O segundo dia de debates do 8º Fnesp (Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro) começou tratando de questões relativas à inclusão social no Ensino Superior. O convidado, Alberto Sampaio Amaral, diretor do Cipes (Centro de Investigação de Políticas para o Ensino Superior) da Universidade do Porto, apresentou um estudo, feito junto às universidades portuguesas, que mostra ações e conseqüências neste campo.

Segundo Amaral, atualmente, as questões ligadas à necessidade de inclusão se dão em dois níveis: o posicionamento puramente social, de igualdade de oportunidades e a questão de que o Ensino Superior é, reconhecidamente, um fator de promoção de competitividade econômica. Ou seja, ao mesmo tempo em que atende às necessidade de ascensão de jovens de classes menos favorecidas, supre, ainda, a busca do mercado por clientes.

A questão vivida em Portugal – e analisada pelo professor Amaral – se assemelha em grande parte ao atual momento brasileiro. Isso porque lá, como aqui, houve uma forte explosão de demanda, com o crescimento do número de vagas e a chegada das classes “C” e “D” ao Ensino Superior. Os problemas do crescimento desmedido, no entanto, se acumulam. E a questão básica é: quem paga a conta?

“Essa questão da inclusão e do financiamento é a encruzilhada em que está o sistema privado brasileiro hoje. Quando há uma expansão brutal, não necessariamente há inclusão e igualdade de oportunidades para todos”, acrescentou o mediador dos debates, Valdir José Lanza, segundo vice-presidente do SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo).