Nesta sexta-feira (20), terceiro e último dia de O Admirável Futuro da Educação Superior, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil, Semesp e Universidade de Coimbra, começou com uma discussão sobre “Construindo pontes entre a sociedade, o setor produtivo e o conhecimento”, com as participações de José Carlos de Souza Jr., reitor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, e Nuno Mendonça, gestor de ciência e investigador do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, com moderação de Daniel Quintana Sperb, CEO da Be Formless Inovação Estratégica e vice-presidente de Inovação da Atitus Educação.
Com duas unidades que têm como objetivo de fazer a interface com o mercado, buscando parcerias com empresas e outras instituições, o Instituto Mauá de Tecnologia tem como mote, antes de construir pontes com a sociedade e as empresas, construir pontes internas. Segundo o reitor da IES, “o grande segredo de todo esse trabalho não é fazer o aluno se especializar em cada área, mas enxergar que a excelência está no equilíbrio e na entrega de uma solução viável, atendendo as demandas do usuário”
A relação da instituição com o mercado acontece de duas formas: via Centro Universitário com o empresarial, onde é feito um contrato com a empresa e tem um custo ou por meio educacional; e via Centro Universitário, quando a empresa aceita seguir o calendário da instituição para que seu problema seja apresentado em sala de aula e solucionado por alunos. “Temos ainda um Smart Campus onde são desenvolvidos produtos e soluções de problemas para empresas e quem cuida de toda a parte administrativa e faz a interface dos cursos extensionistas é o Centro de Pesquisa”, explicou.
Nuno Mendonça, do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, disse que a instituição em que atua “tem uma rede de tecnologia focada na valorização e na transferência do conhecimento. Dentro desse departamento, trabalhamos a valorização do conhecimento que é desenvolvida pelos investigadores e pelos alunos”. No entanto, Mendonça chamou a atenção para a distância existente entre o mundo acadêmico e os setores econômico, industrial e empresarial.
“O nível de colaboração e desenvolvimento entre instituições e mercado se apresenta muito baixo em relação à consultoria, cerca de 5,9% das IES alguma vez fez consultoria para empresas. Há um trabalho da Universidade de Coimbra para diminuir essa realidade, mas os principais motivos de um índice tão baixo são: valorização e locação do tempo dos docentes para se dedicar ao conhecimento e do ponto de vista da IES é falta de incentivo e de fundos para realizar essas experiências de um modo mais eficiente”, afirmou.
Confira na íntegra do terceiro dia do evento “O Admirável Futuro do Ensino Superior”
Missões sustentáveis
Na última sessão do evento O Admirável Futuro do Ensino Superior, a diretora de Pesquisa e Análise da UNESCO IESALC, Victoria Galán-Muros, apresentou os dez passos definidos pelo órgão vinculado a ONU para que as instituições de ensino superior façam a transição para uma gestão sustentável. “Durante muito tempo, as universidades foram vistas como torres de marfins elitistas e isoladas das comunidades, e isso precisa mudar diante do contexto atual de crise”, declarou ela no início da sessão “Missões sustentáveis: a importância de um propósito coerente nas IES”.
“Os futuros líderes estão nas IES neste exato momento, então precisamos pensar as instituições como desenvolvedoras do capital social. A pandemia provou, por exemplo, que as universidades são responsáveis pela inovação disruptiva, então existem muitas expectativas em relação à diferença e ao impacto que vamos causar na sociedade”, disse Galán-Muros. “O problema é que as IES não sabem enfrentar essa questão de forma mais efetiva, entendendo que a sustentabilidade está ligada a fatores sociais, econômicos e do meio-ambiente”, lamentou.
