Conselho Consultivo do Semesp teve primeira reunião

A primeira reunião do Conselho Consultivo do Semesp aconteceu remotamente nesta segunda, 29 de maio. Criado para auxiliar a entidade na proposição de ações e estratégias para o desenvolvimento do setor, o Conselho Consultivo é formado por gestores de IES e lideranças da sociedade brasileira.

A reunião contou com a participação da presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, que agradeceu a disponibilidade de todos, do diretor executivo, Rodrigo Capelato, e do diretor de Inovação e Redes, Fábio Reis, que conduziu o encontro.

Após uma apresentação inicial de todos os participantes, a reunião teve como foco a discussão de políticas públicas para a educação superior, tendo como base o documento Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro, lançado pela entidade em 2017 e atualizado em 2018 e 2022. “A pauta de políticas públicas permeia várias discussões do setor. Um incômodo do Semesp é a falta de uma política de estado para a educação, o que dificulta o desenvolvimento do país”, disse Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, que abriu o debate sobre o assunto. “Como as versões anteriores, o documento de 2022 foi construído de forma coletiva e é transversal a todos os governos, tratando de sete grandes itens: governança das IES; regulação; avaliação; financiamento; educação profissional; formação de professores; e ciência e internacionalização”, listou.

Semesp cria Conselho Consultivo diversificado

Após a introdução sobre o tema, alguns dos membros do Conselho Consultivo apontaram possíveis estratégias para que o documento seja atualizado e ganhe mais força política. Para a diretora da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gianna Sagazio, um primeiro passo é avaliar quais questões avançaram ou não para impulsionar as questões mais importantes. O reitor da Universidade São Francisco, Gilberto Gonçalves Garcia, sugeriu que os temas sejam ranqueados em uma definição de prioridades. “Diante da falta de continuidade de nossas políticas públicas, é preciso estabelecer um ranking de urgências para que haja uma maturidade de enfrentamento para essas questões”, defendeu.

“É preciso escolher batalhas”, apontou José Carlos de Souza Jr., reitor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia. “Precisamos avaliar onde vale a pena colocar nossos esforços a partir do entendimento do nível de maturidade de cada item do documento”, disse ele. Para Sérgio Fiuza, reitor da Cesupa, o sistema de educação pouco avançou nas três últimas décadas, daí a necessidade de intensificar o debate a partir do tripé regulação, avaliação e supervisão. Ele lamentou ainda uma pré-disposição dos governos a desconfiarem do setor privado e sugeriu que é papel das instituições de ensino induzir o sistema a procurar mudanças.

Jouberto Uchôa de Mendonça Júnior, vice-Reitor da UNIT, também lamentou que o setor privado esteja à margem do sistema, daí a importância na definição de uma agenda de estratégias que precisam ser priorizadas. “O maior desafio é definir o que queremos porque não vamos conseguir avançar com uma agenda densa”, explicou.

Outras questões levantadas por conselheiros na reunião:
– Revisão do Plano Nacional de Educação, que vence em 2024, com o Semesp se colocando como participante da construção de um novo PNE;
– Melhorar os indicadores de empregabilidade a partir da aproximação do setor produtivo com as IES;
– Estabelecer uma maior presença do Semesp em Brasília;
– Modernização urgente do e-MEC, sistema que está defasado e desconectado e tem travado demandas em virtude de sua desatualização

A próxima reunião do Conselho Consultivo será realizada de forma híbrida, na sede do Semesp e remotamente, em setembro.