Rodrigo Capelato destacou dados da pós-graduação lato senso em uma das sessões da tarde do segundo dia do FNESP

Uma das palestras simultâneas do segundo dia do 22º FNESP discutiu A hora e a vez da pós-graduação, focando nas mudanças que os cursos de especialização estão sofrendo antes mesmo do setor ser afetado pela pandemia. O diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, e o coordenador da Universidade Corporativa, Márcio Sanches, participaram do debate nesta quarta (28).

Capelato destacou que, apesar de toda a crise envolvendo a graduação, com crescimento da evasão e inadimplência e queda nas matrículas, a pós-graduação lato senso tem assumido um protagonismo e ganhou relevância durante a pandemia. “A pós-graduação lato senso seguiu uma outra direção, com um crescimento acentuado que vem sendo verificado desde 2015. A pandemia está aquecendo o mercado e acabou favorecendo para que houvesse um aumento na procura desse tipo de curso”, avaliou.

Fnesp apresenta várias palestras simultâneas

Apontando alguns dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp, Capelato afirmou que esse momento é de oportunidade para as instituições de ensino privadas, que respondem por quase 90% do mercado desse tipo de curso. “Análises a partir do Google têm apontado um salto na procura por cursos lato senso. Isso tem acontecido porque o novo modelo de aulas remotas vem ao encontro das necessidades de um perfil de aluno mais velho e que já trabalha que foi beneficiado com o home office ou precisa se manter atualizado para ter maiores chances no mercado de trabalho”, disse Capelato.

“Os próximos anos serão um período de muita inovação para os cursos de especialização”, adiantou Márcio Sanches, coordenador da UC Semesp, durante palestra no FNESP

Para Márcio Sanches, o boom da pós-graduação foi possibilitado graças à mudança do marco regulatório que permitiu uma legislação bastante flexível que retirou a obrigatoriedade de monografia, reduziu a quantidade obrigatória de doutores no corpo docente e passou a entender disciplinas como atividades de aprendizagem. “Se as IES não fazem pós-graduações inovadoras, não é por culpa da legislação”, apontou ele.

Sustentabilidade do setor está em risco, apontam palestrantes

“Em relação à pandemia, as IES conseguiram responder muito rapidamente à nova demanda pelo ensino remoto”, afirmou Sanches. “Isso trouxe uma comodidade para os alunos. Antes as IES montavam os cursos de acordo com os horários que tinham disponibilidade, muitas vezes concentrando a carga horária em um ou dois dias de aula. A pandemia veio mudar esse problema logístico”, pontuou.

Segundo Sanches, o uso de plataformas amigáveis e a adoção do ensino remoto trazem oportunidades para as IES, como a possibilidade de parcerias com outras instituições, ter aulas com professores internacionais e uma valorização maior dos momentos presencias. “As pós-graduações lato senso também se beneficiam porque os seus alunos não demandam a vivência universitária de forma primordial como os estudantes de graduação. O importante é fazer o mesmo curso com uma maior conveniência capacitando os profissionais”, finalizou acrescentando que os próximos anos serão um período de muita inovação para os cursos de especialização.