Victoria Galán-Muros explicou que a UNESCO IESALC desenvolveu uma série de documentos que auxiliam as instituições de ensino superior a contribuir de modo mais eficaz para a sustentabilidade a longo prazo a partir de pontos como aprendizagem e ensino, pesquisa, gestão e administração e engajamento da sociedade. “São dez passos que devem ser trabalhados a nível institucional e que podem ser adaptados por diferentes IES de acordo com suas necessidades”, explicou. “Mas antes de qualquer coisa, é preciso que as IES entendam o que significa sustentabilidade e desenvolvimento sustentável no próprio contexto universitário. A pergunta inicial que guiará todos os passos futuros é: por que a IES tem que ser sustentável?”.
Confira os 10 passos propostos pela UNESCO IESALC:
– Sensibilização da comunidade sobre os desafios e benefícios da transição para que a IES seja mais sustentável;
– Compromisso dos líderes mostrando vontade, responsabilidade e dedicação para a transformação da IES;
– Diálogo entre as partes interessadas (docentes, administração, alunos, sociedade) para que todos façam parte desse processo de transição, fundamental para uma implementação bem-sucedida;
– Começar propriamente a ação a partir do desenho e da definição das estratégias e objetivos que devem ser alcançados, com o estabelecimento de um documento público que descreva a nível institucional o que é necessário para que essa transição sustentável aconteça;
– Fornecimento de informações claras sobre quais são esses objetivos e da importância deles para a educação superior;
– Mapeamento de todas as iniciativas sustentáveis que já estão sendo feitas pela IES para que todos tenham uma foto instantânea e oportuno sobre onde a IES está e quais são suas forças e fraquezas;
– Priorização das iniciativas futuras, determinando qual será o foco principal para a transformação da instituição em uma IES sustentável;
– Provisão de recursos, começando com iniciativas de custo mais baixo e maior impacto a longo prazo;
– Hora de colocar a mão na massa e implementar os projetos;
– Garantir a continuidade dos benefícios gerados pelas iniciativas, garantindo resultados sustentáveis a longo prazo e que a cultura da sustentabilidade seja algo intrínseca à instituição, indo além da questão política.
Confira na íntegra do terceiro dia do evento “O Admirável Futuro do Ensino Superior”
Categoria 1 – IES
Modalidade Gestão Pedagógica:
- Projeto: PROPOSIÇÃO E EXECUÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE MARÍLIA – UNIMAR
- Autor Principal: MÁRCIO MESQUITA SERVA
- IES: UNIVERSIDADE DE MARÍLIA (UNIMAR)
Modalidade Ações Junto à Comunidade
- Projeto: JOVEM TECH CANOAS: INCENTIVO À CULTURA DE INOVAÇÃO E À CAPACITAÇÃO INICIAL EM TI PARA JOVENS DE COMUNIDADES CARENTES
- Autor Principal: RAQUEL FERREIRA DAROD
- IES: CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS (UNIRITTER)
Modalidade Inovação na Aprendizagem
- Projeto: FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O USO DE RUBRICAS NA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
- Autor Principal: ALEXANDRE NUNES THEODORO
- IES: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESPÍRITO-SANTENSE/FAESA
Categoria 2 – EDUCADOR
Modalidade Gestão Pedagógica
- Projeto: BUSINESS INTELLIGENCE (BI) PARA O ACOMPANHAMENTO DA PERFORMANCE DOCENTE
- Autor Principal: DANIELLE VILAR GOULART DOS SANTOS
- IES: CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA (UNISUAM)
Modalidade Ações Junto à Comunidade:
- Projeto: PERFILADORA DE FIBRA DE BANANEIRA: A INOVAÇÃO FUGAL COMO IMPULSIONADORA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM COMUNIDADES RURAIS
- Autor Principal: ANELISE LEAL VIEIRA CUBAS
- IES: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL)
Modalidade Inovação na Aprendizagem
- Projeto: DELICIÊNCIA: PRODUÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS COM DOCES E MATERIAIS DE BAIXO CUSTO
- Autor Principal: HEYTOR VICTOR PEREIRA DA COSTA NECO
- IES: CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU (UNINASSAU)