Especialistas discutem a implantação da avaliação externa virtual in loco

Uma vitória para o setor do ensino superior, a avaliação externa virtual in loco já está em vigor, com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tendo dado início aos primeiros processos de avaliação realizados seguindo as normas estabelecidas pela portaria 165/2021. Para auxiliar as IES a se prepararem melhor para a avaliação externa in loco virtual, que será realizada durante o período da pandemia, o Semesp organizou, nesta segunda (10), o webinar Perspectivas e Desafios da Avaliação Externa Virtual In Loco.

Inep: Guia de Boas Práticas de Avaliação Externa Virtual In Loco

O diretor Jurídico do Semesp, José Roberto Covac, abriu o webinar lembrando que a avaliação externa virtual in loco é uma conquista para os IES e que o Semesp já discutia com o Inep o novo formato desde o ano passado. “A princípio, esse formato estará vigente durante esse momento de pandemia, mas eu acredito que ele permanecerá porque traz uma série de vantagens relacionadas a questões logísticas, por exemplo”, disse ele. “A avaliação externa virtual in loco traz uma eficiência e refinamento aos processos”.

José Roberto Covac adiantou que as avaliações acontecerão via plataforma Teams e seguirão os mesmos critérios e padrões das presenciais, diferindo apenas no meio como elas serão realizadas. “As IES continuarão a ter que se preparar para as avaliações, por exemplo, com separação de documentos, agora de forma virtual”, explicou ele. “O processo ainda trará mais segurança para as IES, já que as avaliações passarão por auditorias”, completou lembrando que alguns cursos da área de Saúde seguirão nesse momento com as avaliações presenciais (Medicina, Odontologia, Enfermagem e Psicologia).

Sugestões para as IES

Após a fala de José Roberto Covac, o pesquisador e gestor de IES, Marcelo Ferreira Lourenço, apontou algumas sugestões para as IES estarem mais preparadas para a avaliação externa virtual in loco, lembrando ainda que elas só se aplicam para os atos de entrada (autorização e credenciamento de cursos e IES), não para os atos de permanência.

“Essa é uma conquista muito importante para o setor, e o Inep acertou bastante na implantação da avaliação externa virtual in loco”, avaliou. “Por conta da pandemia, muitas IES foram bastante prejudicadas com a paralização da execução dos processos de avaliação”, destacou. Segundo ele, as IES precisam ter cuidado em relação a alguns pontos para que as avaliações sejam realizadas de forma fluída, transparente e dentro da legalidade. “É uma novidade tanto para as IES como também para os avaliadores, então é uma expertise que será construída junta”.

“As IES precisam investir em tecnologia da informação e entender que, talvez, os avaliadores sofram alguns intempéries durante as avaliações em razão de questões como qualidade de banda, velocidade dos equipamentos, etc.”, ponderou Marcelo Ferreira, que enumerou algumas dicas para as instituições, como preparação das documentações, salvas em formato pdf, cuidado com a questão da geolocalização, testagem dos equipamentos antes das avaliações, cuidado na captação de imagens etc.

De acordo com ele, a transição do ensino presencial para o remoto funcionou como período de evolução tecnológica para as IES e pode facilitar essa adaptação em relação ao novo formato de avaliação. “Esse último ano foi de amadurecimento para professores, avaliadores e IES,  então esse é um momento de evolução em que esperamos que o Inep dê vazão ao grande número de processos que estão esperando serem avaliados”, finalizou.

Teste do novo formato

Algumas IES participaram de um projeto-piloto de teste desse novo formato. A Universidade Positivo, do grupo Cruzeiro do Sul, foi uma delas. A diretora de Regulação do grupo, Inês Confuorto, contou um pouco aos participantes do webinar sobre como foi esse período de teste. “Entre as dicas que eu dou às IES está a habilidade de organização. É preciso que quem participar da avaliação conheça o próprio ambiente de trabalho organizacional. É necessário também que a visita seja organizada com antecedência, com preparação dos documentos e mediação e diálogo entre os avaliadores e as coordenações dos cursos”, sugeriu.

“A avaliação externa virtual in loco não é diferente de uma avaliação presencial, só estamos transpondo de um espaço físico para outro mediado por tecnologia”, afirmou. “É importante seguir o instrumento de avaliação, composto por indicadores que já trazem uma lógica clara. A IES precisa ter clareza e objetividade, conhecer os componentes e critérios do instrumento de avaliação”, pontuou, destacando ainda o uso da criatividade e domínio da tecnologia para que a avaliação seja realizada de forma bem-sucedida.