Nesta terça-feira (16), o Semesp realiza em Santos a 15ª Jornadas Regionais. Ao longo do dia, educadores e gestores de Instituições de Ensino Superior poderão acompanhar uma série de palestras sobre temas de interesse do setor educacional.

A abertura do evento contou com as presenças da dra. Lúcia Teixeira, vice-presidente do Semesp e presidente da Universidade Santa Cecília (Unisanta), do prof. Valdir Lanza, vice-presidente do Semesp, da dra. Sílvia Ângela Teixeira Penteado, reitora da Unisanta, e Rodrigo Capelato, diretor executivo da entidade.

Para Lúcia Teixeira, “as Jornadas Regionais refletem os anseios do país e beneficiam todo setor do ensino superior ao reunir gestores acadêmicos e educadores para dialogar e avançar nos principais fatores que visam transformar o ensino cada vez mais atrativo para o aluno digital. Essa é tônica do Semesp, a sustentabilidade da educação”, refletiu.

Valdir Lanza destacou o novo formato das Jornadas Regionais, este ano as palestras também são transmitidas online, e o pioneirismo do Semesp na criação das Redes de Cooperação. “O projeto Redes de Cooperação objetiva promover o compartilhamento de ideias, gerar economia e sinergia entre as IES. Atualmente, são nove redes e o saldo é extremamente positivo para as instituições. Sugiro às IES da Baixada Santista e Litoral Sul que pensem na possibilidade de organizar as IES em uma rede”, disse Lanza.

A reitora da Unisanta chamou a atenção para a necessidade de profissionalização. “Precisamos desenvolver os profissionais que são os responsáveis pelo acolhimento e inserção dos jovens na educação superior”.

Ao final da abertura do evento, Rodrigo Capelato apresentou o Panorama do Ensino Superior 2019, análise de dados mercadológicos das regiões de Santos e Registro, compostas por 23 municípios, além de dados do setor no Brasil e no estado de São Paulo, das redes públicas e privadas.

Seguindo uma tendência nacional, a região de Santos também registrou queda de 4,7% em matrículas e 0,5% em ingressantes na modalidade presencial. No EAD, o cenário foi positivo: 27,2% de crescimento em matrículas e 13,9% em ingressantes, apontou Capelato.

“Os números da Baixada Santista, importante polo de ensino superior do estado e do país, e de Registro, refletem uma tendência nacional, tanto no ensino presencial como  a distância. Há um crescimento de matrículas no EAD , e por outro lado praticamente a manutenção ou pequena diminuição do alunado em alguns cursos da graduação presencial. Isso tem a ver com a situação do Ensino Médio no Brasil, cujas matrículas estão em declínio, já há alguns anos, em função da queda na taxa de natalidade dos brasileiros, fatores como a necessidade do aluno trabalhar e dificuldades para concluir os estudos no Ensino Médio”, comentou Lúcia Teixeira.

Rodrigo Capelato reforçou a necessidade de o país adotar políticas públicas capazes de induzir o crescimento da educação com a inserção dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior. “Precisamos urgente pensar em políticas públicas para a educação brasileira. Sem políticas públicas não haverá crescimento, e quando falo em políticas públicas a proposta não se restringe à questão de financiamento estudantil. Para atingirmos a meta 12 do Plano Nacional de Educação, que é de elevar a taxa líquida de escolarização para 33% da população entre 18 a 24 anos”, temos de inserir três milhões de jovens na graduação. Hoje, de quatro alunos do fundamental apenas dois seguem para o ensino médio e desses somente um avança para o ensino superior”, lamentou.

O uso estratégico de dados mercadológicos

Após a apresentação do Panorama, Francisco Elíseo Fernandes Sanches, diretor Administrativo-Finaceiro da Fundação Hermínio Ometto, abordou o tema “O processo de Planejamento Estratégico da FHO desenhado com base na análise de Dados Mercadológicos”. Francisco Elíseo apresentou aos participantes um caso de sucesso que mostra caminhos na utilização de dados mercadológicos de forma estratégica.

De acordo com o palestrante, os dados mercadológicos são o maior subsídio utilizado para a elaboração do planejamento estratégico da IES. “Estamos usando esse processo há 15 anos, quando percebemos que não queríamos ‘tocar o negócio’, mas sim fazer gestão”, afirmou.

Sanches explicou que a Fundação Hermínio Ometto utiliza o Modelo de Excelência em Gestão, da Fundação Nacional de Qualidade, para desenvolver suas práticas estratégicas. “A partir desse modelo, toda a estrutura de liderança tem que elaborar estratégias e planos, focando em resultados variados: econômico-financeiros, ambientais, sociais, relativos aos clientes, relativos à força de trabalho, produtos e processos”, citou.

Francisco Elíseo, após detalhar o planejamento estratégico da FHO, ainda apresentou algumas dicas para a elaboração do documento. “É preciso, por exemplo, garantir a estrutura para a elaboração do mesmo. O documento não nasce espontaneamente”, reforçou. “A IES deve confiar e envolver as pessoas para que elas tenham compromisso e mantenham uma visão realista, principalmente em relação ao cenário interno da instituição”, defendeu. Por fim, Elíseo destacou a importância da elaboração de indicadores e do acompanhamento das metas, além do foco na execução das ações descritas no documento.

À tarde, com transmissão online, Rodrigo Capelato e Arapuan Neto, da Unisuam, palestrarão sobre “Uma nova visão sobre o período de captação: como o comportamento de novos alunos pode interferir no marketing das IES”. Leandro Costa, da Wadhwani Foundation, apresentará o tema “O incentivo a start-ups e ao movimento maker através da organização de centros de empreendedorismo nas IES”.

As próximas cidades que receberão as Jornadas Regionais são Ribeirão Preto (22 de maio); São José dos Campos (21 de agosto); Campinas (11 de setembro); e São José do Rio Preto (22 de outubro). Saiba mais sobre as Jornadas.

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