e dos gestores do nosso segmento, para compartilhar conhecimentos, novas experiências e contribuir para o desenvolvimento do país através da educação superior, colocando em debate temas relevantes sobre a educação superior, apontando as tendências com o apoio de renomados especialistas nacionais e internacionais”.

“Nós, do Semesp, sabemos que o ensino superior precisa estar em constante mudança para ofertar modelos acadêmicos que garantam acesso ao mercado de trabalho e formem novas gerações capazes de transformar a sociedade nas questões sociais e ambientais, preservando valores fundamentais, com cada aluno sendo capacitado com atenção e incentivo integralmente, e não com competências de curto prazo”.

Segundo Lúcia Teixeira, “o momento é de buscar mudanças transformadoras, revertendo a queda histórica na escolaridade, na aprendizagem, no ensino, nas tecnologias e no financiamento da educação” e, nesse sentido, “as escolas, as IES, educadores, gestores, professores surgem como espaços de transformação e formação de cidadãos em sua plenitude”.