Presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, abriu a edição da Região Metropolitana de São Paulo das Jornadas Regionais 2022

Depois de dois anos sendo realizadas de forma remota, as Jornadas Regionais do Semesp voltam a acontecer presencialmente em 2022. Os eventos passaram por Santos, São José do Rio Preto, Marília, Ribeirão Preto e Marília, encerrando o ciclo 2022 no formato híbrido na cidade de São Paulo, nesta quarta-feira, 1 de junho. Presencialmente na sede do Semesp, a presidente da entidade, Lúcia Teixeira, abriu as Jornadas agradecendo a presença de todos e reforçando o papel do Semesp, que é trabalhar em prol da educação e do ensino superior.

“Temos atuado junto ao governo levando as solicitações do setor privado e lutando para ampliar o acesso e a inclusão dos alunos no ensino superior”, destacou ela ao citar também a questão do financiamento, FIES e ProUni, o principal caminho para levar os estudantes a cursarem uma graduação na rede privada, que detém mais de 70% das matrículas do país. Lúcia Teixeira lembrou ainda o documento Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro, lançado pelo Semesp no mês de maio.

O diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, apresentou palestra sobre dados da Região Metropolitana de São Paulo

Dados educacionais

Em seguida, o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, apresentou a primeira palestra das Jornadas Regionais com os dados da Região Metropolitana de São Paulo e de São José dos Campos. Ele fez também uma análise dos números que apontam uma queda nas matrículas presenciais em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19.

Segundo dados do Censo da Educação Superior 2020, houve um crescimento tímido das matriculas de 0,9% na comparação com 2019, com aumento de 3,1% nas matrículas da rede privada e queda de 6% na rede pública. “Esse número aponta a ineficiência das IES públicas em lidarem de forma ágil e imediata com a crise gerada pela pandemia e a suspensão das aulas presenciais”, avaliou Capelato.

“Apesar do aumento pequeno no total das matrículas, esperava-se um cenário pior nesse primeiro ano de pandemia. Não podemos esquecer, no entanto, que esses dados mostram um impacto menor da pandemia já que eles trazem o número de ingressantes do primeiro semestre de 2020, anteriores ao início da crise sanitária”, acrescentou. “Ainda não há dados de 2021, mas a projeção é que os números sejam piores, algo em torno de uma queda de 5 a 7%, já que praticamente não houve entrada de alunos no ensino presencial no primeiro semestre do ano passado”, lembrou.

Capelato destacou ainda que, apesar do crescimento tímido das matrículas, o número de jovens no ensino superior não vem crescendo, o que é demonstrado pela queda da taxa de escolarização líquida. “Os jovens estão tendo dificuldade em sair do ensino médio e ingressar no ensino superior”, lamentou. “Isso acontece porque a rede pública tem poucas vagas e os estudantes não estão conseguindo financiamento para acessar o setor privado”, explicou.

De acordo com Capelato, o crescimento das matrículas vem sendo puxado pela modalidade EAD, mas ele é enganador porque não abarca os mais jovens nem significa um crescimento equilibrado do setor, já que cerca de 15% das IES concentra 90% das matrículas da modalidade. “O aumento das matrículas no EAD não pode ser visto como a salvação do setor e como solução para o acesso ao ensino superior. O que os números mostram é que estamos trocando uma modalidade pela outra, com os alunos do presencial noturno migrando para o EAD”.

O diretor Jurídico do Semesp, José Roberto Covac, discutiu algumas das principais legislações educacionais que têm impactado as IES

Legislação, permanência e transformação digital

A Jornada Regional da Região Metropolitana de São Paulo teve ainda apresentação de outras palestras. O diretor Jurídico do Semesp, José Roberto Covac, ministrou palestra sobre uma série de atualizações da legislação educacional, envolvendo questões trabalhistas que impactam as instituições de ensino superior, destacando temas como: oferta de cursos técnicos de nível médio pelas IES; auxílio alimentação e teletrabalho; soluções trabalhistas em estado de calamidade pública; e possibilidade aulas remotas.

Já o consultor estratégico, fundador e curador do SADEBR, Glauson Mendes, falou sobre “Por que implantar um programa de permanência”. Ele apresentou em primeira mão os conteúdos de seu livro “Miopia, Uma obra sobre o desenvolvimento de Cientistas da Permanência de Alunos”, romance de ficção baseado em fatos reais que se propõe a mostrar o “porquê”, o “como” e com o “o quê” é possível atuar sobre a permanência de alunos, diminuindo a evasão, por meio do trabalho em equipe, da pesquisa, de métodos, processos e, principalmente, de uma cultura institucional que coloque o aluno no centro da estratégia.

O diretor de Inovação e Redes do Semesp, Fábio Reis, também participou das Jornadas Regionais com uma palestra sobre “Como fazer a transformação digital”.