Instituições presentes desde o maternal até a especialização oferecem oportunidades além do ensino, mantendo-se atraentes aos alunos por longo período

por Udo Simons

187_28Larissa Franklin Neri é uma jovem de 17 anos extremamente articulada ao falar. Se expressa com segurança e tem muita curiosidade e expectativa pela vida, principalmente sobre a carreira profissional que escolheu para si. Atualmente, ela cursa o primeiro semestre de relações internacionais.

“Quero seguir carreira em órgãos multilaterais”, diz veementemente. A certeza da escolha da jovem universitária, que ainda mora com os pais na zona norte da capital paulista, foi definida após participar de uma viagem à capital do Catar.

Em 2013, Larissa integrou a delegação de jovens brasileiros que viajou a convite da monarquia do Emirado para participar do Doha Goals Forum, evento idealizado para estudantes do mundo inteiro, com o objetivo de formar líderes para as gerações futuras. “Foi uma experiência inesquecível”, lembra.

Essa pequena parte da história de Larissa ilustra a maneira como algumas instituições de ensino agem para ser atraentes aos seus alunos e oferecerem mais do que conteúdo em sala de aula. Em contrapartida, garantem a permanência dos estudantes por mais tempo em seus sistemas de ensino, em alguns casos, que vão desde o berçário até o ensino superior.

Larissa, por exemplo, é aluna das Faculdades Integradas Rio Branco. Antes disso, foi estudante do ensino médio no colégio Rio Branco, época em que escolheu sua formação universitária. “Ao terminar o ensino fundamental, procurei um colégio com tradição, que me encaminhasse para um curso universitário”, comenta a jovem. O fato de o colégio Rio Branco manter parcerias com instituições internacionais e oferecer, a alunos e professores, a oportunidade de intercâmbio facilitou a escolha da instituição pela jovem.

Trajetória em curso
Ao oferecer todos os níveis de educação, a Fundação de Rotarianos de São Paulo, mantenedora do colégio e das Faculdades Integradas Rio Branco, exemplifica uma prática de gestão que acompanha a trajetória do ensino particular no Brasil, mas ainda é pouco explorada como segmento. Esse modelo é mais frequentemente encontrado no universo das instituições confessionais ou mesmo no ensino público.

Afinal, por lei, os governos são obrigados a oferecer educação formal e, portanto, o ensino público estar presente em todas as fases de aprendizagem das pes­soas é algo consequente. Já as instituições com vínculos religiosos e confessionais sempre tiveram como missão formar o maior número de pessoas nos mais diversos níveis educacionais. Caso, por exemplo, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), com presença nacional.

Contudo, com a crescente movimentação do mercado educacional no país, a partir de fusões, aquisições e participação de capital, inclusive estrangeiro, é visível o aumento do número de instituições do ensino superior particular com atuação nos demais níveis educacionais.É o caso da Kroton Educacional, que foi criada a partir da Rede Pitágoras de Ensino, destinada à educação básica, e depois se expandiu com ênfase no ensino superior.

A Kroton oferece educação desde o maternal até a pós-graduação. No ensino superior, há 53 campi localizados em 10 estados do país, além de 447 polos ativos de educação a distância, que ao todo dão conta de 411 mil alunos. Na educação básica são mais de 289 mil alunos, distribuídos em 833 escolas associadas em vários estados do país, todas parte da Rede Pitágoras.

“Na Rede Pitágoras, nosso foco é formar um aluno-cidadão. Mais consciente de seus direitos e responsabilidades. Mais atento à reflexão sobre o mundo que o cerca”, comenta Adélia Martins de Aguilar, diretora de Produtos e Serviços Educacionais da Rede Pitágoras. Para Adélia, caminhamos para uma sociedade que deseja escolas menos “conteudistas”, ou seja, com menos repetição do conteúdo didático.

Atualmente, a ênfase é maior no processo de construção do conhecimento. “Vivemos num tempo em que o aluno é nativo digital. A partir disso, nossa proposta pedagógica é de um processo contínuo de capacitação do estudante”, afirma a diretora. Segundo Janice Maria Haupt, diretora Comercial e de Marketing de Educação Básica da Rede Pitágoras, apesar de fazer parte de uma grande rede, o grupo procura manter as características individuais de cada escola vinculada ao sistema de ensino. “Respeitamos a identidade de cada instituição e os contextos onde estão inseridas”, diz.

