O diretor de Relações Institucionais do Semesp, João Otávio Bastos Junqueira, durante conferência sobre financiamento educacional realizada pelo Ipea. Foto: Helio Montferre/IPEA.

O diretor de Relações Institucionais do Semesp, João Otávio Bastos Junqueira, participou da Conferência Internacional sobre Financiamento Vinculado à Renda: alternativas para o ensino superior e outras áreas de política pública, nesta quinta-feira, 11. A conferência foi realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, com o objetivo de apresentar novas propostas de financiamento educacional no ensino superior.

João Otávio apresentou a pesquisa “Uma análise do Novo Fies do ponto de vista de provedores privados”, em que apresentou uma série de dados sobre a evolução do Fies nos últimos anos e o impacto das restrições do programa. O diretor do Semesp ainda apresentou um panorama das matrículas do ensino superior e quais os desafios para a educação superior que o país está enfrentando.

De acordo com os dados apresentados por Junqueira, aproximadamente 2 milhões de alunos com até 24 anos de idade ficam excluídos do ensino superior todos os anos e o ensino público gratuito atende a menos de 30% da demanda atual. Apenas 17,8% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados no ensino superior no Brasil. Os números mostram que há uma grande demanda por formação a ser comportada pelas instituições de ensino no país. Um total de 3,74 milhões de estudantes que realizaram o ENEM em 2016 tinham até 24 anos. No ano seguinte, em 2017, nessa faixa etária, apenas 1,78 milhão de jovens ingressou em uma faculdade.

A conferência foi realizada em parceria com a Universidade Nacional Australiana (ANU) e a Embaixada da Austrália no Brasil e contou com a presença de especialistas de vários países para a troca de experiências entre os dias 10 e 12 de julho. No primeiro dia, na quarta (11), participaram da conferência o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, e o presidente do Ipea, Carlos von Doellinger.

O secretário de Educação Superior do MEC falou sobre o modelo de financiamento ao ensino superior utilizado no Brasil e destacou que é importante se ter um modelo que não implique em carga tributária para novas gerações. “É um momento de a educação ser uma janela de oportunidades para mudar o país”, afirmou Arnaldo Barbosa de Lima Júnior.

Já o presidente do Ipea afirmou que o país está diante de várias propostas de reforma que buscam resolver problemas urgentes, como as finanças públicas e a própria reforma do estado como um todo. “A proposta que será apresentada aqui é uma ideia revolucionária, conveniente para um amplo sistema de financiamento da educação no Brasil”, adiantou Carlos von Doellinger.

Um dos exemplos apresentados de financiamento educacional foi o que existe na Austrália, onde os estudantes que não podem pagar seu curso superior têm a opção de fazer um contrato de financiamento com o governo, por meio do sistema de Empréstimo Condicionado à Renda (ECR).

Para Junqueira, propostas de “empréstimo com amortizações condicionado à renda”, como o adotado na Austrália, são muito bem-vindas em um período em que as taxas de matrícula estão caindo no país, sobretudo, nos cursos presenciais.

Confira cobertura completa do evento no site do Ipea.