Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, participou de reunião do CNE nesta quinta (1). O foco da reunião foi discussão sobre ensino híbrido no ensino superior

O Semesp participou nesta quinta (1) de mais uma reunião da Comissão Bilateral do Conselho Nacional de Educação (CNE) para discutir o ensino híbrido. Nesta reunião, que contou com a participação da presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, o foco específico foi um debate sobre o ensino superior. O objetivo das reuniões é ajudar na construção de uma resolução sobre o tema, que está no centro das discussões do setor em virtude da pandemia da Covid-19 e da adoção das aulas remotas.

Durante a reunião, Lúcia Teixeira destacou que o Semesp realizou, no mês de maio, uma extensa pesquisa, ainda inédita, entre alunos e docentes sobre a adoção das aulas remotas, lembrando que a entidade já havia realizado pesquisa semelhante em 2020. “Segundo o comparativo entre as duas pesquisas, há uma maior aceitação das aulas remotas e um aumento do percentual de alunos e professores que gostariam de, no pós-pandemia, manter o modelo de educação híbrida”, adiantou ela.

Lúcia Teixeira afirmou ainda que é preciso superar a distinção de credenciamento para ensino presencial e ensino EAD. “Essa diferenciação não faz mais sentido. O estudante precisa ter autonomia e poder de escolha para decidir onde e quando ele quer estudar, e a educação híbrida é um modelo educacional consistente que aprimora o engajamento dos alunos e lhes dá protagonismo. Precisamos abandonar os modelos preconcebidos de educação”, defendeu ela.

Os membros do CNE Maria Helena Guimarães de Castro, Luiz Roberto Liza Curi e Suely Menezes apresentaram uma série de diretrizes ao longo da reunião, defendendo, entre outros, o fim da separação de modalidades. “A educação híbrida é uma nova estratégia e metodologia de aprendizagem, em que o ensino é mediado pela tecnologia”, explicou Maria Helena. “Nós estamos aqui para aprofundarmos o tema e entender as demandas do setor, lembrando que a tendência internacional é tratar a questão sem buscar uma regulação específica sobre ela”, prosseguiu.

Para Luiz Curi, a educação híbrida precisa ser trabalhada a partir de uma ideia de processo transformador. “Não podemos pensa-la sob uma ótica conservadora, a partir de ideias do passado. Temos que organizar a discussão pensando em um cenário do futuro e estabelecer uma nova realidade para repactuar e ampliar o aprendizado”, afirmou.

Já Suely Menezes acredita que a educação híbrida pode ser uma alternativa para a educação no mundo pós-pandemia. “Estamos vivendo um momento de trânsito e a crise é, na verdade, uma oportunidade de melhora. Precisamos romper com modelos pedagógicos para superar desigualdades e permitir que os estudantes sigam trilhas diferentes, buscando a diversidade nas formas de atendimento dos alunos”, pontuou. “A educação híbrida não é uma modalidade, mas uma nova concepção de educação que busca espaços diversos e a personalização da educação a partir do currículo flexível”.