Atratividade
Tanto Adélia quanto Janice ressaltam três elementos como fundamentais à gestão do ensino, de acordo com o sistema educacional em que estão envolvidas. São eles: a elaboração do material didático adotado; o uso das inovações tecnológicas para todos os envolvidos no processo de aprendizagem; e a capacitação dos professores, elemento essencial à difusão das metodologias de ensino. “A preparação do corpo diretivo também é elemento essencial. Não pode ser deixado de lado.

Ele tem de estar bem preparado para melhor aproveitar as qualidades de sua equipe”, comenta Janice.Outro fator relevante é a continuidade formal do ensino, o caminho do aluno para os níveis superiores e de especialização da educação. Nesse sentido, Adélia lembra a sinergia necessária entre os estabelecimentos de ensino médio e universitário para facilitar a transferência de nível educacional. “Temos de entender a demanda do ensino superior para oferecermos elementos que facilitem o avanço, orientando a escolha do nosso aluno para essa nova fase de seu desenvolvimento educacional”, pontua Adélia.

É o caso de Lucas Aramuni Tupy Ferreira Cendon, graduando do 5º semestre de administração da Faculdade Pitágoras em Belo Horizonte, aluno da rede desde a sexta série do ensino fundamental. Hoje, aos 23 anos, está há uma década no sistema de ensino da rede Pitágoras. “Para mim foi muito natural dar continuidade aos estudos aqui. Sou muito familiarizado com a forma de ensino deles. Até o trajeto de ônibus de minha casa para cá é o mesmo de quando estudava no colégio”, conta.

Assim como para Lucas, a segurança e a comodidade da rotina também são fatores que influenciam as pessoas a escolher seus locais de aprendizado. Ao optar por um lugar conhecido, desde sua adolescência, Lucas teve facilidade em sua adaptação ao ensino superior. “Sei que a instituição é muito boa porque a conheço desde criança”, afirma. Além disso, ele já pensa em fazer pós-graduação na própria Pitágoras. “Quero aproveitar o momento. Continuar os estudos para não desanimar e assim me qualificar ainda mais para o mercado de trabalho”, reflete, pensando em evoluir em sua carreira no banco no qual é escriturário.

Educação como base
Para Nahid Chicani, presidente da Fundação de Rotarianos de São Paulo, mantenedora do colégio e faculdades Rio Branco, o significado da educação indica o norte para todo o processo educativo e para a atuação da instituição nos diversos níveis educacionais em que está envolvida. “A educação é instrumento de construção de uma sociedade com cidadãos mais éticos e solidários”, reflete Chicani.

Frente às mudanças de mercado, principalmente às fusões e aquisições frequentes no setor, a Fundação conduz sua administração para o fortalecimento de suas marcas de ensino pela tradição. “Somos reconhecidos pela qualidade de nosso processo educacional”, destaca Chicani. A gestão da entidade colhe os frutos da própria administração. No começo deste ano, foi inaugurado um novo prédio num dos campi da faculdade na zona sul de São Paulo, com investimento de R$ 10 milhões. “Estamos num processo contínuo de atualização de nossas metodologias e infraestrutura. Priorizamos a formação global e humanística do aluno”, reforça.

Nesse sentido, para garantir o interesse do estudante na continuidade de sua formação em alguma de suas unidades, Chicani destaca, também, o fato de incorporar tendências educacionais internacionais e contemporâneas. “Sobretudo, o investimento na capacitação de nossos professores produz mais qualidade ao ensino. Isso é um atrativo decisivo à manutenção de nossos alunos”, encerra.

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Fatores que facilitam a permanência do aluno na rede de ensino

– material didático atraente;
– oferecimento de inovações tecnológicas;
– professores bem capacitados;
– integração com o nível superior desde o ensino médio.
– Além disso, a segurança e a comodidade da rotina também influenciam as pessoas a escolher seus locais de aprendizado.
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