Na manhã desta segunda-feira, 24, começou oficialmente a programação da 9ª Missão Técnica Internacional que inclui seminários e visitas às instituições de ensino na Finlândia e Dinamarca.

Os 60 participantes, entre gestores de IES brasileiras e a equipe do Semesp, estão na Finlândia para conhecer o sistema educacional do país, reconhecido como um dos melhores do mundo.

Abrindo o seminário desta segunda, Mr. Matti Landin, Trade Comissioner da América Latina da Finpro Ltda., deu as boas vindas ao grupo ressaltando a organização da Missão Técnica, realizada pelo Semesp, e a importância que a Finlândia dá para esse tipo de visita.

Segundo o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a meta do governo da Finlândia é aumentar o nível da educação e apresentar oportunidades iguais a todos os cidadãos, com ambiente de aprendizagem que leve em consideração as qualidades individuais dos alunos.

O nível de formação dos professores é altíssimo, com obrigatoriedade de mestrado e doutorado. As universidades de pesquisa orientada, tradicionais na Finlândia, oferecem graduações além dos mestrados e doutorados. Já as universidades de ciências aplicadas são voltadas a cursos para atender o mercado de trabalho. “A diferença da Finlândia para o Brasil é que as instituições de ensino superior são amplamente financiadas pelo Governo (95%) e os alunos são preparados para empreender seus próprios negócios com autonomia e a ajuda de empresas, universidades e do governo”, ressalta Capelato.

Ainda no primeiro dia, o grupo de brasileiros conheceu o modelo de escola de empreendedorismo e educação, chamada de universidade dos sonhos, onde o aluno está no centro do aprendizado e, entrem as atividades curriculares, criam, desenvolvem e administram uma empresa ao longo de todo o curso para que aprendam fazendo. Essa experiência é fruto do Programa Professores para o Futuro, que teve início no país em 2014 com uma mudança de filosofia na forma de lecionar.

Outro exemplo de aprendizado prático ocorre na Universidade de ciências aplicadas Metropolia que para a formação dos alunos de saúde estimula o estágio em, no mínimo, 7 hospitais públicos diferentes pelo país.

Mr. IIkka Turunen, Special Governament Advisior, Ministry of Educacion and Culture of Finland, afirmou que há  um mix de políticas públicas para apoiar áreas ligadas à inovação, visando que todos os indivíduos sejam incluídos no sistema. “ Profissional não é só o professor, por isso todos que fazem parte do sistema de aprendizado devem ter autonomia. Conforme a base curricular, professores e alunos trabalham em conjunto”.

O nível de formação dos professores é altíssimo, com formação obrigatória em Mestrado e Doutorado. Nas universidades existem os ambientes de aprendizagem, relação com empresas, qualidade de pesquisas, internacionalização e mais.

Também participou da primeira etapa dos seminários, o Dr. Tapio Lahtero, Administrative Principal of Viikki Teacher Trainnig School and Helsinki Normal Lyceum, University of Helsink, que trabalha na Universidade de Helsinque com a formação de professores e como líder do setor de treinamento da universidade. Os princípios para formar professores na Finlândia contemplam a igualdade, no qual a  educação gratuita para todos, incluindo o material, alimentação e transporte.

Hoje, um dos maiores desafios consiste em como criar uma estrutura que possibilite uma maior cooperação entre professores.

Mirka Gustafsson, Key Account Manager, Finland University, mostrou a coevolução da Universidade da Finlândia que constituiu-se pela junção de três universidades. Hoje, são 50 mil alunos, 60 programas de mestrado e outros programas que São customizados junto com os clientes.

O Dr. Juha Himanka, Adjunct Professor, University of Tampere, apresentou os resultados almejados pela aprendizagem: ser capaz e trabalhar mais informações sobre a teoria de aprendizagem para que os alunos consigam detectar os problemas e resolvê-los sem contatar a direção.

Após o almoço, a Dr. Marianne Pitkäjärvi, Manager of Education Export of Metropolia – University of Applied Sciences, explicou a todos como sua instituição colabora com a indústria na Finlândia. Em sua apresentação, ela citou como exemplo os alunos das áreas de saúde, no qual é obrigatório passar, no mínimo, por sete hospitais diferentes durante o curso e manter-se atualizados permanentemente.

Mr. Pekka Hautala, Head of the Departamento of Automotive and Mechanical Engineering of Metropolia – University of Applied Sciences, citou outros exemplos.  “Os alunos projetaram um carro de corrida elétrico que chega a 300 km/h com consumo bastante baixo. Atualmente estão desenvolvendo um carro para um parceiro chinês e um ônibus autônomo para até 9 passageiros.” Hoje, a Finlândia é o único país que oferece transporte público sem motorista.

Dra. Caritta Prokki, Director Tampere University of Applied Sciences (TAMK), contou que na escola de empreendedorismo e ciências aplicadas o aluno está no centro da aprendizado e , ao ingressarem na instituição, montam uma empresa e devem administrá-la até o final do curso. O trabalho dos alunos é aberto e disponibilizado ao público, assim como seus sucessos e fracassos. “Cerca de 40% dos alunos formados na universidade acabam abrindo suas próprias empresas”.

Além das Apresentações, o grupo ouviu o depoimento de Michele Libus, engenheira ambiental formada pela Universidade de Tampere. Professora no Brasil há dez anos, Michele destacou as diferenças entre a formação de professores na Finlândia e no Brasil. Sua experiência no país nórdico mudou a forma de ensinar seus alunos.

Ms. Riitta Konkola, President, Metropolia University of Applied Sciences and First Vice Chair, ARENE, contou um pouco sobre essa organização que é formada por universidades de ciências aplicadas (UCA) da Finlândia. “Nossa missão é aumentar a conscientização da importância dessas universidades para o país”. A ARENE elabora relatórios para registrar os avanços e mudanças relevantes para o ensino superior.

Amanhã o grupo conhecerá novos projetos de sucesso que estão sendo aplicados no país com o objetivo de trazer inovação, cooperação e prática para o ensino superior.

Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes de Cooperação do Semesp, encerrou o primeiro dia de seminários e visitas. Assista ao vídeo: