Fábio Reis, diretor de Inovação e Cooperação do Semesp, durante abertura da terceira edição do Encontro Nacional de Redes de Cooperação, cujo objetivo foi estreitar a sinergia entre as IES.

Cerca de 30 instituições de ensino superior de vários estados brasileiros participaram nesta quarta, 25, do 3º Encontro Nacional de Redes de Cooperação, realizado na sede do Semesp. O objetivo do evento foi apresentar e discutir desafios e propostas de melhoria na atuação das redes, grupos em que diferentes IES trabalham de modo colaborativo, desenvolvendo nelas uma maior sinergia.

“O projeto de Redes de Cooperação é visto de forma cada vez mais estratégica pelo Semesp”, disse na abertura do evento o diretor de Inovação e Cooperação da entidade, Fábio Reis. “É uma preocupação nossa dar suporte às redes e instigá-las a trabalharem da melhor forma possível, ganhando mais autonomia e independência do Semesp”, afirmou.

Antes de entrar na pauta do encontro, Fábio Reis citou a realização do I Encontro da MetaRed Brasil, que acontece no próximo dia 8 de outubro, em São Paulo. “A MetaRed é uma iniciativa proveniente do IV Encontro Internacional de Reitores Universia, evento onde mais de 700 reitores de 26 países refletiram sobre a Universidade do Século XXI e que tem como objetivo fortalecer a área de TI das IES”, explicou convidando as IES a acionarem as suas áreas de TI para participarem do pontapé inicial do projeto no Brasil.

Práticas positivas de sinergia

Em seguida, participantes de diferentes redes deram depoimentos de ações e práticas positivas desenvolvidas pelas instituições de ensino a partir do projeto de Redes de Cooperação. Para Sissi Kawai, da Unifeb, um dos principais méritos do projeto é desenvolver nas IES o estabelecimento de uma rede de confiança. “A base das redes é a identidade e a identificação muito forte entre instituições de ensino com perfis similares”, decretou ela. “Um dos maiores desafios do Semesp e das próprias redes é trabalhar com a ideia de continuidade, para que elas não se percam com eventuais mudanças de gestores e lideranças”, avaliou ela, sugerindo a criação de uma gestão nas IES que esteja à frente do projeto.

“O principal significado das redes de cooperação está no caminho do desenvolvimento de projetos, no apoio mútuo, nas trocas e diálogos sobre os problemas enfrentados pelas instituições”, defendeu André Serotini, da Unicet. “As redes ultrapassam a ideia de projetos e estão no respeito e conotação de confiança estabelecidos pelas IES participantes e nas discussões que contribuem para nossas práticas cotidianas. A cooperação deve ser internalizada em cada uma das IES porque não estamos em concorrência direta, mas construindo um processo de melhoria continua”, pontou.

Grupos de trabalhos discutem temas estratégicos para melhorar a sinergia das redes de cooperação

Grupos de trabalho

Em outro momento do 3º Encontro Nacional de Redes de Cooperação, os representantes das IES participantes das redes foram divididos em grupos para discutir e compartilhar desafios de questões estratégicas para as instituições:

EaD e plataformas: o desenvolvimento de um novo produto de EaD sócio-responsável com formato enriquecido com um misto de disciplinas presenciais e virtuais; a aprovação de uma legislação e regulação atualizada em relação às demandas atuais; e a criação de novas plataformas mais amigáveis e interativas, que suportem personalização, tenham conteúdos de prateleiras e recursos quer permitam ferramentas ativas, além de ter um módulo de gestão de aprendizado.

Governança, Gestão e Indicadores: proposição de metas, indicadores e controles referentes a receitas e despesas, empregabilidade, aprendizagem dos alunos etc.; automação dos processos referentes à folha administrativa para redução de pessoal e agilização de tarefas; desenvolvimento de gestão por resultados.

Marketing, Captação e Evasão: implantação de tecnologia referente a questões como CRM, lei geral de proteção de dados pessoais e inteligência de mercado para tomada de decisões; pricing para definição de valores de cursos e benefícios; e o desenvolvimento de engajamento tanto do público interno, para aumentar captação e retensão como dos alunos (experiência do estudante).

Internacionalização: a criação de uma política clara de internacionalização, o desenvolvimento de um plano institucional com objetivos e metas claras e a implantação de um processo contínuo de internacionalização.

Regulação e MEC: a questão da padronização de documentos das IES referentes à avaliação do MEC, criação de uma comissão própria de avaliação; e a digitalização de documentos.

Painel de Oportunidades

Com o objetivo de diminuir custos diante de um cenário econômico de crise, foi apresentado durante o 3º Encontro Nacional de Redes de Cooperação o Painel de Oportunidade, plataforma de economia colaborativa para IES participantes do projeto de Redes de Cooperação. “O Painel de Oportunidades é um banco de dados de empresas fornecedoras que oferecerão às IES melhores condições de compra e contratação de materiais e serviços”, explicou João Baltazar, coordenador de Inovação e Cooperação do Semesp. “Atualmente, a plataforma já conta com fornecedores em três áreas: tecnologia, financeiro e saúde”, listou.

Finep Educação

O encontro foi encerrado com a apresentação do Finep Educação pelo superintendente da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), o Coronel Paulo Roberto Costa. “O Finep Educação é uma ação de fomento à inovação em educação e tem por objetivo geral apoiar o desenvolvimento de tecnologias e inovações que contribuam para a melhoria da qualidade do ensino, para a promoção de atividades de PD&I e de extensão de serviços à sociedade”, explicou. Na palestra, o coronel detalhou o fomento e os seus modelos de operação, incentivando às IES a buscarem conhecer a operação de crédito. “A causa de vocês é a nossa causa”, disse ele.