Sessão O campus também ensina: a nova IES enxerga o espaço como potencializador de conhecimento (Foto: Jonathan Nóbrega/Semesp)​

Duas instituições de ensino superior de diferentes áreas participaram de um painel no segundo dia do FNESP, nesta sexta, 29, para discutir como o espaço do campus pode influenciar positivamente no aprendizado do estudante. Maira Rios, diretora Adjunta da Escola da Cidade, especializada em cursos de arquitetura, e Maurício Garcia, conselheiro Acadêmico do Inteli, IES voltada para cursos da área de tecnologia, apresentaram os cases de suas instituições.

Para Maira Rios, o entendimento do espaço do campus como pertencente à cidade é fundamental para os estudantes de arquitetura. “Somos uma IES independente, sem mantenedora e que sobrevive apenas com as mensalidades dos estudantes”, explicou. A IES busca parcerias com outras entidades em seu entorno para oferecer espaços diferenciados aos alunos, como uma fábrica que funciona como oficina e auditórios em outros prédios para servir como espaços de troca.

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“É importante que os estudantes de arquitetura vivenciem a dinâmica da arquitetura das cidades, porque é nas cidades onde que eles irão trabalhar”, destacou Maira. “Podemos experimentar outros espaços de ensino. O encontro dos alunos com a matéria é muita transformadora para as gerações atuais, daí termos espaços de aprendizagem que privilegiam o compartilhamento de conhecimento entre os estudantes e o trabalho em equipe”, disse ela. “Essa é uma forma nova de ensinar arquitetura e somos movidos por esse ideal”, declarou ela afirmando que os estudantes aprendem muito uns com os outros. “Temos que promover outras formas de aprender e ensinar que vão além da sala de aula”, concluiu.

“Nosso prédio é vivo”, disparou Maurício Garcia. Localizado em um prédio com 120 anos e tombado pelo Patrimônio Histórico, o Inteli adota uma estrutura curricular diferente que funciona a partir de projetos e módulos, o que agiliza a entrada dos estudantes no mercado de trabalho. “Entender nossa estrutura curricular é fundamental para entender como nosso espaço físico respira essa parte pedagógica”, apontou. “Nossos estudantes estudam a partir de problemas apresentados por clientes, daí a importância de espaços onde os alunos possam trabalhar em conjunto”.

Chamadas de ateliês, as salas de aula do Inteli são formadas por cinco mesas com oito cadeiras cada. “São salas sem frente ou fundo, com mesas com monitores compartilhados pelos alunos para que eles possam trabalhar juntos”, prosseguiu Garcia. Além dos ateliês, os estudantes também podem trabalhar em outros pontos do prédio, de forma isolada ou compartilhada. “Temos três mil tomadas espalhadas pelo prédio, luz natural que penetra em todos os ambientes”, afirmou ele, apontando que esses espaços facilitam a dinâmica entre os professores-orientadores, os professores-instrutores e os estudantes.

Ao final da sessão, os dois participaram de um debate com o diretor de Relações Institucionais do Semesp, João Otávio Bastos.