O Semesp realizou nesta quinta (17) webinar Interchanging os novos rumos da Universidade do Futuro

O futuro está cada vez mais próximo e a necessidade da transformação digital em diversos setores da sociedade, inclusive na educação, tem sido uma discussão frequente. Mas como as experiências digitais e as novas tecnologias precisam entrar na pauta das instituições de ensino superior? E quais são as características das universidades do futuro?

Para responder a essas perguntas, o Semesp convidou Gustavo Barcia, fundador e CEO da Needed.Education, uma plataforma adaptativa de educação, e Fernando Valenzuela, sócio-fundador da Global Impact EdTech Alliance, que conecta EdTechs ao redor do mundo, para participarem do webinar Interchanging os novos rumos da Universidade do Futuro, que foi realizado nesta quinta-feira (17).

Adaptável, fluida, flexível, conectada e digital. Essas são algumas características apontadas pelos especialistas como definidoras de como as universidades serão no futuro. Mais abertas aos diálogos com a sociedade e o setor produtivo e menos burocrática, as IES do futuro estarão preocupadas com as tecnologias emergentes e focadas em dados e informações para melhorar as experiências de todos, de alunos a professores, do corpo administrativo à sociedade. Mas esse conceito já está perto de se tornar realidade?

Gustavo Barcia, fundador e CEO da Needed.Education, uma plataforma adaptativa de educação, e Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes do Semesp

Gustavo Barcia começou o webinar afirmando que a transformação digital não começou agora, mas desde o início da internet. A pandemia, no entanto, acelerou essa transformação aumentando o uso massivo das tecnologias. “Hoje, temos um poder de conexão imediato nas mãos com os smartphones, que mais do que telefones são rôbos à nossa disposição”, disse ele. “Estamos vivendo um momento de disrupção que surge via tecnologias e culmina na adaptação das pessoas e empresas. As organizações, na verdade, estão correndo atrás da aceleração digital porque elas demoram mais a se adaptar do que as pessoas e seus clientes”, analisou.

Segundo Barcia, a tecnologia é habilitadora da transformação, mas o que muda as empresas, incluindo as instituições de ensino superior, são as pessoas. “Sem que as pessoas mudem sua mentalidade, repensem o mundo e adquiram novas habilidades, a tecnologia não serve para coisa alguma”, decretou ele. “A tecnologia ajuda a entregar um benefício e tem nos auxiliado a antecipar necessidades futuras e tomar decisões preditivas graças à análise de dados”, apontou. “Mas, antes de tudo, as pessoas precisam mudar sua mentalidade em relação à tecnologia para que a transformação digital realmente aconteça. Ela não é uma ameaça, mas sim uma aliada estratégica importante. Precisamos perder o medo para experimentarmos e vivenciarmos a tecnologia”, defendeu.

Para Fernando Valenzuela, as instituições de ensino superior devem pensar primeiro na transformação digital fora do âmbito educacional para trazer para seus ambientes os conceitos e aprendizados que estão sendo colocados em prática nas outras indústrias. “A educação não é algo linear, mas o setor possui muitas estruturas e muita rigidez”, avaliou. “A pandemia ajudou as IES a caminharem em direção à transformação digital porque ela nos obrigou a fazer experimentações e testar as coisas de modo diferente. Ela proporcionou uma transformação em nossas habilidades, e isso não tem mais volta”, ponderou.

“Estamos vivendo um momento fundamental na história da humanidade. Para tomar decisões, precisamos pegar o melhor do passado para desenhar um futuro diferente”, continuou. Para Valenzuela, a inovação no futuro não dependerá da tecnologia, e sim de novas formas de colaboração. “Em relação às instituições de ensino superior, elas devem repensar a ideia de espaço de aprendizagem. A pandemia, por exemplo, nos mostrou que o ato de aprender acontece em qualquer lugar e a qualquer momento. É necessário que se faça uma transformação dos espaços físicos das universidades, essa é uma tendência para o futuro porque o aprendizado pode acontecer em espaços físicos, plataformas, via realidade aumentada etc”, detalhou. “A tecnologia antecipa necessidades e nos complementa, acompanha e enriquece. Acima de tudo, ela maximiza o impacto da educação”, finalizou.