O número de matrículas em cursos superiores de educação a distância (EAD), as chamadas faculdades virtuais, aumentou 14% nos últimos cinco anos na região de Rio Preto – passando de 4.722, em 2009, para 5.426 alunos em 2013, ano do último dado disponível. Enquanto isso, caiu a procura pelos cursos presenciais. É o que revela levantamento do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), divulgado esse semana. Os dados mostram que, se por um lado a busca pelo ensino on-line ganhou 704 alunos, por outro os cursos presenciais perderam 1.545 estudantes.

As matrículas nessa modalidade caíram de 48.513 para 46.968, retração de 3%, mesmo com o aumento na oferta de cursos de graduação. Em 2009, eram 312 opções, já em 2013 chegou a 339 o número de cursos oferecidos na região. O fácil acesso à internet e flexibilidade no horário de estudo estão entre os principais motivos dessa migração, segundo os próprios estudantes.

A educação a distância é oferecida na região em duas modalidades e em pelo menos quatro instituições. Na semipresencial, o aluno precisa frequentar a instituição uma a duas vezes por semana. Na on-line, as aulas são todas pela internet, porém o estudante precisa ir à faculdade fazer as provas. Dessa maneira, o estudante não é obrigado a assistir a quatro horas de aula por dia. Pode, por exemplo, ver todas as disciplinas durante os fins de semana.

Foram esses motivos que levaram a empresária Joseane Torres, 39 anos, a optar pela educação a distância. Ela viu nesse método de ensino uma oportunidade de conseguir a graduação. Desde o ano passado, ela assiste on-line às aulas do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos. “Trabalho com saúde e bem-estar, por isso atendo clientes o dia todo. Fica complicado ter de ir à faculdade todos os dias no período noturno. No curso a distância, assisto às aulas no horário que eu quiser. O ensino é bom, só preciso mostrar interesse e me dedicar mais”, explica.

O horário flexível das aulas também foi o motivo que levou Rodrigo Luís Marques da Silva, 38 anos, a procurar um curso desse tipo. Ele trabalha em uma concessionária durante o dia e dá aulas em um Centro de Formação de Condutores (CFC) no período noturno. Nos horários disponíveis, estuda Logística. “Para melhorar de vida precisava estudar, mas meus horários são complicados. Não dava para passar a noite em uma faculdade. No ensino on-line, existe uma cobrança, porém consigo me programar para ver as aulas no horário que quiser. No site, ainda tem professor on-line e tiro todas as minhas dúvidas”, afirmou.

Para melhorar de vida precisava estudar, mas meus horários são complicados. Não dava para passar a noite em uma faculdade. No ensino on-line, existe uma cobrança, porém consigo me programar para ver as aulas no horário que quiser. No site, ainda tem professor on-line e tiro todas as minhas dúvidas”, afirmou.

Nada substitui o curso presencial

Essa é uma tendência de ensino, mas não substitui o curso presencial. Deveria funcionar apenas como complemento, como acontece em universidades estrangeiras e recentemente em instituições brasileiras. Mesmo com tanta tecnologia, o modelo on-line não é eficiente. O aluno fica sem o espírito universitário, tem aulas sem o auxílio de professores e não tem troca de experiência. É para quem já trabalha em determinada área e quer se aprimorar. Não deve ser utilizado como graduação, no meu ponto de vista, porque não tem a mesma qualidade dos cursos presenciais.

O que atrai os alunos é o baixo preço. Essas instituições pagam menos professores e menos encargos. Também podem ter uma turma bem mais numerosa de alunos, por isso têm condições de oferecer menores custos. Tendem a ser menos exigentes e acabam encontrando também alunos menos exigentes. Criam distorção na aprendizagem.
Sou a favor, desde que funcione como apoio e não como graduação.”

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