As instituições de ensino superior privadas têm uma grande oportunidade de crescimento se conseguir criar modelos de negócios que atendam as classes C, D e E, a base da pirâmide social no Brasil, e a que mais cresce economicamente. Essa foi uma das conclusões da pesquisa realizada por Marlene Bregman, vice-presidente de planejamento estratégico da Leo Burnett Brasil, apresentada hoje (25) durante o 11º Fórum Nacional de Ensino Superior Particular Brasileiro (FNESP), realizado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – SEMESP, em São Paulo.

Segundo Bregman, 75% da população brasileira está nas classes de menor renda, cujo poder de consumo vem crescendo desde a estabilização econômica, em 1994. “O Plano Real permitiu o início do círculo virtuoso que a economia brasileira vem experimentando nos últimos anos junto com a expansão de crédito e a política social do governo, colocou as classes de baixa renda na ‘tela do radar’”, afirmou. “Mas será que estamos nos comunicando de forma adequada com esse público?”, questionou.
A comunicadora apontou que as famílias da base da pirâmide social no Brasil têm iniciativa para melhorar de vida, criam alternativas para aumentar a renda, têm pensamento crítico. “As escolhas desse público não se dão pelo preço e sim pela importância do produto para a vida daquela família. Ela sabe que o barato pode sair caro”, explica. “Além disso, estão conectados com o que acontece no mundo, através da mídia, conversas com amigos, familiares e colegas de trabalho”, disse. “Com a pesquisa, comprovamos que a televisão é a principal educadora e fonte de informação das pessoas, mas também que a internet é também acessada principalmente pelas crianças e jovens, por meio das lan-houses”, informou.
A pesquisa foi realizada pela Leo Burnett Brasil e conduzida por Bregman usou como parâmetro a definição de Base da Pirâmide de CK Prahalad: indivíduos que vivem com até US$ 2.00 por dia. Isso significa que cada indivíduo de uma família vive em média com até U$ 60.00 por mês.
Perfil do aluno de graduação – O consultor Ryon Braga, presidente da Hoper Consultoria, apresentou durante a mesma sessão um estudo realizado por ele que levantou a renda familiar média dos estudantes universitários brasileiros em diversos cursos superiores. Os dados da Hoper foram confrontados com os obtidos pelo INEP. “Se no Brasil, 75% da população está nas classes C, D e E, conforme a palestrante colocou, somente 28% desse público tem acesso ao ensino superior. Isso mostra o enorme potencial de mercado para serviços educacionais de preço baixo no país”.
O estudo revelou que um crescimento significativo na demanda de alunos com menor renda (até 10 salários mínimos) – 26,3%, em contrapartida de uma estabilização, com ligeiro declínio nas faixas de renda mais altas (-9%). O maior crescimento ocorreu no grupo de alunos com renda familiar até 3 salários mínimos (84,5%), mas neste caso, o grande responsável foi o advento do Prouni.
Ele citou ainda que o impacto do crescimento das classes C e D no ensino superior também pode ser observado na variação da participação de mercado das IES que possuem valores de mensalidade mais baixas. “Por exemplo, a taxa de crescimento dos cursos de administração na cidade do Rio de Janeiro com mensalidade de até R$ 400,00 foi de 105,4%, entre 2004 e 2008, enquanto que os cursos com mensalidade acima de R$ 600,00 foi de apenas 12,4%, no mesmo período”, disse.
O programa completo do 11º FNESP está disponível no Portal do Semesp (www.semesp.org.br).
Serviço

11º Fórum Nacional de Ensino Superior Particular
Data: 24 e 25 de setembro de 2009
Horário: das 8h30 às 18 horas
Local: Novotel Jaraguá São Paulo Conventions
Endereço: Rua Martins Fontes, 71 – Centro – São Paulo

 

Segundo estudo apresentado por Marlene Bregman (foto), da Leo Burnett, na sexta-feira, dia 25, durante o 11º FNESP, o poder de consumo das famílias de menor renda é o que mais cresce no Brasil. Segundo Bregman, 75% da população brasileira está nas classes de menor renda, cujo poder de consumo vem crescendo desde a estabilização econômica, em 1994. . “O Plano Real permitiu o início do círculo virtuoso que a economia brasileira vem experimentando nos últimos anos”, afirmou.