ChatGPT se autoexplica para os participantes do webinar ChatGPT – Desafios e Oportunidades para a Educação

Uma nova ferramenta tecnológica tem sido o centro dos debates nos últimos meses. Desenvolvido a partir de tecnologias de Inteligência Artificial, o ChatGPT é a bola da vez, atraindo milhões de usuários, gerando debates acadêmicos e sendo foco de matérias e mais matérias na grande mídia. E uma das áreas que mais pode ser afetada pela nova tecnologia é a educação, com a ferramenta servindo de auxílio para professores planejarem aulas e corrigirem avaliações e para estudantes fazerem pesquisas e melhorarem o aprendizado.

Mas, afinal, o ChatGPT é aliado ou inimigo da educação? Para tentar jogar luz sobre a pergunta que gera as mais diversas respostas a partir dos pontos de vistas dos perguntados, o Semesp realizou, em parceria com o Consórcio Sthem Brasil, a MetaRedTIC Brasil e o IVEPESP  nesta terça, 14, o webinar ChatGPT – Desafios e Oportunidades para a Educação, que reuniu especialistas do setor ligados à tecnologia e aprendizagem.

A abertura do webinar foi realizada, inclusive, pelo próprio ChatGPT, que explicou aos mais de mil participantes o seu próprio funcionamento, antes do início das duas mesas que discutiram o tema inserido no universo da educação: As Possibilidades do ChatGPT na Educação: Uma Análise da Inteligência Artificial em Ação e Explorando as Fronteiras da IA na Educação: o ChatGPT e suas Aplicações.

Confira o webinar ChatGPT – Desafios e Oportunidades para a Educação na íntegra

As Possibilidades do ChatGPT na Educação: Uma Análise da Inteligência Artificial em Ação, a primeira mesa do webinar foi mediada pela pesquisadora Ana Valéria Sampaio de Almeida Reis

O Youtuber e diretor de Ensino do Instituto Federal Goiano, Prof Justino, deu início a primeira mesa questionando onde fica o papel do professor com o ChatGPT. Segundo ele, a ferramenta é um parceiro de estudo dos alunos e um aliado dos docentes ao realizar, de forma mais rápida, tarefas burocráticas como preparação de aulas e correção de trabalhos. Para ele, uma preocupação que precisa estar no centro das discussões sobre a nova tecnologia é a formação dos docentes. “Quem está realmente preparado para o ChatGPT? Precisamos repensar a formação de professores para que estes utilizem a ferramenta como aliada”, afirmou.

O presidente do IVEPESP (Instituto para a Valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo), Prof. Helio Dias, apontou algumas questões que precisam ser levadas em consideração acerca da educação quando se pensa em ChatGPT, como a desigualdade existente entre as redes pública e privada, a alta evasão de alunos em todos os níveis educacionais e a diferença entre aulas teóricas e aulas práticas e laboratoriais. Para Dias, apesar do ChatGPT apresentar múltiplas possibilidades de usos em várias áreas, a educação sai na frente como a área que pode sofrer um impacto maior.

O conselheiro Acadêmico do Inteli, Maurício Garcia, começou sua fala decretando que banir o ChatGPT, como algumas escolas e universidades já estão fazendo, não é uma opção. Para ele, 2023 marca o primeiro ano da singularidade, “quando as máquinas atingem o grau de complexidade da mente humana”. De acordo com Garcia, as discussões sobre o ChatGPT precisam ser feitas a partir de três camadas, os alunos, os professores e as organizações.

“Existem diversas questões, como o plágio, por exemplo, que toca no acordo ético entre professor e aluno”, explicou Garcia. “É preciso repensar também o processo de avaliação, com a formação de docentes preparados para serem storytellers, com foco na arquitetura das disciplinas e sequência curricular dos cursos”, complementou. Segundo Maurício Garcia, no futuro, existirão professores, tutores e BOTs, que ficarão responsáveis pelo processo burocrático da profissão. “Esse é um caminho sem volta, o professor que faz tudo vai desaparecer e os docentes vão se especializar em cinco caminhos, serão autores, apresentadores, arquitetos de currículos, treinadores de BOTs ou desenvolvedores”, finalizou.

Confira o webinar ChatGPT – Desafios e Oportunidades para a Educação na íntegra

Explorando as Fronteiras da IA na Educação: o ChatGPT e suas Aplicações, a segunda mesa do webinar foi mediada pela especialista em Computação e Tecnologia da Informação, Michelle Hanne Soares de Andrade

Na segunda mesa do webinar, a professora da UFRGS no Instituto de Informática, Rosa Maria Vicari, alertou para o fato de que as tecnologias utilizadas pelo ChatGPT já existiam e foram apenas aprimoradas pela ferramenta. Para ela, é importante que sejam desenvolvidas nos estudantes competências e habilidades para utilizar o ChatGPT de forma apropriada. “Os estudantes precisam ter capacidade de usar a ferramenta com critérios, sabendo que essas tecnologias influenciam nossas escolhas e tomadas de decisão”, ponderou.

Para o vice-reitor do Centro Universitário ENIAC, Pedro Guerios, qualquer professor que pode ser substituído por uma máquina deve ser substituído. Após polemizar citando o autor Arthur C. Clarke, Guerios disse que o ChatGPT é mais uma ferramenta que vai transformar a educação, tornando-a mais relevante. Segundo ele, a tecnologia deve ser vista como uma colega do aluno e que irá auxiliá-lo a entender melhor os conteúdos. “Precisamos aprender a usar o ChatGPT a nosso favor”, afirmou.

Rodrigo Estevam, CEO & Founder da LEXP, destacou a velocidade com que o ChatGPT foi incorporado às discussões. “Esse impacto de forma tão veloz gera muitos sentimentos, mas não podemos ser tomados por essa insegurança. Temos que saber como nos posicionarmos diante dessa transformação digital”, apontou. “A tecnologia é um apoio que ajuda na geração de textos, imagens e códigos que nos servirão como suporte para termos mais capacidade parar gerar melhores insights e conteúdos”, finalizou.

Confira o webinar ChatGPT – Desafios e Oportunidades para a Educação na íntegra