Fonte: Comércio do Jahu

O número de matrículas em cursos de graduação em Jaú passou de 3.887, em 2009, para 4.797, em 2013, o que representa aumento de 23,41%. As matrículas na educação a distância (EAD) representam a maior parte do crescimento.

Em 2009, foram registradas 697 matrículas em cursos de graduação a distância em Jaú. Em 2013, o número saltou para 1.444 matrículas, alta de 107,17%. As inscrições de alunos em cursos presenciais na cidade também aumentou no mesmo período, mas na proporção de 5,11%, tendo passado de 3.190 para 3.353 (veja quadro).

Os dados, informados pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) a pedido do Comércio, refletem nova realidade no ensino superior brasileiro. Para analisar o fato, a reportagem conversou com estudantes e com representantes de faculdades da cidade, além de especialista da Universidade de São Paulo (USP), do campus da capital paulista.

Não existe unanimidade de opinião entre os entrevistados, mas todos reconhecem o crescimento inegável da modalidade EAD. O livre-docente em filosofia da educação da Faculdade de Educação da USP de São Paulo José Sergio Fonseca de Carvalho não considera a modalidade a distância a mais adequada para a formação de professores.

“A formação universitária transcende a transmissão de informação e o treinamento de competências. E a educação a distância significa grave distanciamento e tende ao isolamento do indivíduo”, critica. Na visão do livre-docente, os estudantes são profundamente transformados pela experiência universitária.

“Trata-se da inserção em um novo mundo. O curso a distância é privado da pluralidade do mundo público e, na formação do professor, isso não é pouco”, diz Carvalho.

Motivos

O aumento na procura por cursos EAD acontece por causa do custo mais baixo e pela possibilidade de o aluno desenvolver a própria agenda de estudos. A avaliação é de Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.

“São muitos alunos já inseridos no mercado de trabalho que buscam maior qualificação, mas precisam de horários que se encaixem em sua rotina”, diz Capelato. Ele informa que os alunos de cursos presenciais têm, em média, entre 18 e 24 anos. Já os estudantes de faculdades a distância estão na faixa de 25 a 39 anos.

O diretor-executivo da entidade pontua que os cursos a distância são bem qualificados e têm rigorosa avaliação do Ministério da Educação (MEC). “Embora hoje os cursos a distância tenham aceitação maior, ainda precisam ser modernizados para que as aulas tornem-se mais atraentes e mantenham os alunos conectados.”