Maior interatividade na sala de aula como melhoria da qualidade do ensino

ü  Especialistas explicam novo método, já adotado em Harvard e no Brasil, que pode trazer avanços em relação aos atuais modelos de aprendizagem

Uma forma de ensino sem a atual hierarquia em que o professor expõe e os alunos apenas ouvem. Este o tema do painel “Como assegurar a qualidade acadêmica e trazer inovação para o ensino”, realizado nesta sexta-feira (30) durante o 13° FNESP, em São Paulo.

Tendo como objetivo aprimorar o processo de aprendizagem com ênfase no entendimento dos conteúdos e não apenas sua memorização, os professores Peter Dourmashkin, do MIT – Massachussets Institute of Technology e Álvaro Neves, da Universidade Federal de Viçosa (RJ) e pesquisador visitante na Harvard, descreveram as principais características do método “peer instruction” (instrução pelos pares), já utilizado experimentalmente no Brasil e nos Estados Unidos.

Por este método, totalmente interativo e que pode requerer a adoção de certo nível de tecnologia nas salas de aula, uma pergunta referente ao conteúdo exposto é lançada para os alunos, que escolhem uma resposta dentre um rol de opções.

Se o nível de acertos for menor que 30%, o professor faz uma nova exposição sobre o tema e lança uma nova pergunta. No caso de superarem 70%, é dada uma breve explicação como complemento, passando-se a um outro assunto.

Já se o resultado ficar entre 30% e 70% – situação avaliada pelos especialistas como a mais interessante -, é gerada uma discussão em pequenos grupos de alunos. A avaliação é novamente repetida até que o assunto esteja totalmente explicado.

“Aparentemente este método parece precisar de muita tecnologia, mas o elemento-chave está no engajamento do aluno”, disse o professor Peter sobre o novo modelo, que força a pensar através dos argumentos, permitindo que eles, assim como o professor, possam avaliar sua compreensão dos conceitos antes mesmo de sair da sala de aula.

“Trata-se de um modelo que implica em mudanças no ensino, e que sem a interatividade entre os protagonistas, ou seja, alunos e professor, não segue adiante”, completa o professor Álvaro.

Especialistas explicam novo método já adotado em Harvard e no Brasil