Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, participou de audiência pública sobre a cobrança de mensalidades em universidades públicas

O Semesp participou nesta quinta-feira, 2, de audiência pública da Comissão de Educação da Câmara Federal sobre a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. O diretor-executivo da entidade, Rodrigo Capelato, falou sobre o modelo de financiamento australiano, que poderia servir de alternativa à cobrança de mensalidade nas IES públicas.

Segundo Rodrigo Capelato, o modelo australiano é de financiamento atrelado à renda futura, com os estudantes reembolsando o financiamento apenas depois da graduação de acordo com seus rendimentos, com recolhimento via Imposto de Renda pela Receita Federal. “Automaticamente, esse modelo promove mais justiça social ao não tornar o pagamento do financiamento compulsório, como no caso do FIES, por exemplo”, explicou. “É o melhor modelo de financiamento que existe no ensino superior no mundo atual”, decretou ele lembrando que o Semesp tem uma proposta sobre o tema no documento Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro.

Capelato apontou ainda que o Instituto Semesp fez um estudo sobre uma possível cobrança de mensalidades nas IES públicas, seguindo os mesmos critérios socioeconômico do FIES, que aponta uma arrecadação anual, seguindo números de 2019, de mais de R$ 10 bilhões.

Para Capelato, apesar do tema polêmico, ele deve ser debatido de forma urgente porque o sistema educacional brasileiro precisa ampliar e democratizar o acesso, já que a taxa de escolarização líquida (que mede a proporção de pessoas de 18 a 24 anos que frequentam o ensino superior em relação à população dessa faixa etária) é de apenas 18%, bem menor do que em países desenvolvidos ou outros países da própria América Latina. Ele sugeriu ainda que o termo cobrança de mensalidade gera um certo desconforto na sociedade e essa não é a ideia que a entidade defende.

Também participaram da audiência pública, presidida pelos deputados Kim Kataguiri  (União-SP) e Tiago Mitraud (Novo-MG), Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira, representando a Associação dos Reitores das Universidades Federais do Brasil (AFEBRAS); Alesandra de Paula, coordenadora da Setorial de Educação do Movimento Livres; Paulo Meyer Nascimento, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e o professor de Economia do Insper, Sergio Firpo.

Confira audiência pública na íntegra